segunda-feira, 20 de setembro de 2010

5. TEMA 2. - "A CIÊNCIA COMO UM SISTEMA DE CRENÇAS".

Caros alunos,
Após ler o texto  “Fé na Verdade”, de Daniel C. Dennet (disponível em: http://www.cfh.ufsc.br/~wfil/dennett2.htm ), elabore um texto com seus comentários e envie para postagem.
Vc. tem até o dia 23 de setembro, quinta-feira, para postar o seu material.

EXAMINE:

http://www.youtube.com/watch?v=B4kKQ3vZKhs

E

http://www.youtube.com/watch?v=0_TLzIR2ptM

E

http://www.youtube.com/watch?v=oKk78OgZ6Vs



34 comentários:

  1. O texto “Fé na verdade”, de Daniel C. Dennet, também tem um tema, assim como o de Paul Davies, sobre a ciência, ou o conhecimento cientifico, mas nesse caso o autor tenta seguir pro lado sobre a verdade factual, ou, o caminhar para atingi-lá. Faz isso usando comparações entre a ciência e a religião, problemas epistemológicos e, também, psicológicos para entender algumas complicações na tentativa de alcançar essa tão estimada verdade.
    No início, Dannet tenta demonstrar algumas relações entre a ciência e a religião, como no caso de possuírem burocracias e hierarquias entre os funcionários, certas cerimônias de iniciação e até mesmo um grande número de missionários, que o autor diz ser os professores no caso da ciência. Mas o ponto de grande distinção é que a ciência tenta se confirmar constantemente, ao passo que a religião permanece intacta – possuindo autoridades incontestáveis- não vendo com otimismo as mudanças. Para o autor, os cientistas possuem a fé na verdade, que é totalmente diferente de todas as outras formas de fé.
    Após as comparações e distinções, Dennet passa a falar sobre a “verdade”. Existe uma diferenciação entre a aparência e a verdade, algo que somente os humanos conseguem perceber, e foi dessa forma que nossa espécie descobriu a dúvida que, consequentemente, trouxe o desejo de se atingir as verdades – construíndo cada vez mais métodos- até formarem a linguagem – que serviria como transmissão de conhecimentos- sendo um enorme passo para a geração de culturas que, com o tempo, foi de extrema importância para a obtenção de inúmeras novas invenções. Junto do dom de falar a verdade também apareceu a mentira, e nós somos os únicos seres que apreciam a verdade, e é isso que a ciência tenta atingir, tendo como definição do autor de “tecnologia da verdade”.
    No texto também é dito que os cientistas não se consideram santos e que possuem as mesmas fraquezas de qualquer um, mas , no entanto, não deixam que essas fragilidades interfiram em suas pesquisas e trabalhos, pois elas passam por métodos científicos rigorosos parar atingirem algum resultado em suas produções, podendo publicar resultados positivos ou negativos mas, de certa forma, significativos. A ciência não possui resultados tão objetivos e claros como a aritimética; muitos epistemólogos tentaram definir o que é exatamente a verdade mas acabaram descobrindo que essa era uma tarefa muito difícil de antingir.
    O autor defende bastante o trabalho científico a procura do conhecimento e da possibilidade de atingirem a verdade, mas a verdade é bastante complexa, nem mesmo possui uma definição; o que Dennet diz é que a ciência usa a razão, mas também podemos nos perguntar se queremos mesmo atingir as verdades, se é possível alcança-lás. Será que viver com algumas mentiras pode ser melhor? Essas discussões são de fato muito abrangentes e complicadas, chegamos a conclusão que para se atingir a verdade não existem somente obstáculos epistemológicos mas também o obstáculo do medo, da acomodação e – por que não?- da frustração.

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  4. Neste texto, o autor fala sobre a ciência e a verdade. Assim, como discutimos em aula, o autor exalta o pensamento científico em busca da verdade ou até de uma Verdade (de certa forma absoluta) e que isso pode ser tanto bom (como a busca do desenvolvimento de novas teorias que ajudam a desenvolver novos métodos para tratarmos certas doenças, etc) quanto ruim (a criação de um fanatismo religioso em torno da ciência, podendo levar à distorção de fatos, verdades forjadas, pensamentos tendenciosos ao invés da imparcialidade...).
    Utilizando o exemplo da velhinha do texto, será que a verdade é sempre desejada? Ou, até, será que a verdade é sempre necessária? Conforme debatemos em sala, a questão é um tanto complicada, pois pode ser vista de diversos pontos, eu, particularmente, não gostaria nem que alguém, tampouco eu, soubesse a Verdade sobre todas as coisas. Vejo que se uma pessoa souber toda a verdade, manipulará as outras para que seja idolatrada, ao menos que com esse conhecimento todo saiba como lidar com essa ganância. Mas caso isto ocorra, a pessoa poderá entrar em depressão, pois saberia tudo que estaria por vir e perderia o "o que será?", entretanto se ela souber evitar a doença. Aí não haverá qualquer expectativa, nem sentimento, pois ao ter explicação para tudo, as coisas mais banais se tornariam mecânicas e o ser se descaracterizaria como humano, podendo ser considerado ou simples animal ou até um ser robótico.
    Seria esse o objetivo da ciência? Duvido muito, portanto acredito que até os cientistas que almejam saber tudo, se soubessem tudo perderiam a sua real função, o prazer da descoberta, a esperança, pois tudo seria "previsto".
    Por fim, relacionado às perguntas, escritas na lousa pelo professor, acredito que devido à complexidade do tema, do próprio debate em sala e a obtenção das mais variadas respostas, cheguei a conclusão que saber tudo é algo tão inimaginável que por mais que se argumente a favor ou contra é inconclusivo e sempre questionável, não podendo dar forma nem ao que seria este conhecimento, ainda mais tê-lo ao seu alcance.

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  5. Gostei muito do texto e ainda mais da discussão que tivemos em sala de aula. Dois pontos que devem ser ressaltados são da utilidade da verdade em dada situação e a diferenciação da ciência da religião.
    Sobre os pontos que foram postos na aula na hora da discussão das perguntas, eu gostaria de reiterar meu ponto de que aceitar saber todas as verdades pode acarretar efeitos indesejados. Um destes é o da sensação de impotência que a posse de todas as verdades poderia dar, já que por continuar sendo um humano, mesmo sabendo de uma situação ruim que poderia acontecer, há restrições físicas que poderiam nos restringir de agir para impedi-la. O ponto que foi posto pelo professor de que se existir um “Deus” e este possuir todas as verdades, por considerar a posse de todas as verdades por nós mesmo uma desvantagem, estaríamos assim dizendo que este esta numa situação pior do que a nossa esta completamente errado,já que a situação que este se encontra é totalmente diferente do que a de um humano e que a mente deste “Deus” pode ser totalmente diferente da humana,não tendo os mesmos problemas.

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  6. Partindo de analogias entre ciências e religião o texto de Dennet desembarca em questionamentos sobre a existência essencial e possibilidade de definição da Verdade – com V maiúsculo. Com base neste texto e nas reminiscências do debate em aula irei expor minha posição ideológica e prática sobre o tema.

    A vida cotidiana está repleta de questões de fé na ciência, fé cega e sem questionamento, onde importam apenas os “milagres tecnológicos” frutos do conhecimento científico superior. Não importa para a maioria de quais cálculos e teorias resulta o “milagre” da imagem do televisor. Qual a verdade de um aparelho televisor? Temos fé na ciência que engendra o televisor, mas não nos importamos, em nosso cotidiano, com as verdades fundamentais deste mesmo aparelho. É uma relação mística, onde acredito na verdade que não conheço, pois acredito que a verdade está lá, e por não conhecer a verdade, mas mesmo assim acreditar que exista, esta relação se traduz como fé.

    Sim. É a ciência uma religião, com todas as idiossincrasias correspondentes, repleta de fiéis que se submetem cegamente, autoridades que ditam seus paradigmas (com a distinção de que os paradigmas científicos não devem transmutar-se em dogmas), e seu deus onipresente designado como Verdade.

    Acredito que levar a verdade ao campo da utopia não é lúcido ou adequado, principalmente quando consideradas as dimensões teórica e humana de tal empreitada, mas é compreensivo e lógico que a verdade seja o objetivo final da ciência. A vida cotidiana, as situações morais, as abstrações psicológicas e as diversas outras camadas da vida social não têm compromisso irrevogável com a verdade. É certo que como principio a verdade é sempre desejável, porém como fim ela não se aplica a todas as situações. A vida prática não é unidimensional e, portanto, não está sujeita a simplificações religiosas (tal como considero a idéia de verdade universal e onipresente).

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  7. Em seu texto “Fé na Verdade” Daniel C. Dennett estabelece a relação que existe entre a Ciência e a Verdade. De início o autor faz uma comparação entre a religião e a ciência, expondo suas semelhanças: “A ciência oficial, tal como a religião oficial, tem as suas burocracias e hierarquias entre funcionários, as suas instalações grandiosas e esotéricas sem qualquer utilidade aparente para os leigos, as suas cerimônias de iniciação. Tal como uma religião decidida a alargar a sua congregação, a ciência tem uma enorme falange de missionários — que não se chamam a si mesmos missionários, mas professores”. Dennett afirma que assim como a religião tem suas crenças, a ciência também tem sua crença no poder do método científico, sendo esse credo uma questão de fé, que no caso dos cientistas seria no seu bem máximo, ou seja, a fé na verdade: “a fé na verdade tem uma primazia que a distingue de todas as outras fés”.
    Fora uma descoberta dos seres humanos o reconhecimento entre a aparência, que facilmente pode nos induzir ao engano, e a realidade, ou seja, possuímos a “capacidade de reflexão necessária para refletir” e podemos usar “esta sensibilidade para conceber deliberadamente correções ou aperfeiçoamentos nos seus próprios instrumentos de busca e dissimulação”. Ao descobrirmos a dúvida, passamos a buscar melhores métodos para aperfeiçoar nosso controle da verdade; exemplos: “Ao desejar um conhecimento mais adequado das nossas reservas de comida, dos nossos territórios, famílias e inimigos, descobrimos os benefícios de falar sobre isso com os outros, de fazer perguntas e de transmitir conhecimentos: inventamos a cultura. Depois, inventamos a medição e a aritmética, os mapas e a escrita. Estas inovações nas áreas da comunicação e do registro arrastam já consigo um ideal: a verdade”. Após dominar a habilidade de dizer a verdade, o homem aprendeu também um meio de explorar a linguagem a seu favor, o uso da mentira.
    Como qualquer pessoa o cientista está vulnerável ao raciocínio caprichoso, a crédulos, a erros humanos. Para que nenhum desejo ou pressentimento influencie os dados científicos, foram inventados instrumentos, utensílios e a própria organização dos métodos, todos direcionados para resultados apartados das influências pessoais do cientista. Dennett aponta a matemática como uma ciência a qual todos confiam em seus resultados, inclusive religiosos; suas próprias demonstrações comprovam sua veracidade.
    O quinto tópico “A verdade pode magoar” foi o ponto do texto que mais me chamou a atenção, nele o autor relata o fato de algumas pessoas acharem que a verdade é o bem supremo, entretanto essa definição pode variar dependendo das circunstâncias e das pessoas envolvidas, pois em alguns momentos por questões diversas somos induzidos a preferir a omissão ou a mentira; seja não revelando um segredo para alguém por receio de magoá-lo ou preferindo se apartar da realidade e não deter o conhecimento sobre determinado assunto ou até mesmo sobre todos os assuntos como o discutido em sala. Enquadro-me no grupo de pessoas que preferiu não conhecer a verdade de todas as coisas e muito menos que todos conhecessem tudo sobre mim, porque acho que quando adquirimos conhecimento através da nossa própria força de vontade, a chance de uma maior valorização é elevada e sem essa busca pelo conhecimento uma parte considerável da minha vida perderia o sentido, pois utilizei uma boa parte dela para obter o mesmo, não me agrada saber que viveria anos sem que isso implicasse em nenhum aprendizado e amadurecimento, tanto intelectual quanto pessoal. Lembro que não coloco a figura de Deus como de menor valor, tenho para mim que Deus detém todo o conhecimento de todas as coisas e nunca terá seu valor diminuído por isso, pois estaria comparando-o com um ser imperfeito e mortal, o que seria impossível - em minha opinião. Concordo com o texto quando ele expõe que a verdade pode magoar e que há pessoas que preferem não ter todo o conhecimento, mas que mesmo assim acreditam na verdade.

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  8. Bom, quem gosta de discussões acaloradas deve estar feliz agora. haha

    O texto do Prof. Dennett trata dos valores incutidos na mente humana, sejam eles predominantemente científicos ou religiosos. A leitura, as discussões e os vídeos me fizeram refletir: até que ponto o ser humano tem compromisso com a verdade? Acabei por concluir que o ser humano só tem real compromisso com sua felicidade. Não importa o que se discutiu antes dele, nem se o conhecimento se desenvolverá após ele. O importante é se durante a sua existência ele obterá conhecimento suficiente para extrair do mesmo melhores condições de vida. Ou seja, a verdade é algo individual e plural e só alcançará esse nível a partir do momento em que o indivíduo se satisfizer emocional e psicologicamente com o resultado de suas buscas. Afinal, não há outra utilidade para o conhecimento, que não seja a capacidade de aplicação prática com objetivos auto-desenvolvimentistas. Portanto, é inútil a discussão sobre a existência de Deus, enquanto lacunas da sobrevivência humana (entre essas, o desenvolvimento das Ciências Sociais, como instrumento de melhora da sociedade) estão aguardando pelo trabalho de pessoas competentes pra isso, não importando se acreditam em Deus ou não.

    É hora de acabar com discursos tendenciosos em relação ao passado e começar a pensar no presente e desenvolvimento da ciência séria, não à favor de uma teoria ou de outra, mas do bem-estar social.

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  9. Daniel C. Dennett começa em seu texto fazendo uma comparação entre diversos aspectos da religião e da ciência e em um dos debates levantados por este tema, na minha opinião, é o nascimento da religião como maneira de justificar os fatos não explicáveis e a busca por respostas e pelo que o autor chama de verdade absoluta anteriormente ao nascimento da ciência.

    A capacidade do homem de questionar e levantar dúvidas sobre os acontecimentos da vida nos faz refletir sobre o que colocamos como responsabilidade da religião em "explicar" os fenômenos ainda "não explicáveis" desde os primórdios da nossa sociedade até hoje e ao mesmo tempo o choque com aquilo que julgamos responsabilidade da ciência em "buscar" sempre a solução e a causa de todos os fenômenos ainda "não explicáveis" da nossa sociedade.

    Por isso o debate ciência e religião há de por os dois pontos de vista sempre em argumentos contraditórios: o de contrapor a forma metafísica e a materialista de buscar a verdade, já que são formas distintas e conflitantes de pensar os acontecimentos e buscar suas origens. Muitas vezes a ciência e a religião tem papéis muitos distintos mas a grande contradição para mim deste tema é como podem ao mesmo tempo tais papéis serem tão consonantes no que se refere à busca pelas respostas e pela verdade absoluta.

    Neste sentido, são muitos os métodos desenvolvidos para a busca dessa verdade. Um deles é a ciência agindo diretamente como ferramenta nesta busca, já que em muitos casos a ciência é recorrida como método para fugir do erro humano e a religião no que diz respeito à conformidade humana de aceitar e conviver com aquilo ainda não explicável.

    Sobre o conhecer ou nao a verdade absoluta para mim é muito relativo já que na minha visão a verdade absoluta é relativa assim como a ciência que também pode ser tendenciosa. Para mim não há ciência neutra numa sociedade dividida em classes, uma vez que sempre está a serviço dos interesses e da busca do que uma parte da sociedade se interessa, da mesma forma como a verdade também tem essa característica de estar posicionada sob um ponto de vista de uma parte da sociedade, seja maioria ou minoria.

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  10. Após ler o texto de Daniel C. Dennett e assistir aos vídeos indicados ficaram mais claras para mim as diferenças básicas entre a fé religiosa e a chamada fé científica.

    Ambas (ciência e religião) tentam dar significação ao mundo, aos fenômenos. No caso da religião, a verdade sobre tudo está em Deus, e só ele é quem pode transmiti-la aos seus “escolhidos”, de maneira que não podemos certamente provar por si próprios se o que nos é dado como verdadeiro realmente o é, basta-nos aceitar as palavras divinas e vivermos de acordo com elas.

    Já em relação à ciência, a busca pelo conhecimento verdadeiro se dá de maneira bem distinta se comparado ao da religião, através de teorias e práticas pode-se medir, calcular, ordenar, transformar e relacionar os fenômenos, pode-se ser crítico e não concordar com o que foi estabelecido por outros, o que faz com que a ciência seja dinâmica e esteja sempre em processo de construção e aprimoramento.

    A fé científica, segundo o autor, não é uma fé cega, ou seja, ela não é aceita por imposição, mas sim por demonstrações e métodos que funcionam quando postos à prova, sendo possível que mais de um cientista chegue aos mesmos resultados e conclusões que outro mesmo quando estão trabalhando em locais distintos e nem ao menos se conhecem.

    Hoje em dia, segundo a epistemologia, chegar a uma verdade primeira é algo praticamente impossível, portanto não se sabe qual é a base para as verdades que “descobrimos”, somente podemos supor que algo seja mais verdadeiro comparando os objetos de estudo através da lógica e do raciocínio crítico. A partir deste ponto discute-se também sobre a fé científica, que por não haver uma base verdadeira de origem, apega-se a suposições que teoricamente seriam mais lógicas, como por exemplo, a de que a velocidade da luz é uma constante (fato que não conseguimos provar), ou seja, um ato de fé, construindo-se assim uma imensidão de teorias ao redor da suposição.

    O que se pode concluir é que existe sim a fé científica, porém a mesma se distingue de outras formas de fé justamente por não ser imutável, por reconhecer seus erros e sempre buscar evoluir seus conceitos, métodos, e técnicas, por se reinventar e a partir destas mudanças se aproximar mais do que chamamos de verdade.

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  11. A princípio Daniel Dennett faz uma relação entre ciência e religião , afirmando que da mesma forma que devotos colocam toda sua crença em Deus , a ciência coloca toda sua crença em busca de teorias racionais, buscando a resposta para todas as perguntas , buscando a Verdade.
    Hoje há uma busca interminável pela verdade , todo avanço , toda tecnologia , é inventada em busca de uma verdade mais precisa, mais objetiva. E ao afirmar que o ser humano é “o único a apreciar a verdade por si mesma” e busca “ a Verdade”, começa um questionamento sobre até que ponto o as pessoas realmente querem saber dessa Verdade , afinal como seria saber a resposta para todas as perguntas existentes ? Por mais inimaginável que seja isso , acho que muito da vida perderia o sentido a partir do momento que alguém conseguisse alcança-la , já que não teríamos mais o que nos questionar , e a própria ciência perderia todo sentido , afinal ela é resultado da ânsia de respostas do ser humano .
    No entanto intrínseca a verdade está a mentira, por mais que as pessoas apreciem a verdade , em determinadas situações são obrigadas a mentir ou omitir, e isso que faz com que possam se relacionar de forma pacífica na sociedade , nos fazendo parar para pensar até que ponto nós desejamos saber a verdade .Se mesmo sem ela formos felizes , e essa omissão não prejudicar ninguém será realmente necessário saber a verdade ? Como diz o autor “ é um fato que as pessoas não querem muitas vezes saber a verdade”, mas essas pessoas tem uma escolha, podem evitar ou abraçar a verdade , mas o fato de evita-la não significa que não acreditem nela ou não a julguem importante.

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  12. O texto trata das relações entre conhecimento científico, religioso e o que chamamos de verdade.
    A ciência tem certos aspectos típicos de religião. O Brasil teve uma “Igreja” Positivista. Critica-se as posições fundamentalistas de interpretações errôneos de religiosos mas no passado supostas teorias científicas como o darwinismo social e o determinismo interpretaram o mundo cegamente. Certas verdades científicas partem de pressupostos tão frágeis quanto o pressuposto de que a Terra foi criado em 6 dias. Porém, ciência e religião, como sistemas de crenças, diferenciam-se. Enquanto a religião trata de certezas absolutas inquestionáveis, a ciência nasce da dúvida, dúvida metódica como Descartes. Talvez uma das únicas certezas seja a nossa capacidade de duvidar de tudo (e da morte).
    Da dúvida saímos em busca da verdade usando a ciência como ferramenta. Utilizando métodos que eliminam erros, chegando a resultados por vezes aproximativos. Sempre tendendo a neutralidade já que afirmações científicas precisam de imparcialidade para se validar a descoberta. Todos estranhariam se o grupo de cientistas que descobriu que o álcool prejudica a saúde fosse composto por esposas de cachaceiros ou trazendo para fatos mais recentes, o caso Climate-Gate. Neutra ou não, precisa ou imprecisa, a ciência é dinâmica graças a sua potência para a refutabilidade. Refutabilidade que faz questionar se temos certezas, enfim, verdades.
    Verdades. Aqui no Capitulo 4 - Epistemologia: tentar dizer a verdade acerca da verdade – o debate se acirra. Ciência e Religião são assuntos inúteis se não tivermos uma definição que dê conta da verdade, ou de uma Verdade. Como visto em aula não temos comprometimento total com a verdade. Pensar á respeito da verdade é uma tarefa filosófica difícil. Em meio à aula fiquei me perguntando se deveria assinar a lista já que não poderia ter a certeza de estar lá ou de que várias pessoas que conheço (inclusive eu) de aparência libertária são, enfim, dogmáticas.
    Como considerações finais, acho que o caminho para a verdade esteja em nossas incessantes buscas por conhecimento. Mesmo adentrando um sistema de crenças, temos que justifica-lo e reconhecer, todavia, que ele é passível de mudança. Acho difícil me posicionar nos dois sistemas de crenças postos no texto e nos vídeos, ciência evolucionista x criacionismo religioso (novo nome: design inteligente), se como dito em aula a crença depende da vontade da pessoa para aderir posso dizer que talvez eu tenha pouca vontade para com as duas, ou para melhorar o argumento, só tenho vontade de me divertir com as duas. Embora seja um posicionamento meio covarde, posso dizer que tenho uma tendenciazinha para a ciência por reconhecer que o dogmatismo religioso esteja meio moribundo, moribundo só que não enterrado (não vamos crucificá-lo já), é ainda capaz de produzir ótimos argumentos, como o neocriacionismo e o design inteligente...Enfim, sem certezas ainda mas buscando-as e...Bom, certezas são chatas e inúteis.

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  13. Uma das maiores ambigüidades de diversas discussões do mundo contemporâneo, principalmente no ramo da filosofia, seria a questão da divergência de opiniões entre a lógica da ciência (que estabelece definições para suas hipóteses e está direcionada para a argumentação inteligível sobre o conhecimento) e a religião (que procura demonstrar a essência da religião, a crença no impossível sem embasamento real). É possível perceber que a concepção de um diálogo entre esses dois importantes campos torna-se cada vez mais necessário para transformar o cenário mundial, diminuindo as tensões que foram estabelecidas na história. Algumas pessoas dizem que ciência e fé podem caminhar lado a lado, isso porque de certa forma uma pode complementar a outra em termos de comprovações teóricas, além do fato de que a fé poderá ajudar a ciência a ultrapassar a visão do conhecimento e assim definir a verdade. Porém existem aqueles que preferem acreditar que são dois pólos muito distantes, sendo totalmente incompatíveis.
    No artigo filosófico “Fé na verdade”, Daniel C. Dannett fala sobre a relação da verdade a partir do conhecimento, sobretudo o científico que é exaltado pelo autor, pois o conceito de ciência representa uma das grandes conquistas idealizadas pelos homens. Quando o autor inicia o texto perguntando se a matemática seria realmente uma religião, acredito que o seguinte trecho pode mostrar o pensamento de Dennett: ...“O que inspira a fé na aritmética é o fato de centenas de escrevinhadores, trabalhando independentemente no mesmo problema, chegarem todos à mesma resposta (excetuando aqueles poucos cujos erros podem ser encontrados e identificados de forma pacífica para todos). Esta objetividade incomparável encontra-se também na geometria e nos outros ramos da matemática, que desde a antiguidade tem sido o próprio modelo do conhecimento positivo, em oposição ao mundo do fluxo e da controvérsia” Respondendo a pergunta anteriormente citada posso dizer que adotando uma visão lógica dos fatos, as probabilidades matemáticas são impostas, ou seja, o problema em definir a matemática como ciência é a impossibilidade de reconhecer a forma científica de sua existência no mundo.
    Segundo Daniel C. Dennett a busca pela verdade é estabelecida pelos métodos científicos por causa de sua natureza convencional com o propósito de servir como um marco no desenvolvimento do conhecimento objetivo. Apesar da certeza das comprovações teóricas há certas coisas que não se pode compreender, que estão além do limite do conhecimento pessoal e são aceitas pela fé, pois a meu ver a mente humana tem um limite para abranger e decodificar informações. Sendo assim a crença na verdade de caráter científico gera a capacidade de criar modelos e testá-los empiricamente não dependendo da fé, tirando conclusões e realizando previsões.

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  14. Continuação....

    Dentre todos os subtópicos retratados pelo autor o que mais me chamou a atenção foi o quinto ponto “A verdade pode magoar” em que ele explicita muito bem seus argumentos sobre o valor da verdade por meio de dois exemplos: O pai que ouve testemunhos em um tribunal sobre seu filho e também uma mulher que se questiona acerca de uma suposta traição do marido; nestes casos o melhor é não saber a verdade, pois ela pode acabar magoando as pessoas e relacionando este tema com as perguntas debatidas em sala, posso afirmar que concordo com o autor nesse ponto de vista, pois a meu ver ter todos os princípios exatos sobre todas as informações possíveis poderia não ser tão bom assim, pois a vida não teria graça se não tivéssemos a curiosidade em buscar e alimentar o conhecimento.
    Tomando como exemplo desta relação entre ciência e religião, cito um documentário que assisti da Discovery Channel que se chama “O mistério do Santo Sudário” em que cientistas e estudiosos do mundo inteiro buscam pistas que poderão solucionar os mistérios desta raridade. Para quem se interessar é possível verificá-lo em versão para DVD e também na internet (youtube e downloads).
    Para finalizar, com base no texto abordado e também nos vídeos recomendados e exibidos na aula, acredito que os procedimentos experimentais da ciência apresentam certas limitações, pois somente podemos afirmar com precisão pesquisas empíricas realizadas com objetos que constituem o mundo natural. Percebi que o grande dilema desta constante competição entre ciência e religião são as suposições de que evidências e fatos são os mesmos tanto para os cientistas quanto para os religiosos, porém sugerem interpretações e teorias diferentes para a origem da vida, do Universo, dentre outros assuntos.

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  15. O texto de Daniel C. Dennett, analisa de maneira sucinta e totalmente parcial o dilema dos opostos fé e ciência.

    São antes me mais nada, como o próprio autor parece acreditar, fé e ciência dois sistemas de crenças, detentores de verdades distintas sobre o mundo. Há respeito dessa verdade, dessa necessidade humana de entender o mundo a nossa volta, podemos dizer que para os religiosos há um único Deus conhecedor da verdade, capaz de criação e intervenção em todas as coisas, já os cientistas, se é que possamos colocar dessa forma, tem sua verdade alcançada por um método como seu Deus.

    A principio, é na tentativa de qualificar e definir o que é verdade que todas as distinções surgem. É difícil, senão impossível, definir o que é verdade, definir uma única verdade na qual todas as coisas se justifiquem.

    Ao analisarmos a visão da ciência, que o próprio autor exalta como melhor, veremos que estes enxergam em sua ciência o método para alcançar a verdade imparcial e correta sobre todas as coisas, uma verdade livre de pré julgamentos e de crendices subjetivas. O processo de descoberta nunca tem fim porque preza pelo aperfeiçoamento, pela perfeição, ainda que estejamos tão longe disso.

    Para os religiosos é a verdade um dom, mas um dom com medidas e há nós seres humanos não cabe todo o entendimento. Ao analisarmos a precisão do mundo, as percepções individuais, ao mundo metafísico, a explicação é a existência de um Deus supremo a que tudo controla. Sendo assim, os extremistas poderiam dizer que não há a necessidade de criação, de estudo, de entendimento, e quando esses existem são nada mais do que presentes de Deus. Sendo assim, para a religião o conceito de verdade seja tão inteligível ao raciocínio humano, que a própria fé passa a ser um dom.

    A única coisa da qual podemos ter certeza sem usar de coisas que não podem ser explicadas racionalmente, é que todas as descobertas e pensamentos humanos estão suscetíveis a subjetividade do indivíduo, ao que ele quer provar, ao que pensa, a sua vontade. Tanto os religiosos quanto os cientistas são capazes de buscar razões e motivos para suas certezas, mas dificilmente serão capazes de criar uma teia de certezas perfeitas que não possam ser questionadas pela racionalidade do próximo. É quase impossível imaginar uma qualquer sentença que não possa ser questionada, pelos que chamariam os religiosos, de dom da dúvida.

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  16. O texto "Fé na Verdade" alega que a ciência é uma religião , porém possível de provas.A ciência pode ser considerada como religião, pois ela possui um 'deus' que seria a VERDADE, e seus "dogmas" que diferente dos da igreja não são verdades incontestáveis , pois para sua existencia eles precisam de experimentos científicos preciso e confiáveis que os provem e caso hajam novas descobrertas estas verdades podem ser alteradas, por isso a religião da ciência seria mais confiável e real que as crenças em deus que só depende da fé.

    Uma questão importante sobre o texto é que para o autor deste texto diferentemente do autos do texto anterior a consideração de verdade depende da veracidade da ciência e não de sua capacidade de desenvolvimento de outras , estando expressa na parte :
    "3. Aciência como a tecnologia da verdade"

    "Que diferença existente nestas instituições pode explicar este facto? Trata-se, claramente, do impulso fornecido pela fé que os cientistas depositam na verdade. Considerem-se os diagramas de Richard Feynman da electrodinâmica quântica, por exemplo.(4) Quando os vi pela primeira vez, pareceram-me uma espécie de numerologia, uns guias da verdade grotescamente improváveis, mais parecidos com deitar cartas de tarot ou deitar sortes do que com ciência. Parecia estranho que um processo tão bizarro pudesse gerar a verdade; mas, na realidade, funciona: e pode compreender-se por que motivo funciona (com esforço!). E porque funciona, e porque pode demonstrar-se que funciona, gerando resultados de uma precisão e constância espantosas, foi aceite como parte do método científico ortodoxo. E se se conseguisse provar que deitar sortes, ou a astrologia, geram resultados de uma precisão análoga, também estas práticas poderiam ser acomodadas na ciência ortodoxa, juntamente com uma teoria que explicasse por que razão funcionam..."

    A quinta parte do texto "A verdade pode magoar" , tanto para o autor como nas discuções em sala em algumas cirncunsntâncias o conhescimento de TODA a verdade não é conveniente , pois como em : "Tijs Goldschmidt, no seu fascinante livro, Darwin’s Dreampond (1996), conta-nos os efeitos devastadores de introduzir a perca do Nilo no Lago Vitória (Uganda): a espantosa espécie de peixes ciclóstomos quase se extinguiu em apenas alguns anos, uma perda catastrófica... isto é, para os biólogos, mas não necessariamente para as pessoas que viviam nas suas margens e que podem agora completar as suas dietas de subsistência com uma nova e abundante pesca.".Pois para a população beneficiada não paresce importante o conhescimento da extinção de um peixe nativo da lago , enquanto para os ciêntistas não haveria tanta importância no benefício a população com a introdução do peixe.

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  18. Gostei do texto "Fé na verdade" de Daniel C. Dennett, ele mostra uma visão Ciencia e Religião, mostra até algumas semelhanças entre as duas como neste trecho "Há algumas semelhanças interessantes. A ciência oficial, tal como a religião oficial, tem as suas burocracias e hierarquias entre funcionários, as suas instalações grandiosas e esotéricas sem qualquer utilidade aparente para os leigos, as suas cerimónias de iniciação. Tal como uma religião decidida a alargar a sua congregação, a ciência tem uma enorme falange de missionários — que não se chamam a si mesmos missionários, mas professores."

    mas o que mais me chamou a atenção nesse texto foi quando ele descorre sobre a verdade e sobre a duvida, ele diz que só o ser humano pode ter duvidas, pelo fato dele pensar e fala tambem da verdade e o dizer, mostrando que o Dizer foi inventado e com ele veio a mentira, ou seja, o homem, fez uso do dizer para poder manipular outros homens e "se dar bem" em cima de outros
    "Na verdade, o dizer não faria realmente sentido sem o ideal da verdade. Mas assim que o dizer a verdade foi inventado, descobriram-se igualmente formas de explorar este pressuposto: sobretudo, a mentira."

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  19. O texto de Dannet, “Fé na Verdade”, explora a ciência como forma de se obter a verdade a comparando com a busca da verdade por intermédio da religião. O autor indaga logo no começo do texto se a crença no método científico é um credo. O credo na ciência é diferente do que o credo na religião.

    A fé científica provem de conclusões tiradas por meio de investigações e evidências utilizando a racionalidade. Ela se difere muito segundo o autor da fé religiosa, pois a ciência não constrói verdades absolutas, ela por meio do exame crítico as contesta como ele mostra neste trecho: “Os métodos da ciência não são completamente seguros, mas podem ser constantemente aperfeiçoados. E o que é igualmente importante: existe uma tradição de crítica que obriga ao aperfeiçoamento sempre que se descobrem defeitos, e seja onde for que se descubram defeitos.” Por não ter esta capacidade crítica a fé religiosa cria verdades inabaláveis.

    A busca pela verdade está condicionada a vontade. “É um fato que as pessoas não querem muitas vezes saber a verdade.” A uma resistência à verdade, inclusive no meio científico. “Isto não é uma ilusão, mas é por vezes negado ou ignorado por cientistas e outras pessoas que fingem acreditar que a verdade acima de tudo é o bem supremo.” Com este texto o autor demonstra a existência de uma crença na ciência que é baseada na inteligência, mas ainda é limitada pela vontade pessoal de até onde se deve ir à busca pela verdade.

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  20. A relação existente entre ciência e religião - quando se observa a busca de ambas pela verdade acerca dos fatos - diz respeito principalmente a antiga procura dos homens por um conhecimento que se julgue como verdadeiro. Onde segundo as palavras do autor do artigo filosófico “Fé na Verdade” Daniel C. Dennett “A ciência é apenas mais uma religião... Afinal a crença no poder do método científico é um credo tal como os credos religiosos” sendo portanto “uma questão de fé tão incapaz de confirmação independente... como qualquer outro credo”. Isso torna-se perceptível até mesmo no próprio conceito de verdade, que abre margem à inúmeras teorias e crenças que não estão necessariamente corretas, o que reflete a problemática de que não há como estabelecer algo como verdadeiro ou falso, pelo fato desses termos serem relativos e demasiadamente subjetivos, dependentes não só de fatores externos a nós como também de fatores advindos de nossa própria percepção.
    É fato que nem todas as pessoas desejam saber a verdade sobre todas as coisas, tendo que existe uma resistência proveniente de que “a verdade pode magoar”, que nos faz nem sempre ambicionar a verdade acerca de tudo, por não ser ela, por vezes, agradável aos nossos princípios morais ou sentimentais, optando portanto por viver na ignorância do ledo engano. O que demostra que nem sempre o impasse de descobrir o que é verdade é de caráter epistemológico e sim pode ser concernente a questões do caráter de cada indivíduo em particular.
    Qual seria então o comprometimento dos indivíduos com o conhecimento e a verdade acerca das coisas? Partindo-se do pressuposto que os indivíduos, em sua grande maioria, tem uma resistência pessoal no que diz respeito a verdade, sabemos que alguém quer seja cientista quer seja religioso, deseja demonstrar suas “verdades” acerca de sua percepção singular da realidade .
    Mesmo sabendo que o mundo científico sobretudo o das ciências naturais (física, química e biologia) anseia por demonstrar sua versão da realidade pela reprodução do mundo “real” em um laboratório, não quer dizer que este tipo de conhecimento é baseado em fatos e não em crenças, pois devemos atentar ao fato que mesmo o conhecimento científico demanda pela vontade do cientista em acreditar naquilo que está sendo demonstrado.
    As divergências entre a busca pela realidade no conhecimento científico ou no conhecimento religioso que se devem ao fato de que o científico está vinculado ao pensamento racional sedimentado através do método experimental, enquanto o religioso não possui base experimental por estar mais intimamente vinculado com a fé que se deposita em determinados dogmas.
    Entretanto como relata Dennett “a veneração à ciência – cientismo – é muito semelhante as atitudes do devoto”. Onde o “máximo bem dos cientistas é a verdade”, fazendo eles “da verdade o seu Deus”. Isso não quer dizer que a ciência pode ser considerada a detentora da verdade, sendo também uma espécie de fé. Segundo as palavras do autor “A ciência é apenas mais uma religião... afinal a crença no poder do método científico é um credo tal como os credos religiosos”. Onde podemos inferir portanto que ciência e a religião não são diametralmente opostas como se imagina, pois a ciência também necessita da força de vontade do observador em entender e acreditar nos fenômenos, buscando uma – até a atualidade não encontrada - “verdade sobre a realidade”.

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  21. Devido à extensão do texto, comentarei cada subtítulo separadamente (incluindo os vídeos).

    1. É a ciência uma religião?
    > Não concordo em associar ciência com religião. A ciência é mais exata, é possível prová-la, experimentá-la e questioná-la. A religião é algo mais pessoal e em sua grande maioria arcaica e preconceituosa. Mesmo como mencionado no texto, as semelhanças hierárquicas e até o fanatismo entre ciência e religião não justifica uma comparação.

    2. O primado da verdade
    > O desenvolvimento da ciência se deu pela busca da verdade. Mas essa busca da verdade surgiu devido a capacidade de comunicação humana, trazendo a dúvida e a discução de diversos assuntos uma forma de desvendar esses "dilemas".

    3. A ciência como a tecnologia da verdade
    > A ciência está ai para se "auto-aperfeiçoar" e tentar esclarecer as dúvidas que surgem e as que ainda persistem, trazendo uma resolução sensata e sem "achismos" ou sem nenhum fundamento (digo provas), não levando em consideração a religião como uma prova concreta.

    4. Epistemologia: tentar dizer a verdade acerca da verdade
    > Muitas vezes alguns, em sua busca pela verdade, procuram por algo que eles previamente queiram.

    5. A verdade pode magoar
    > Todos devem ter direito aos instrumentos de informação que os conduzem a verdades (ou não). Uma cultura não precisa ser destruída ao descobrir uma verdade "trágica" sobre a mesma. Cabe às pessoas saberem se posicionar e ter uma mente aberta para aceitar certas informações, mas ao mesmo empo dar valor à sua cultura(e a outras também), algo valiosíssimo e que está cada vez mais decadente.

    Ciência vs Religião - O Quebra-Cabeça da Vida
    >Basicamente reconhece que a relgião fez da história e da verdade o que quis e impos sua verdades sem fundamentos concretos e esclarecedores. Antigamente poderia até fazer sentido, mas provas surgem, mudando várias coisas e explicando diversas outras, não fazendo sentido colocar uma divindade inexplicável como criadora de tudo.

    A ciência é onipotente? (Craig vs Atkins)
    > O defensor da religião mesmo disse que aceitamos algumas verdades racionalmente, a ciência não pode explicar (ainda ou nunca), mas não é motivo para reconhecer a existência de uma divindade ou não. Essa busca por verdades "imateriais" são muitas vezes sem sentido.

    Richard Dawkins - Fé e Ciência
    > A ciência se baseia em evidências e reconhece o seu avanço. A religião se baseia na fé, não é possível explicar, apenas impor, explicando o por quê de tanta refutação perante à religião e exaltação da ciência.

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  22. O texto de Daniel C. Dennett começa evidenciando as semelhanças entre ciência e religião de forma interessante, citando suas hierarquias, burocracias e, inclusive, suas "instalações grandiosas e esotéricas".
    Mas, a forma de se atingir ou justificar a Verdade em ambos os princípios (Ciência e Religião) é divergente. A primeira, caminha em direção à verdade a partir da racionalidade, com pesquisas, estudos, experimentos, etc. A segunda, baseia-se, exclusicamente, na fé sobre suas doutrinas religiosas.
    Na minha opinião, respondendo ao título do primeiro tópico do texto, a Ciência não é uma religião, justamente por causa dessa enorme discordância.

    O autor também pontua a importância da busca pela verdade. Dada a capacidade que o homem tem de raciocinar, questionar sua existência ou das coisas ao seu redor, por exemplo, torna-se inevitável. Daí, surgiu a dúvida e, consequentemente, nasceu o constante interesse acerca da Verdade, existente até os dias de hoje.

    Porém, há casos em que a verdade nem sempre é desejada, pois ela "pode magoar". Casos estes que Dennett considera como exceções e cita diversos exemplos no próprio texto. Com isso, princípios morais e/ou sentimentais podem ser destruídos.

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  23. O texto da semana (Fé na Verdade) é longo e a conexão entre os vários temas tratados deixa a desejar. Aborda inúmeros assuntos interessantes, porém a costura entre eles apresenta muitos fios soltos.
    De início, o autor procura relacionar ou confrontar fé, ciência, religião e matemática e as posturas humanas frente a esses temas. Conclui que a fé na verdade é superior às demais. O termo “Verdade” aparece meio jogado na trama, como sendo o maior bem dos cientistas.
    Em seguida, discutindo a supremacia da verdade, apresenta a espécie humana como a que descobriu a dúvida. E com ela, o valor da verdade. A ciência vem como produto da tecnologia da verdade. O autor busca, a partir de exemplos de diversas áreas, ressaltar a importância da verdade para a investigação científica, os questionamentos, a análise dos métodos, a “fé que os cientistas depositam na verdade”, não uma fé sem fundamento, mas sim a fé que provém do fato de várias pessoas, independentemente, alcançarem os mesmos resultados.
    Depois de mencionar epistemologia (Teoria do Conhecimento) aborda assuntos menos expressivos como a verdade a todo custo ou sua omissão em casos especiais e muito particulares.
    Com relação a esse assunto, meu ponto de vista é que a devo procurar me guiar por ela (Verdade), porém não fazer dela o meu “Deus”. Há inúmeras situações na vida humana em que a verdade é irrelevante; não traz benefício algum, podendo até provocar danos desnecessários. O uso de “bom senso” e de “livre arbítrio” vem primeiro.
    Vale também uma reflexão sobre o caráter absoluto ou relativo da Verdade. Como relativo, entendo o conhecimento parcial da Verdade devido a limitações humanas e não o seu falseamento intencional.
    O texto é encerrado com um questionamento sobre problemas envolvidos na apresentação ou não de verdades tecnológicas a culturas mais primitivas.

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  24. Em primeiro lugar, achei o vídeo "A ciência é onipotente?" sensacional! Pela primeira vez na vida, vi o lado religioso apresentar um argumento que realmente fosse convincente no debate "Ciência x Religião", e não se justificasse apenas em crenças e opiniões pessoais.
    Entretanto, vejo no vídeo "O Quebra-Cabeça da Vida" uma bom contra-argumento: lacunas inexplicáveis, hoje, talvez possam ser explicadas conforme o desenvolvimento e aperfeiçoamento da ciência. Inclusive, esse é um dos pontos que faz com que eu veja a Ciência à frente da Religião - sua capacidade de "evoluir".
    A religião, por outro lado, cada vez mais parece se firmar apenas em suas próprias crenças. (E, como diz o último vídeo) Nada disso seria prejudicial se envolvesse apenas a instituição religiosa e seus seguidores; mas não se limita a isso. O exemplo da condenação do uso da camisinha é perfeito para representar essa idéia - milhões de vidas são afetadas em todo o mundo, apenas por causa de uma crença que se auto-justifica, não tendo outra justificativa senão sua própria ideologia (Algum Deus condena seu uso, e não há nada que se possa fazer).

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  25. Nesse texto, Daniel C. Dennett trata da ciência e seu compromisso com a “verdade”. Sabe-se que a busca da verdade pela ciência é embasada na lógica, na experimentação, em provas concretas. Percorre-se um longo caminho a partir da ignorância para chegar ao conhecimento, o problema, porém, é reconhecer se o conhecimento alcançado é verdadeiro. A partir desse ponto é que surgem os conflitos, uma vez que há diversas “verdades” que a ciência não é capaz de explicar.
    Nesse contexto, o autor compara a ciência a uma religião, sendo que os cientistas buscam, com toda a fé e vontade, respostas para as mais diversas questões da mesma forma que os religiosos se “agarram” à sua crença e fé em Deus. Ainda sob esse ângulo, me parece, de certa forma, que a ciência “inveja” a religião, pois essa última impõe as verdades que julga necessárias e os fiéis não as questionam, apenas seguem. Já na ciência, tudo deve ser meticulosamente provado para ter força de verdade e, mesmo assim, pode sempre haver alguém que conteste isso e prove o extremo contrário como verdadeiro.
    Ao julgar as “verdades”, tanto da religião quanto da ciência, algo que elas têm em comum é que ambas são calcadas em informações que dizem respeito ao interesse de quem as estabelece. Religiosamente isso é relativamente fácil de se ver, entretanto, para se notar isso na ciência, demanda-se mais esforço, mas é possível perceber. A exemplo disso, pode-se citar os maciços investimentos em pesquisas que, se derem resultado, acarretarão em lucros, enquanto que setores menos lucrativos, mas que ajudariam grandes contingentes populacionais, ficam no esquecimento.
    A partir disso, surge outro ponto no texto, que diz respeito ao comprometimento real das pessoas com a verdade. Até que ponto as pessoas querem realmente saber o que é verdade? Certamente há limites para o que deve ser revelado ou não. Como diz o autor: “A verdade pode magoar”.
    É fato que todos alegam que desejam sempre saber a verdade de tudo, mas como discutido em aula, quando se pensa mais profundamente sobre o assunto, é mais sensato que não se saiba sobre tudo, seja porque o mundo funciona por que existem perguntas a serem respondidas (e o que vivemos nada mais é que a busca interminável pelo conhecimento), seja porque há coisas que apenas não gostaríamos de saber ou que os outros soubessem (assuntos pessoais, por exemplo).
    Dessa forma, creio que mesmo que sejamos movidos pela busca da “verdade” em questão, ela não deve ser uma obsessão, já que em diversas vezes, a verdade sobre algo pode ser relativa, sujeita a contestações ou mesmo imposta, sem aberturas para dúvidas, ou ainda mesmo porque não queremos realmente saber a verdade, buscamos por ela, mas as vezes com receio de realmente encontrá-la.

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  26. Dennet, em “Fé na Verdade”, divide o seu texto em cinco tópicos. No primeiro tópico, “É a ciência uma religião?”, Dennet compara a ciência com a religião. Essa comparação inclui características semelhantes entre ambos dentre as quais podemos destacar: hierarquias entre funcionários, grandes instalações, missionários(religião) e professores(ciência), fé em Deus e fé na verdade. Para os cientistas, a fé é baseada na verdade, fé partilhada por quase todos da nossa espécie, fé muitas vezes apenas rejeitada apenas quando se contrapõe à verdades religiosas.
    Na continuação do texto (“O primado da verdade”), Dennet expõe a idéia de que o ser humano é o único ser vivo que domina a realidade e que está em busca constante pelas verdades da vida. Primeiramente inventamos a cultura seguida de meditação, aritmética, mapas e escrita e este conjunto resulta no objetivo final: a verdade, almejada através da ciência.
    Os métodos científicos para chegar à verdade não são completamente seguros, mas são sempre aperfeiçoados sempre que um defeito é descoberto, ou seja, são desenvolvidos métodos, métodos estes, que tornaram heresias do passado em verdades do presente
    Em seu quarto tópico, Dennet aponta que ao concordar que a verdade é importante, tenta-se definir o que é a mesma afinal. Esta se mostrou uma tarefa difícil – os fatos correspondem à verdade? Um cientista não deixa se influenciar por uma suposta verdade que deseja e que o levará ao sucesso? A religião não possui verdade por ser baseada em textos sagrados ao invés de provas? E assim se mantêm a busca contínua pela Verdade da Verdade.
    Para concluir o texto, Dennet argumenta que a verdade pode magoar e que esse seria um motivo de muitas pessoas optarem a viver às cegas. Algumas pessoas não aceitam os métodos científicos de provas, outras são protegidas por suas crenças religiosas e algumas preferem se manter inerte a tudo isso.
    Após a leitura do texto e de interpretar suas idéias principais, compreendi que o conhecimento humano é apoiado por convenções que derivam de nossa vontade e que este conhecimento vem do estímulo/esforço de responder nossas dúvidas e questionamentos. Se são nossas vontades que definiram as regras para se obter um conhecimento, como este conhecimento pode ser 100% confiável e não sofrer influência de nossos anseios pessoais? Por sinal, a fé religiosa não exige esforço, ela apela para a nossa vontade pessoal e é intransferível. Outro problema encontrado é com relação à definição do conhecimento verdadeiro é a teoria da Verdade. Como o autor mesmo citou, nem todos querem saber a verdade (resistência natural de conhecer todas as verdades) e também não é possível obter uma verdade absoluta, que agrade a todos e que não dê aberturas para mais questionamentos. A ciência exige razões, mas como uma cadeia de razões, tem seu término e deixa dúvidas no ar.

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  27. Dennett tem por objetivo maior de seu texto, mostrar-nos que o único compromisso, e única meta do cientista é a verdade; mesmo que os conceitos e aspectos que delimitem essa verdade ainda não tenham sido definidos, e tenham sido motivo de grandes discussões. Nesse trecho do texto, a opinião de Dennett quanto à valorização e busca da verdade pelos cientistas se mostra bem clara: "Não, a nossa fé na verdade é, verdadeiramente, a nossa fé na verdade — uma fé partilhada por todos os membros da nossa espécie, mesmo que exista grande divergência nos métodos admitidos para a obter. A assimetria acima referida é real: a fé na verdade tem uma primazia que a distingue de todas as outras fés." Nota-se, na última frase desse trecho exposto, que Dennett desvaloriza grandemente os outros tipos de fé, e levando-se em conta a sua insistência em fazer paralelos entre ciência e religião (até porque é esse o tema do texto), Dennet referia-se principalmente à fé religiosa.
    No vídeo 1 e 3 indicados pelo Prof. Peluso, e também no próprio texto de Dennet, os cientistas argumentam que a religião foi criada como modo do homem primitivo justificar a existência das coisas que não conseguia explicar: não conseguia explicar porque o Sol brihava no céu de dia, se punha ao oeste e a lua iluminava a noite; portanto, devia o movimento dos astros e a sua criação a um ser superior, que era o deus. As religiões e as crenças em deus daí se originaram, portanto.
    Particularmente, já que me é dada a oportunidade de criticar o texto e vídeos, e exibir minha opinião sobre o assunto que eles abordam, exponho minha opinião de que penso que essa teoria criada para explicar a origem da religião é extremamente preconceituosa, rementendo aos religiosos uma posição de extrema inferioridade intelectual e psicológica, já que remete à fé na religião e em Deus a um medo do desconhecido e sustentada apenas pela palavra de grandes líderes, e não à uma atitude racional e destemida de assumir perante um mundo preconceituoso que crê em algo cujas provas não são -na maioria das vezes - empíricas, como aquelas que a metodologia científica tanto enaltece.
    Os cientistas talvez, ao criticar de forma tão ferrenha a religião, se esquecem de que algumas teorias científicas não são inteiramente provadas, e chamam de "mistérios" os aspectos das teorias que não são bem explicados, e não os consideram falhos por não terem evidências que os comprovem, dizem que um dia esses elos aparecerão. Um belo exemplo das "teorias misteoriosas" científicas é o surgimento do mundo e de como surgiram os primeiros organismos vivos na Terra: ninguém sabe dizer ao certo se os primeiros seres vivos foram autótrofos ou heterótrofos.
    Ora, não quero ser cega apenas porque sou religiosa; a ciência é, sem dúvida, um presente a todos nós, devido ao progresso que proporciona à vida humana, com suas invenções tão práticas e necessárias, e às explicações que é capaz de nos dar acerca de muitos mistérios que rondam a mente humana há séculos; mas não é necessário engradecer seus maravilhosos feitos através do desprezo da religião e de seus seguidores. Inclusive, muitos grandes cientistas e pesquisadores eram religiosos, tomando como exemplo o indefectível Isaac Newton, que tanto esclareceu-nos acerca do universo e tantas leis descobriu. Então, tomando o gênio Newton como exemplo, fica-nos a pergunta: Será que é realmente necessária essa separação entre religião e ciência? Será que elas não podem andar de mãos dadas?

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  28. O texto de Daniel Dennett no meu ponto de vista levanta a questão fé religiosa versus fé na verdade (científica), considerando assim a fé religiosa oposta obrigatória a fé na verdade. No seu texto, defende a ciência, refere-se a ela como sendo a “tecnologia da verdade”, atenta que “os métodos da ciência não são completamente seguros, mas podem ser constantemente aperfeiçoados” em contraponto com a fé religiosa, que impõe conhecimento incontestável e não é aberta a aperfeiçoamentos. Ciência também impõe conhecimento, porém explica como ela se fundamentou nisso.

    Discorre também a respeito de que há problemas complicados na hora de dizer o que é verdadeiro, não tem uma teoria da Verdade que seja absoluta, completa. “Perceber o que é verdade acerca da verdade, contudo, acabou por se revelar uma tarefa difícil”. O autor não se detém a esse problema, levanta, portanto, que na verdade, o nosso compromisso com a verdade não é completo, que não quero toda a verdade, e nem queremos que todos saibam da verdade (como discutido em sala de aula).

    Agora, ao meu ver, é colocada excessiva fé na ciência, sendo que ela, por diversas vezes, se descobriu equivocada, como no vídeo "A ciência é onipotente?" , em que os argumentos contra os conhecimentos científicos já estabelecidos são arrasadores. Realmente, algumas bases científicas se mantém sobre uma fina camada de suposições. E a ciência, apesar de seu grande valor visto pelos outros, não consegue explicar tudo no mundo e nem conseguirá. Quando em um hospital, um paciente desacreditado, praticamente condenado a morte, da noite para o dia é curado, os médicos tem de concordar que “foi um milagre!”. Por mais fé que se tenha na ciência, sabemos que ela jamais atingirá toda a Verdade. A Verdade absoluta não pertence aos humanos, ela é divina. Infelizmente, a fé religiosa, fé em um Deus perfeito, não é para todos. Vivemos em um mundo descrente, incrédulo em que o simples fato de crer em Deus é misticismo, ultrapassado, falta de conhecimento do mundo, ou vontade de permanecer na ignorância. A fé religiosa não falta lacunas, nem abre espaço para aperfeiçoamentos, por já é perfeita em si. As sagradas escrituras não se contradizem, pelo contrário, dia após dia é visível o cumprimento das mesmas, é assim justificada por si própria.

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  29. No texto “Fé na Verdade”, Daniel C. Dennett faz um paralelo entre ciência e religião visando encontrar aspectos comuns e díspares entre os dois, considerando o fato de que tem sido muito difundida a ideia de que a ciência seja apenas mais uma religião, baseada em crenças produzidas por ela mesma. Ao longo do texto o autor levanta pontos como a capacidade humana de diferenciar a aparência da realidade, habilidade que outros animais substituem pelo instinto de sobrevivência. Ele sustenta que essa habilidade é a responsável pela descoberta do homem sobre a dúvida, sendo esta o principal impulso da ciência. Desenvolvendo esse argumento, Daniel C. Dennett afirma que a melhor cura para a dúvida é a busca pela verdade, mas admite que a definição de “verdade” é extremamente problemática, uma vez que não há maneiras de prová-la, sem contar o fato de que muitas vezes ela se torna indesejada ou inconveniente; como é citado no texto o exemplo de que a implantação de novas tecnologias (fornecidas pela ciência em sua busca infindável da verdade) na vida de povos com culturas milenares suprime muitos de seus rituais e crenças. O autor exprime que esses povos fizeram progresso ao utilizar essas novas técnicas, ou seja, descobrir uma face mais “verdadeira” sobre a essência e funcionamento do mundo a seu redor. Usando essa mesma lógica, é possível deduzir que a verdade coexiste à mentira, já que só é possível que se encontre a primeira quando a segunda prevalece. Então chegamos ao ponto polêmico do texto: se a ciência possui metodologias extremamente eficientes e melhoradas a cada dia na busca da verdade, e a religião não pressupõe questionamentos a cerca da realidade apresentada.. pelo menos em minha visão pode-se dizer que, desse modo, a religião se torna submissa e suscetível a uma grande série de mentiras e métodos ultrapassados. Apesar de reconhecer falhas na ciência, o autor insiste em falar que ela, juntamente com a tecnologia “constitui o nosso mais valioso bem de exportação”. Não discordo dele no fato de que a tecnologia derivada da pesquisa científica traz inúmeras facilidades ao cotidiano, porém penso ser extremamente incompatível tentar afirmar que a religião é apenas uma venda nos olhos de pessoas pouco corajosas para enfrentar a verdade. O fato é que se os cientistas têm dentro de si essa inquietação incessante de buscar a verdade, eles devem fazê-lo, porém sem desmerecer nem tentar invalidar a realidade de que muitas pessoas já conhecem uma verdade muito mais profunda a fé , que deve ser respeitada em qualquer circunstancia. Até porque se prestarmos atenção veremos que ciência e religião partem de pressupostos completamente distintos, enquanto a primeira questiona tudo e quer provas para tudo (ficando inúmeras vezes sem alcançá-las) a segunda é baseada em certezas solidificadas pela fé, e essa nenhum cientista tem meios de questionar ou negar, pois nunca poderá convencer uma pessoa realmente crente em seus princípios interiorizados de que eles são falsos. Não posso dizer que o contrário é verdadeiro, pois conheço várias pessoas que repensaram suas opiniões após ter contato com algum tipo de crença religiosa. Por esse lado, concluo que a ciência também não passa de uma espécie de crença que hiperboliza a capacidade e independência humanas.

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  30. O texto trata basicamente da diferença entre fé religiosa e fé na ciência, ou como diz o autor, fé na verdade.
    A ciência e a religião, ambas são cheias de crenças e são apoiadas na vontade humana. Na ciência, essa vontade vem da suspeita, do ceticismo, da argumentação das razões, na busca por respostas. Na religião essas práticas, essas crenças, segundo foi discutido, não são processadas através do intelecto; seus conteúdos não são demonstrados pela argumentação, mas pela vontade de acreditar, pelo querer, pela fé.
    A ciência não se contrapõe totalmente a isso; é preciso disposição, vontade e até mesmo fé para encontrar o conhecimento cientifico.
    Mas pelo que discutimos, suas semelhanças param por aqui.
    O conhecimento científico viria para preencher as lacunas deixadas pela religião. Com o quebra-cabeça montado, ela perderia os motivos para existir, ela seria apenas superstições que se afastam cada vez mais da verdade.
    Porém, não podemos esquecer que a ciência também tem suas superstições. o empirismo por exemplo: ele funciona? É válido?
    De acordo com o material apresentado, Deus seria uma necessidade do argumentador e não da argumentação propriamente dita.
    Porém dizer que a fé religiosa não é válida porque supostamente vem da falta de conhecimento, seria falácia genética, uma vez que invalida algo por causa do sujeito que a defende.
    Não podemos nos esquecer também que a ciência não é absoluta, ela é limitada.
    Por exemplo: ela não pode explicar as verdades matemáticas nem lógicas, ela apenas as pressupõe; não pode provar as verdades metafísicas; a minha percepção de tempo não é algo que a ciência pode explicar; os meus valores morais não podem ser avaliados pela ciência; e nem mesmo a própria ciência pode se justificar.
    Afirmar então que a fé na ciência seria a fé na verdade seria bem pretensioso, uma vez que ela também não é onisciente, e sempre muda suas teses, mas nem por causa disso deixa de ser importante, e junto com a religião, de maneiras distintas, se completam em nossas vidas, a tornando melhor.

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  31. O texto de Paul Barrow, que trata da Fé na Ciência, gera reflexões, assim como os vídeos. Esse texto, diferente do "O que é Ciência" - Paul Davies, é menos conflitante com minhas idéias anteriores.

    A diferença primordial entre a "Fé na Verdade" e a "Fé Religiosa", é a capacidade que a primeira tem de contestação, mudança; diferente da religião, que tem por base as "verdades inabaláveis" (como citado no vídeo "Fé e Ciência"). Outra diferença fundamental é em relação aos "atores" dessas crenças: de um lado os cientístas, que não são considerados superiores ou absolutos e consideram-se "tão fracos e falíveis quanto qualquer outra pessoa"; do outro, líderes espirituais, que sabem, conhecem a verdade.
    Em relação a possibilidade da ciência de gerar mágoas, acredito que, em partes, esta reside na complexidade do assunto; uma vez que teoremas e formas de medição são muito menos compreensíveis (por serem extremamente explicadas) e mais questionadas, do que histórias milenares de seres superiores, que transcendem os questionamentos humanos. Assim, a fé na ciência parece menos confiável do que a fé religiosa. Por isso acredito que a religião aparece, de fato, pra suprimir necessidades de bem-estar em relação a questionamentos em torno do científico (uma vez que dúvidas sobre certos assuntos são mais dolorosas do que certezas muitas vezes infundamentadas).
    Na realidade, assim como citado pela Rachel, acredito que a ciência e a religião, unidas podem se completar, melhorando as vidas de muitas pessoas.

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  32. Mais uma vez o embate entre ciência e religião.
    Tanto texto, quanto vídeos, tendem a nos fazer refletir sobre a capacidade e o alcance dessas duas correntes de pensamento.
    Tanto fé científica, quanto fé religiosa, possuem suas contradições e seus méritos.
    Argumentos preciosos são apresentados e uma absorção primorosa de tais fatos se faz necessária para dar prosseguimento em tal discussão que perdura há séculos.

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  33. O embate entre ciência e religião já dura séculos e séculos, e Daniel Dennett só faz questão de colocar mais lenha na fogueira com seu artigo. Ele, assim como muitos outros, defende, hipocritamente, uma ciência respeitadora que se diz tolerante a outras crenças. Mas sabemos que não é bem assim, e isso é nítido no texto.
    O autor não se cansa de criticar a religião usando de diversos argumentos, e chegando a desrespeitar e desmerece-la. Ele tem problemas em admitir que não exista um conceito de verdade, o que leva ao fato de não ser possível elevar um padrão sobre outro. Como vemos no trecho: “Se o summum bonum ou máximo bem dos cientistas é a verdade, se os cientistas fazem da verdade o seu Deus, como já foi defendido, não será esta uma atitude tão situada quanto o culto de Jeová, de Maomé, ou do Anjo Moroni? Não, a nossa fé na verdade é, verdadeiramente, a nossa fé na verdade — uma fé partilhada por todos os membros da nossa espécie, mesmo que exista grande divergência nos métodos admitidos para a obter. A assimetria acima referida é real: a fé na verdade tem uma primazia que a distingue de todas as outras fés.” Onde ele chega a comparar a fé na verdade cientifica as religiões, mas logo depois as menospreza. Primeiramente até chego a concordar com ele neste trecho, pois a fé que a comunidade cientifica põe em sua própria ciência hoje já chega a se tornar uma religião fanática, que pode ser considerada até xiita, considerando essa palavra como uma expressão que significa fanatismo religioso. Porém, posteriormente, ele diz que graças ao método cientifico é possível ter a ciência em um patamar acima das outras fés. O que discordo veementemente, pois é inadmissível que algo que tem como um dos princípios fundamentais a afirmação de que é sujeita a falhas e não é detentora da verdade absoluta possa ser superior a outras crenças.
    Isso chega a parecer utópico, mas acredito que no momento que todas as partes começarem a desistir dessa corrida rumo à posse da Verdade, e começarem a respeitar as verdades dos outros poderemos alcançar inúmeras vantagens para o nosso planeta. E isto deve partir da ciência, que graças a sua arrogância é a principal responsável pelo embate que temos hoje.

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  34. parecem incompatíveis as visões de mundo da ciência e a da religião, logo parece que uma necessariamente precisa difamar, denegrir, e tomar por falso tudo o que a outra diz. Porém parece-me que cabe á ciência deixar essa “rixa” de lado e não entrar na questão religiosa, visto que, para mim, a ciência não é e nunca foi uma religião. Os cientistas devem ser céticos na busca por novas verdades, o que já distancia a ciência de uma visão religiosa, que toma por verdadeiras premissas preestabelecidas desde seu fundamento. Cabe também ás instituições religiosas deixar que a ciência caminhe pelas próprias pernas e não tentar impedir o avanço em áreas que possam levar à descrença destas por parte de seus fiéis. Se estas instituições estão tão seguras de suas convicções, não devem temer possíveis descobertas da ciência que as desacreditariam.
    Está discussão entre religião e ciência existe desde que esta passou a contestar crenças estabelecidas por aquela. Porém, não me parece plausível argumentar que o propósito da ciência seria esse. É muito mais aceitável dizer que o intuito da ciência é, na verdade, tentar descobrir a realidade das coisas, independentemente da crença de uma ou de outra religião.

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