quarta-feira, 22 de setembro de 2010

6. TEMA 3 - "CIÊNCIA E IDEOLOGIA"

Caros alunos,
Após ler os textos: “Prefácio”
(disponível em: http://www.marxists.org/portugues/marx/1859/01/prefacio.htm ) e
“O Método da Economia Política”
(disponível em:
 http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/cv000054.pdf ),
em “Para a Crítica da Economia Política”, de Karl Marx, elabore um comentário registrando suas impressões sobre o que vc. leu e envie para postagem.

Vc. tem até o dia 06 de outubro para enviar o material.

EXAMINE O MATERIAL DISPONÍVEL EM:

http://www.youtube.com/watch?v=5mBwkKNyo4M

http://www.youtube.com/watch?v=EaVbYyky-Bw

LEIA O MANIFESTO COMUNISTA (Marx e Engels) DISPONÍVEL EM:

www.ebooksbrasil.org/adobeebook/manifestocomunista.pdf




31 comentários:

  1. A partir da leitura do texto, “Prefácio”, é possível constatar os focos dos estudos de Marx. Durante sua investigação, Marx estudou as relações materiais que envolvem a vida e essas relações são conhecidas pelo o que chamamos de sociedade civil. A sociedade civil tem como base a economia política e Marx tira a seguinte conclusão com relação a isso: ...”na produção social da sua vida os homens entram em determinadas relações, necessárias, independentes da sua vontade, relações de produção que correspondem a uma determinada etapa de desenvolvimento das suas forças produtivas materiais.” Ou seja, a relação de produção constitui a sociedade de uma maneira, tal que, acaba se tornando, de certa forma, a base da sociedade e seus parâmetros são determinados pela implicação de riqueza de certo grupo ou indivíduo.
    Continuando a linha de pensamento de Marx, notamos que o autor acredita que a consciência não é a responsável por determinar o modo de ser do homem em geral, mas sim, o seu ser social (lugar que o homem ocupa na relação de produção) que acaba por determinar sua consciência. Por exemplo, um homem nascido em uma família humilde, com uma renda familiar abaixo de mil reais/mês, três filhos para criar, deixa de ir a um restaurante caro não por questão de privação, mas sim porque está fora da realidade a qual ele pertence, ou seja, é a relação de produção que acaba por implicar em suas atitudes diárias.
    Por fim, é exposto o conflito gerado pelas relações de produção e as próprias forças produtivas. Este conflito pode resultar em uma revolução social e esta, em mudanças na estrutura de produção. Podem-se distinguir duas mudanças principais: a primeira nas condições econômicas de produção e a segunda envolve mudanças ideológicas, ou seja, o conjunto de idéias que satisfazem os interesses de determinado grupo, mudam.
    Após a leitura dos textos, conclui que as teorias desenvolvidas pela humanidade incluem respostas sobre religião, ciência, costumes, divisão de classes, entre outras questões e tem como panorama resolver todos os problemas globais e sociais envolvidos no contexto vivido/estudado, usando como ferramenta para isto, o trabalho intelectual. Marx mostrou em seus estudos que, a riqueza baseada na exploração (capitalismo), surge a partir da idéia de propriedade, porque a partir da propriedade, ocorre a consolidação de diferenças tantos sociais como econômicas que acabam por se revelar em estruturas invisíveis e que regem o mundo, inclusive atual. Diferente da sociedade primitiva, onde provavelmente a riqueza era comunitária e onde as relações de produção se mantinham iguais para qualquer indivíduo, vivemos em um mundo onde existe o explorador (burguês) e o explorado (proletariado) e essa cadeia de exploração se manterá até que um regime socialista ou comunista seja instaurado, o que é muito difícil em um contexto mundial, pelo menos ao meu ver.

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  2. Eu gostaria de adicionar alguns pontos aos meus comentários feitos em aula. Primeiramente queria expor meu pensamento sobre o Marxismo na atualidade, a meu ver este necessita urgentemente de uma reformulação para permanecer relevante como uma alternativa tanto como forma de pensamento tanto como uma forma de estrutura econômica, pelo simples fato de sua premissa principal não ser valida nos dias de hoje. Com a diversificação e alteração do próprio modo de trabalho, a classificação de toda a população mundial em dois grupos antagônicos não pode ser mais feita, não é possível caracterizar as pessoas como proletários (explorados) e burgueses (exploradores), já que há um número extremamente maior de relações possíveis no setor de trabalho hoje em dia do que estes dois. A idéia posta que somente indivíduos que trabalham em fábricas são explorados e que estes não exploram ninguém esta falha por duas razões, a primeira por descartar completamente o trabalho intelectual, e a outra de mesmos os funcionários que trabalham em fábricas possuem hierarquia, e assim um sistema de exploração entre si mesmos.
    Outra idéia que eu não concordo é a que a ciência não pode ser desvinculada de sua ideologia e que assim há várias formas de ciência. Eu critico esse pensamento já que essa forma de pensar ajuda a fragmentar as ciências ao invés de unificá-las.
    Para finalizar digo que se o colégio marxista não se atualizar para a situação atual do mundo seus ideais permanecerão somente ideais, nunca sendo postos em prática.

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  3. Karl Marx, que viveu na Europa do século XIX, foi um dos maiores estudiosos da realidade social, apontando em sua época os paradigmas problemáticos enfrentados pela sociedade industrial.

    As relações sociais eram determinadas pela posse de propriedades e, através do sistema capitalista a propriedade dos meios de produção estava restrita à minoria da população, acentuando assim a diferença entre classes:
    • Minoria Burguesa (proprietários dos meios de produção)
    • Maioria de Proletários (trabalhadores assalariados)

    Com esta divisão, grande parte do que se produz e consome fica nas mãos da burguesia, enquanto os proletários trabalhavam extensas horas diárias e não tinham a possibilidade de crescimento econômico e de acesso aos produtos, frutos de seu próprio trabalho.

    O que Marx aponta, é que esta relação entre o explorador (burguês) e o explorado (proletário) está gerando um novo movimento de revolta, onde a classe operária se fortalece progressivamente, e que isto culminará numa revolução.

    Marx defende o conflito como força geradora da nova realidade social (igualitária), e aponta como método a erradicação da burguesia, desde suas ideologias e sua cultura, abolindo a propriedade privada. Para o autor o proletariado deve tomar o poder político e econômico estatizando todo tipo de propriedade, onde os meios de produção de riqueza devem ser colaborativos e comunitários (Comunismo).

    Mais de um século se passou desde a primeira publicação das teorias marxistas, e hoje em dia se nota como muitas de suas análises ainda fazem sentido. O mundo se modificou nestes tempos e, as ideias de Marx influenciaram revoluções pelo mundo, mas o que se verificou é que na prática a proposta é bem mais complexa do que em sua forma teórica.

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  4. Uma parte interessante esta na visão de Marx sobre a relação de consumo e produção.

    Para ele o ato da produção também é o ato do consumo , pois ao fazermos determinado objeto , é necessária a: utilização de matérias primas; combustíves;desgaste do maquinário de produção, assim havendo um consumo na produção do bém. Esta parte esta expressa em :
    "Duplo consumo, subjetivo e
    objetivo: o indivíduo que, ao produzir, está desenvolvendo as suas capacidades,
    está também dispendendo-as, isto é, consome-as no ato da produção, tal como na
    procriação natural se consomem forças vitais. Em segundo lugar: consumo dos
    meios de produção utilizados, os quais se desgastam e se dissolvem em parte
    (como na combustão, por exemplo) nos seus elementos naturais; do mesmo
    modo, as matérias-primas utilizadas perdem a sua forma e a sua constituição
    naturais: são consumidas."

    O ato do consumo também geraria a produção , pois todo o consumo efetuado gera de uma forma ou de outra a produção de alguma coisa , como por exemplo : quando uma pessoa se alimenta , consome um alimento, este alimento estará produzindo fontes de energia para esta pessoa ou no caso de uma pessoa comprar um carro mais confortável , este veículo estada produzindo maior conforto ao seu motorista .
    Pude concluir que os atos de consumo e produção estão fortemente coligando e não se separam , pois ao se iniciar qualquer um destes dois o segundo será iniciado instantaneamente.

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  5. Karl Marx interpreta ciência como ideologia. Ideologia, ao seu conceito, é uma falsa consciência, uma distorção da realidade, originária da divisão de classes, “reproduz a divisão social do trabalho no seu próprio interior”.
    O fenômeno mais importante que existe na sociedade é as relações econômicas, produção de riquezas, “sobre a qual se ergue uma superestrutura jurídica e política”, e é a base da relações sociais também. É como se as relações econômicas na nossa sociedade fossem a “raiz do problema”, em que todos os conflitos se originam, inclusive os sociais.
    O fato de participarmos do processo de produção de riquezas determina como nós pensamos. A nossa consciência, forma de pensar não determina a posição que ocupamos no processo produtivo, mas sim, o inverso: a posição que ocupamos define nossa consciência. Logo, a ideologia é determinada pela sua posição social.
    Para Marx só há apenas duas classes sociais: a burguesia e o proletariado; aquele que explora força de trabalho, dono da propriedade privada e o outro que vende força de trabalho, que dele vive. Assim, essas relações de exploração originam duas formas de pensamento distintas e interesses antagônicos.
    Seguindo esse raciocínio, não é de interesse da classe burguesa, dominante, chegar à verdade, pois ela revelaria exploração e alienação, esse papel é dado ao proletariado. Ele é o único interessado em resolver esse conflito, que para Marx, só seria solucionado com o fim do capitalismo, da propriedade privada, que traria uma mudança nas relações sociais.
    O capitalismo e sua forma de ver o mundo se expandiram para o mundo inteiro. Todas as nações tiveram que se apropriar do modo de produção burguês. Parafraseando o texto do vídeo “O manifesto”, a sociedade moderna desencadeou meios tão poderosos de produção como um feiticeiro que já não consegue controlar o poder que ele mesmo invocou.
    A abolição da propriedade privada não é vista como uma grande revolução, posto que ela já é quase abolida; apenas um décimo da população a detém.
    Em suma, o fim do capitalismo = fim da propriedade particular = fim da sociedade de classes (mudança nas relações) = fim da ideologia. E a união do proletariado para realizar essa revolução é essencial.
    Porém, idéias teóricas nem sempre têm sucesso na prática. Vimos que a implantação de uma sociedade igualitária, do comunismo, se deteve a economias basicamente agrárias, e que o resultado foi fome, falta de recursos e crise que levou ao seu próprio fim. Logicamente, os defensores da teoria marxista apontariam inúmeros motivos para a falha nesses países que não afetam sua teoria, mas o que devemos analisar é que nas sociedades capitalistas atuais esse sistema de exploração continua estabelecido e aceito, inclusive pela imensa maioria proletária. Não sei se movidos pela esperança de um dia, sermos burgueses e providos de bens abundantes, ou por acomodação. Sabemos que a situação permanece sem vestígios de qualquer mudança nas relações de produção existentes.
    Marx pretendia resolver todos os problemas da realidade, acreditava cegamente que possuía uma absoluta verdade, como detectamos no fim do texto “Prefácio” que cita a frase provinda da “Divina Comédia”. Hoje, não há uma certeza tão grande no conhecimento científico, como em Marx, pelo contrário, a ciência moderna incentiva dúvida, suspeita, pensamento crítico.

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  6. Caros alunos,
    Chamo sua atenção para um importante argumento crítico do Marxismo que vem reportado na postagem do Christian. Trata-se do argumento que critica a Teoria das Classes Sociais (BurguesiaXProletariado)de Marx. O ponto central do argumento consiste em mostrar a complexidade das relações sociais nas sociedades contemporâneas e a dificuladade de organizar essas relações complexas em apenas duas classes sociais.

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  7. Analisando os textos e com bases em discussões em aula, temos que a teoria de Marx tem a ciência como a grande teoria a respeito da realidade social e, isso decorre do pensamento que esta reflete os interesses das classes sociais dominantes, o que significa que, para Marx, ciência é uma ideologia cultivada.
    O anseio de Marx por compreender toda a esfera global da sociedade e ter respostas para todos os problemas, de fato, obteve certo sucesso, já que sua teoria é funcional quando diz respeito ao início das relações sociais, entretanto, seu pensamento não acompanhou as mudanças e o aumento da complexidade de tais relações.
    A teoria citada é embasada em um conceito de que a sociedade é basicamente formada por dois grupos, o dos exploradores e o dos explorados, sendo que isso se inicia com o surgimento do conceito de individualidade social e propriedade privada. O autor indica que o primeiro modo de produção existente foi o de produção colaborativa (comunitária) e, assim, não havia exploração de trabalho. A partir do momento em que um indivíduo passa a ser dono de uma propriedade e não mais dividi-la com todos os demais, surgem as relações de trabalho, exploração e, portanto, definem-se classes.
    Dessa forma, o conceito de classe social está intimamente ligado ao conceito de capitalismo, já que o surgimento de um determina o surgimento do outro e ambos juntos definem a polarização de poder existente no processo de produção de riqueza, sendo que este é dado pela exploração do trabalho do proletariado (e consequente obtenção de lucro pela burguesia dominadora).
    Os reflexos dessa organização capitalista da sociedade se dão nos mais diversos âmbitos da vida de um indivíduo. Marx entra no campo da mentalidade social e afirma que aquilo que se pensa e a crença que se segue são fortemente dependentes da posição que se ocupa no processo de produção, ou seja, burgueses e proletários tem mentalidades opostas devido à sua classe social. Proletários pensam como explorados em desvantagem e buscam maneiras de mudarem sua situação. Burgueses, no entanto, pensam como dominadores e buscam formas de manter seu poder e não mudar nada. Decorrente desse “pensar específico” de cada classe, Marx afirma a existência de relações exclusivamente intra-classiais, ou seja, cada classe desenvolve dentro de si mesma, relações próprias entre os indivíduos, sendo que outra classe social não possui relações semelhantes, mas as suas próprias.
    Essa complexidade das relações (na visão de Marx) se dá, como já dito, pelo início do pensamento capitalista. Para as relações sociais serem harmônicas, a burguesia e o capitalismo deveriam desaparecer e dar lugar ao socialismo. Esse, para Karl Marx, é o único capaz de desestruturar o sistema de classes firmado pelo capitalismo. A partir do momento em que não há a dimensão do lucro (seja qual for sua forma), não há poder explorador e por conseqüência, não há explorado, seriam todos, portanto, independentes de classes.
    Na minha visão particular, divisão extrema que o autor faz entre “exploradores do trabalho (burgueses) x detentores da força de trabalho (proletários)” é, na contemporaneidade, obsoleta. Em sua teoria, Marx não contemplou os possíveis desdobramentos dessa relação, os quais visualizamos nos dias de hoje, sendo que um explorado pode ser também explorador e assim por diante. Nesse âmbito, considero a teoria em questão funcional na análise do início da definição de classes, entretanto, é falha para analisar o total das relações nos dias de hoje.

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  8. Karl Marx, no conjunto de sua obra, reuniu forças na tentativa de alterar todo um sistema que, pra ele não tinha nada de natural, como até hoje se faz acreditar, mas era um ambiente totalmente formado para beneficiar certas classes de pessoas, no caso em qestão, a burguesia. Para fundamentar sua ideologia, não desconsidera nenhum fator produtivo, econômico ou social, mas reordena-os dando um novo significado a eles e derrubando raízes de conflito social dantes consideradas imutáveis, propondo uma reorganização social, partindo dos fatores de produção.

    A ideologia, enquanto ideologia, se satisfaz, o que nem sempre acontece quando se torna real. É aí que a ciência vem atuar: na seleção racional de ideologias que possuam as condições necessárias para se tornarem práticas, reais.

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  9. Depois de ler os textos e das discussões em sala, vejo que Karl Marx fala muito na relação entra a Burguesia e o Proletariado, onde ele mostra que a Burguesia explora o proletariado, ou seja, a burguesia se beneficia da força de trabalho do proletariado, lucrando muito e pagando pouco aos trabalhadores.
    duas frases me chamaram a atenção no videos postado pelo professor, uma foi "A ideologia dominante é a ideologia da classe dominante" essa frase é uma frase que pode ser considerada valida em qualquer período da historia, sempre a Ideologia dominante foi da classe que dominava, tanto intelectualmente, quanto militarmente. Outra frase que me chamou a atenção foi "Não é interesse da classe dominante chegar a verdade. Isto comprometeria sua dominação de classe, já que revelaria a exploração, alienação e ele como beneficiaria deste processo" essa frase de Marx se encaixaria muito bem nos dias de hoje, no modo de produção capitalista junto da politica, não é interessante para os politicos por exemplo, investir em educação de base, porque com uma boa educação de base as pessoas começariam e questionar o que se passa na sociedade e com isso questionar quem detem o poder, o interesse deles é investir em ensino tecnico por exemplo, onde o aluno aprende uma determinada profissão e nada alem disso, e depois disso ele esta livre para ser explorado pelo mercado de trabalho.

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  10. Ao realizar uma leitura atenta dos dois textos “Prefácio” e “O Método da Economia Política” e tendo como base as discussões em sala e os vídeos recomendados, foi possível perceber que o autor demonstra entender o dinamismo do capitalismo, ou seja, a estrutura da sociedade constituída e evoluída a partir de necessidades econômicas e de requisitos básicos para de certa forma agir nas atividades sociais, o que significa que é preciso analisar e compreender a relação social capitalista dos indivíduos, a fim de torná-los mais eficientes para os princípios morais, culturais, dentre outros. A concepção marxista afirma que “não é a consciência do homem que lhe determina o ser” e neste ponto concordo com o autor, pois na verdade as condições sociais é que ordenam a produção dos bens materiais que às vezes geram certo conflito na relação de produtividade, já que os burgueses (proprietários de terras e donos de comércios) obtêm controle para permanecer no poder e assim dominar os proletários que por sua vez sentem-se em desvantagem por estar em condição de explorados, buscando transformar de alguma forma sua situação.
    Karl Marx parece buscar e interpretar determinadas leis do movimento da sociedade que dirigiriam os processos evolutivos, em que o princípio do autor seria o bem material como objeto inicial para as diferentes etapas do processo histórico de um mundo não conceituado. Resumidamente pode-se dizer que o pensamento do filósofo alemão está relacionado com essa evolução social a partir da luta de classes e adotando o materialismo e a dialética como os dois pontos mais discutidos em sua obra, toma-se como base para o entendimento dessa síntese o seguinte fragmento: ...‘Na produção social de sua vida, os homens contraem determinadas relações necessárias e independentes de sua vontade, relações de produção que correspondem a uma determinada fase de desenvolvimento das suas forças produtivas materiais. O conjunto dessas relações de produção forma a estrutura econômica da sociedade, a base real sobre a qual se levanta a superestrutura jurídica e política e à qual correspondem determinadas formas de consciência social. O modo de produção da vida material condiciona o processo da vida social, política e espiritual em geral’... A partir desse pensamento identifica-se que os homens organizam o modo de produção e relacionando o conceito de ideologia marxista exposta em um dos vídeos, posso dizer que para Marx seria uma situação ilusória, na qual as ideias seriam fundamentais para conhecer a vida real e assim estabelecer a identificação da sociedade para fazer com que o ponto de vista dos exploradores revele-se para todos os indivíduos, preservando a dominação das classes e tentando encontrar um esclarecimento para as diferenças sociais.
    Como uma sugestão para aprofundar o conhecimento da visão de Karl Marx em relação ao desenvolvimento das formas de valor recomendo a leitura da obra “O Capital” que a meu ver serve como uma continuação do pensamento do autor. Nesta obra fala-se sobre a força de trabalho e o significado da mais valia, do processo de troca e de uso.
    Concluindo, volto à questão da luta de classes e da relação entre explorador e explorado. Na perspectiva marxista os exploradores manipulavam o Estado em seu favor, ou seja, obtinham o domínio de sua classe sobre os explorados. Esta questão me remete a refletir sobre qual seria o melhor modo para a construção do caráter social: por meio de uma repressão que estabilizaria a desigualdade entre as classes ou então por uma revolução do proletariado que faria surgir uma sociedade sem divisão de classes? Acredito que seria necessário rever os conceitos organizacionais da sociedade, pois o proletariado é a classe que produz todos os bens para a sociedade, ao mesmo tempo em que são explorados pela burguesia que enxerga no trabalho alheio sua forma para a obtenção do lucro.

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  11. Karl Marx tentou acabar com o mundo de injustiças que ele via e vivia durante o séc. XIX na Europa. Ele acreditava que a dinâmica da realidade é que cria o pensamento. Assim procurou entender as relações entre os indivíduos para entender a sociedade. E percebeu que as relações entre indivíduos estavam diretamente ligadas, com as relações de produção. Ao mudar o valor do que é riqueza, muda as relações de produções, estas tende a se tornar complexas, criando sistemas, assim surge o sistema capitalista, no qual os meios de produção são propriedades privadas.
    A sociedade se dividiu em duas classes, a classe burguesa detentora dos meios de produção e proletariado detentores apenas de sua força de trabalho, que segundo Marx se torna mercadoria no sistema de circulação de capital.
    A classe dominante (burguesia) impõe ao proletariado sua cultura. Por meio da ideologia justifica as relações sociais existentes e expressa os seus interesses, assim à classe dominante não tem compromisso em buscar a verdade, pois revelaria a exploração e a alienação que mantém o sistema.
    Marx acreditava que a sociedade capitalista evoluísse de maneira que a disparidade entre burguesia e proletariado iria se tornar cada vez maior. A primeira classe com um número cada vez maior de capital e menor de indivíduos, a segunda com um número cada vez maior de indivíduos e menor de capital. O que levaria ao rompimento da sociedade, por meio de uma tomada de consciência da classe proletária.
    Mas o que a história mostrou foi o contrário países onde o capitalismo existia com sua evolução, gerou mais capitalismo, não comunismo, países que se tornaram comunistas eram países semi-feudais.

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  12. Segundo o Marxismo a sociedade é dividida em classes sociais. São feitos arranjos da sociedade com relações dos indivíduos de acordo com a posição em que ocupam no processo de produção de riquezas. O fundamento da sociedade seria este então, a produção da riqueza necessária e as relações do indivíduos seriam relações econômicas.
    O modo de produção comunitária, segundo Marx, seria o primeiro tipo de relações humanas. Depois surge a relação de produção de exploração. Da ideia de propriedade(meios de produção de riqueza) surge esse modo de produção, o Capitalismo. Com isso as relações interpessoais vão se modificando, uma vez que essa ideia de propriedade gera conflito e as relações de produção independem da vontade.
    Segundo Marx, no capitalismo, os cientistas são os representantes ideológicos da burguesia e os comunistas são os representantes teóricos do proletariado. Vendo isso, percebemos que não é interessante as classes dominantes chegar à verdade. Isto comprometeria sua dominação de classe, já que revelaria a exploração, alienação e ela como beneficiaria do processo exploratório.
    Marx acredita que esse modelo de sociedade deve ser abolido, deve-se extinguir a separação da sociedade por classes sociais, almejando o modelo comunista. Nas palavras dele “O agente deste processo de abolição é o proletariado, que é a classe revolucionária da nossa época e que traduz em si a potencialidade do comunismo” ou seja, o proletariado é o único que pode resolver esses conflitos da sociedade além de ser também o único interessado.

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  13. Marx, neste texto, evidencia as relações entre produção, consumo e o quanto isto influencia nas relações humanas. Posso até encontrar uma relação destas relações no próprio marketing de hoje, pois as indústrias criam produtos para as nossas necessidades e também necessidade para os produtos que são inventados, assim a produção se baseia no consumo e o consumo se baseia na própria produção.
    Esta relação ocorre de fato, pois nesta sociedade capitalista dividida em burgueses e proletariado, os donos do capital pretendem sempre acumular mais e mais dinheiro e para isso estimulam a população como um todo a consumir, mesmo que isto não tenha uma verdadeira utilidade para os compradores. Podemos até citar a parte relacionada aos anos 50, chamada de Anos de Ouro que Eric Hobsbawn esreve em a Era dos Extremos, pois o autor demonstra que neste período os burgueses deram a seus funcionarios diversos beneficios como plano de saude, salarios mais altos, etc, porém isto não foi feito pensando no bem estar dos funcionários e sim, que com estes benefícios, o proletário teria ainda mais renda para gastar com produtos e assim, geraria ainda mais lucro.
    Esta relação do explorador com o explorado, nos dias atuais se torna ainda mais complexa, pois existem subniveis desta exploração, pois fica a dúvida: Uma pessoa que é funcionária pública estadual e possui uma faxineira na sua casa, seria o quê? Eplorador ou explorado? Haja vista que ao mesmo tempo em que é explorado pelo estado explora a mão-de-obra de outro ser humano.
    Concluo que por mais que se debata, busquemos respostas, verdades, ainda fica a dúvida: A relação explorador-explorado permanece a mesma ou a teoria marxista precisa ser reformulada? Ou ainda, se a reformulação for necessária, seria ela radical ou pequenos detalhes?

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  14. No fim do século XIX o crescimento da produção capitalista estava cada vez mais veloz atingindo grande parte dos países europeus. A indústria aumentava e se tornava mais complexa, e junto disso o crescimento vertiginoso dos grandes centros urbanos foi aparecendo; milhões de pessoas migravam do campo para as cidades à procura de emprego e melhores possibilidades de sobrevivencia, mas esses não encontraram tantas oportunidades, sendo, na grande maioria, obrigados a trabalharem de forma sub-humana para poderem , pelo menos, sobreviverem. Foi durante esse período que o intelectual e revolucionário alemão, bastante aclamado até os dias atuais, Karl Marx, apareceu fazendo uma grande crítica ao capitalismo como viés social.
    Karl Marx diz que o processo de acumulação primitiva ao longo da história acabou formando o ideal capitalista que resultou na grande exploração dos que detem o poder – e que estão atrás do máximo lucro possível- em cima dos operários ou proletários. Em suas diversas obras, como o “Manifesto Comunista”, escrito em conjunto com Friedrich Engels, Marx defende a ideia de que sempre vão haver relações entre os humanos, e essas podem ser harmoniosas ou não; a partir do momento que alguém “criou” o termo de propriedade, esses que possuíam gostariam de mais e com isso foram granhando força em cima dos que não possuíam, ou seja, enquanto existirem as propriedades privadas do meio de produção, uma sociedade harmoniosa e igualitária – bases para o Comunismo – nunca vai existir, então é preciso destruir isso para que o proletáriado (oprimidos) consiga chegar ao poder e que assim guiem à essa almejada sociedade.
    Outro fato importante que Marx diz sobre o Capitalismo é que os indivíduos que fazem parte – pela obrigatoriedade natural em viverem em relações, no caso as relações de produção- inevitavelmente vão se dividir por classes, no caso os burgueses (chefes dos meios de produção) e os operários ( força de trabalho) ou ainda, entre os Opressores e os Oprimidos; fazendo parte de uma sociedade de produção capitalista todos vão se encaixar em uma dessas duas classes, ou seja, o modo de produção que vai determinar todas as outras relações.
    Entrando no tópico de principal enfoque nos debates de nossas aulas, a ciência, Marx vai trabalhar um ponto crucial, que ele diz ser impossível de dissociar, que é a ciência e a ideologia. Pela vigente sociedade que vivemos, por estarmos divididos em classes, nossas ideias estarão atreladas ao interesse que temos e isso se reflete ao lado em que estamos (Explorador ou Explorado), ou seja, representados pela ideologia de cada um. No prefácio de sua obra intitulada “O Método da Economia Política”, Marx diz: “Na produção social da sua vida os homens entram em determinadas relações, necessárias, independentes da sua vontade, relações de produção que correspondem a uma determinada etapa de desenvolvimento das suas forças produtivas”, nesse trecho ele explica com precisão como a ideologia de cada um, mesmo independentemente, interfere de forma totalmente significativa em todas as ações.
    Os estudos marxistas dizem que as relações economicas são conflitantes, para terminar com os conflitos é preciso acabar com a produção capitalista, isso expressa uma visão de mundo, ou seja, é um ciência, e existe a ciência burguesa e a proletaria, essa ciência proletaria vai defender que uma sociedade em conflito é fadada a destruição, com isso só existe uma maneira de resolver, que é erradicando esses conflitos o que resultaria com o fim das relações econômicas. A verdade científica entra em mais um embate quando visto como uma expressão ideológica, pois quando se trata de ideologia a verdade se torna complicada, pois vai depender, no caso marxista, de que lado você está no processo de produção.

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  15. Uma das principais ideias de Marx é que o capitalismo surge com a idéia de propriedade privada , e a partir disso com a divisão do trabalho começam as relações que irão consolidar as diferenças entre massa e burguesia, afinal a divisão do trabalho acaba produzindo classes distintas e no momento que há exploração de uma classe perante a outra surgem ideologias opostas .
    A partir do momento que alguém descobriu que o trabalho do outro pode deixar sua vida mais “ confortável” a relação de produção colaborativa e comunitária que existia anteriormente perde espaço pra uma relação de explorador e explorado . E esse modo de produção condiciona todo o processo de vida social do individuo, pois ele ira se limitar a aquilo que colocam como um rotulo para o tipo de função que ele exerce dentro da sociedade.
    Com isso começamos a adentrar na Sociedade Burguesa, que diz ser a mais complexa e desenvolvida organização histórica da produção , já que toda nova sociedade é um aprimoramento das anteriores , assim como conseguimos descobrir coisas do macaco a partir do estudo do ser humano , conseguimos descobrir coisas sobre a sociedade feudal ao analisarmos a sociedade burguesa. Nessa nova sociedade o trabalho foi se descaracterizando, e foi tomando novas formas, tornando-se a priori uma atividade criadora da riqueza , não funcionando mais como uma particularidade de cada individuo, e o que antes era uma relação com a natureza passou a ser uma relação com o capital , capital esse , que regia toda economia da sociedade burguesa.
    No entanto toda essa realidade burguesa gerava uma luta de classes , e uma sociedade em conflito conseqüentemente esta fadada a destruição ,para Marx a única forma de acabar com isso é acabando com a propriedade privada , acabando também com a ideologia , mas isso é algo improvável dentro da sociedade burguesa , já que até mesmo a propriedade comunal é uma característica muito atrofiada dentro dela . Ou seja , a única forma de acabar com a diferença de explorador( burguês ) e explorado ( proletário) , é acabar com a burguesia , e sendo a burguesia a classe dominante isso se torna impossível , pois ela sempre fará coisas benéficas para si mesmo , e não que possam destruí-la.

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  16. Depois de discutir as interações entre religião e ciência, faz muito sentido agora o novo tema: Ideologia e Ciência.
    Começo fazendo uma anologiazinha besta...Nós do BC&H estamos acostumados a refletir sobre uma sociedade onde nós mesmos estamos inseridos e da qual temos as nossas preferências, já os do BC&T refletem (se é que eles fazem isso... Brincadeirinha :] !!! ) sobre fenomenos que podem ser isolados, que se repetem e podem ser reproduzidos em laboratório. As ciências naturais produzem conhecimento menos “contaminado” e mais entediante. Enfim, como vamos produzir conhecimento científico (nós vamos!?) se o nosso objeto de estudo é contaminado por nossas preferências ideológicas para interpretar o mundo?
    Não há contaminação se a própria ideologia for caracterizada como ciência, o que é a grande indagação do tema proposto no tema: Será o bom e velho marxismo uma ciência?
    O melhor jeito de responder é analisando o marxismo como um todo, desde os próprios escritos marxistas, passando pelas interpretações e chegando até a aplicação da teoria. Bom, antes de mais nada, Marx foi um grande nerd barbudo do séc. XIX. O camarada estudou Direito, Filosofia, História, Economia, foi jornalista e postula junto com Durkheim (minha opinião) o título de pai da Sociologia. Uma de suas grandes influências intelectuais foi sem dúvida Hegel, de qual Marx adquiriu sua dialética, porém negou a interpretação idealista hegeliana e formulou a sua dialética histórica materialista como método para interpretar o mundo. Como dito em sala, Marx inverteu a lógica hegeliana “O Ideal é o Real” para “O Real é o Ideal” e consiguiu inferir que a realidade é estabelecida a partir da concretude e a partir da concretude surge o pensamento sobre o mundo. Com essa ferramenta Marx se volta para a realidade humana. O que é material, e por tanto real, na realidade humana segundo Marx é que: A humanidade convive em sociedade porque precisa produzir socialmente para viver. Independente da vontade dos indivíduos haverá uma relação de produção. Essa relação de produção é a base da qual erguerá uma superestrutura carregando as ideologias e pensamentos.
    Utilizando o materialismo histórico dialético consegue enxegar que sempre houve um antagonismo de condições de vida nas relações de produção, ou seja, entre classes: patrícios e plebeus na Antiguidade e em seu tempo os detentores dos meios de produção, burgueses, e os detentores da força de trabalho, proletários. Os burgueses transformaram as relações de produção em relações econômicas, onde o proletário irá ser obrigado a vender sua força de trabalho e o burguês lucrará com a mais-valia. Essa situação se agravará com o desenvolvimento potencial do capitalismo e a conscientização da classe alienada proletária trazendo o fim através da revolução. Revolução que trará uma harmonização e humanização da lógica do trabalho utilizando a distribuição igualitária de bens através do Estado (Comunismo).

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  17. Esse é mais ou menos o resumo básico das idéias contidas nos textos de Marx seja o mais técnico como o “O Capital” ou panfletário como o “Manifesto”. Eu considero as críticas marxistas muito válidas, acho as relações trabalhistas, mesmo modernizadas, conflituosas até hoje. Porém também acho, assim como o Christian, o determinismo econômico prejudicial á ótica marxista, o que é mais ou menos culpa do materialismo histórico dialético marxista que pôs esse antagonismo BurguêsXProletário como motor do capitalismo e do qual Weber já tinha tirado o sarro na “Ética Prot. e o Espirito Capit” atribuindo o capitalismo á mudanças de comportamento éticos-religiosos no sec. XVI. Enfim, o que não impediu que o marxismo fosse revisado por Althusser, Gramsci e outros.
    O comunismo em prática só pode se atrelar á Comuna de Paris (que durou 40 dias). China e URSS sofrem a fama de terem sido um desastre. Sinceramente acho que não é pra tanto, o modelo soviético durou 70 anos e ruiu com uma crise econômica. Crises são normais, capitalismo também tem, só que uma crise econômica é vinculada ao Estado na economia estatal e os dois caem. Considero que o que nos faz ficar longe de sistemas comunas na verdade seja o nosso egoísmo e estou me incluindo aqui. A idéia do Estado me controlando me dá aquelas paranóias orwellianas...Acho que as pessoas agem funcionalmente, mas pensam como anarcoindividualistas, como Stirner.
    Como considerações finais é preciso destacar que as idéias marxistas depois de quase um século e meio continuam a encantar e a fascinar todos aqueles com espirito messiânico (ou masoquista) para a redenção da humanidade, o que é péssimo para considerar o marxismo como teoria científica. Não seria o marxismo muito mais uma fé do que ciência? Tenho a impressão de que Marx sabia das enormes resistências que sua tese teria e nem se preocupou em transformá-la em ciência, sendo muito mais vantajoso o espírito divulgador do “Manifesto” do que estabelecer uma ciência formal. Qualquer ideologia que surgir cujo seguidores pretendem transformá-la em ciência devem conjeturar que não importa muito ser uma verdade incontestável e sim de justifica-la da melhor maneira possível e reconhecer que o mesmo pode ser passível de refutação.

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  18. Lembro-me dos meus tempos áureos de juventude. Acabara de comprar minha camisa vermelha do Che Guevara junto com minha boina preta a la comunista. As garotas ao ver aquele símbolo de ideais anti-capitalismo, anti-injustiças e todo aquele cheiro de espírito adolescente, me abraçavam e me beijavam. Os garotos me respeitavam. Gritávamos “viva la revolución” a cada feito rebelde realizado por nós mesmos, como não fazer a lição de casa.
    Mas acontece que um dia, um amigo meu não se conteve com a resposta "ele foi um revolucionário comunista". Tentei explicar o que era, mas fato é, que eu mesmo não sabia. Hoje sei muito mais que ontem, porém muito menos que amanhã, pois a teoria do alemão Karl Marx tem esse dom (ou maldição): perdurar através do tempo, instigando pensadores e mexendo com o imaginário das pessoas, porém, sem muitas vezes ser compreendida corretamente.
    Marx expõe sua Teoria das Classes Sociais, onde divide a sociedade de sua época em dois campos antagônicos: burguesia e proletariado.
    A fonte de todo o problema no sistema capitalista seria a propriedade privada. Como assim?Diferente da época de Adão e Eva, onde a produção era comunitária, no sistema de posses privadas, e a consequente negação de divisão das mesmas com os demais, surgem as relações de trabalho, exploração, as classes sociais.
    A classe dominante (burguesia) impõe ao proletariado sua ideologia, sua cultura, buscando alienar a classe explorada justificando seus métodos e criando falsas esperanças de um sistema onde "se é livre" - para proteger seus governados da ideologia predominante no mundo, países ditos socialistas, censuram toda e qualquer forma de comunicação. Voltando a mencionar o sistema do homem de liberum arbitrium: eu estudei em escola estadual durante os 8 anos do ensino fundamental. Provavelmente fui o único de minha escola a entrar em uma universidade pública. Dizer que é só 'se esforçar' é uma hipocrisia tremenda. As estatísticas estão aí pra não me desmentir. Por exemplo, somente 28,4% dos inscritos na Fuvest 2011 estão cursando o ensino médio em escola pública - o que ainda exclui o ensino fundamental, que ao meu ver, faz ainda mais diferença. Auto-exclusão? Quantos moradores de favelas se formaram médicos pela USP?
    Segundo Marx, os cientistas nada mais são do que reflexo da ideologia burguesa. Não vejo erro algum nessa afirmação. (Posso escrever só isso ou sou obrigado a digitar 100 mil caracteres pra explicar?)
    A solução seria a revoluçao comunista, unindo a força proletária, a fim de erradicar a burguesia, as ideologias vigentes e principalmente a propriedade privada.
    Isso parece muito sonho nos dias de hoje, mas os grandes feitos da humanidade se basearam a partir de sonhos. Se o homem nunca sonhasse em voar, o avião nunca teria sido inventado.
    Fato é, que o comunismo como Marx idealizou nunca foi colocado em prática. As tentativas foram suprimidas a qualquer custo pelos EUA. Cuba foi alvo do embargo econômico. A falecida URSS foi alvo até de Rocky Balboa. Quem não se lembra do malvado e cruel Ivan Drago? "Se morrer,morreu" - disse o soviético após matar cruelmente Apollo Creed.
    A questão da divisão social em burgueses e proletários ganhou complexidade nos dias atuais, pois uma mesma pessoa pode ser explorada e exploradora ao mesmo tempo se analisada por pontos diferentes.
    Mas enfim, Viva la revolución! (desculpa, não resisti).

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  19. Para Karl Marx, o autor dos textos propostos, a história é feita por lutas entre classes socias, que sempre estiveram em constante oposição, a exemplo: homem livre e o escravo, patrício e o plebeu etc. A moderna sociedade burguesa apenas teria simplificado esses antagonismos, deixando de lados opostos a burguesia - proprietários dos meios de produção- e o proletariado - trabalhadores assalariados modernos que, privados de meios de produção são obrigados a vender sua força de trabalho para sua sobrevivência.
    Nesse contexto Marx analisava o capitalismo; seu idealismo consistia em uma ampla transformação social, política e econômica, essa mudança iria possibilitar o surgimento de uma sociedade suscetível ao afloramento do potencial dos indivíduos. Para isso seria necessária a queda do capitalismo, o qual ocorreria quando a classe proletária tomasse o poder. O que eu concordo, pois a classe burguesa já promoveu sua Revolução quando rompeu com o sistema feudal, portanto agora caberia a classe dos proletariados realizarem a sua. Para alertar os trabalhadores dessa possível revolução, Marx – junto com Friedrich Engels – escreveram o Manifesto do Partido Comunista (1848). Uma espécie de panfleto redigido em linguagem simples que facilitaria a leitura e entendimento da classe operária. Demonstrando que não adianta tentar convencer o explorador e sim destruir o que lhe mantêm – posse dos meios de produção.
    O conjunto das relações de produção “forma a estrutura econômica da sociedade”, “o modo de produção da vida material é que condiciona o processo da vida social, política e espiritual. Não é a consciência dos homens que determina o seu ser, mas, inversamente, o seu ser social que determina a sua consciência”, ou seja, o seu lugar na produção determinará seus pensamentos/ações, se for burguês agirá como um burguês se for operário como um operário. Ao ler atentamente suas obras percebo que ele usava a ciência como ideologia, capaz de modificar as estruturas socias. Entendo o motivo que o levava a crer que a classe proletária se revoltaria, pois eles representavam a maioria e as condições que eram submetidos os fariam se revoltarem, eles perceberiam que eram “escravos” de sua liberdade já que eram livres para decidir para quem vender sua força de trabalho, mais eram obrigados a vendê-la, mesmo tendo que trabalhar em condições insalubres, caso quisessem sobreviver; e também por conta do seu materialismo histórico dialético, porque Marx se baseia na história” como seu instrumento” e por vezes já aconteceu de grupos antagônicos acabarem formando um novo que seria o modelo dialético, em que a burguesia e seu modelo econômico, social e político seriam a tese, o proletariado e as condições que eram expostos (já relatadas anteriormente)- a antítese, e para Marx a síntese seria a quebra desse sistema capitalista, pois o capitalismo estaria cavando sua própria cova - “As armas que a burguesia utilizou para abater o feudalismo voltam-se agora contra a própria burguesia. A burguesia, porém, não forjou somente as armas que lhe darão morte; produziu também os homens que manejarão essas armas – os operários modernos, os proletários.”

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  21. Buscando entender como surge o pensamento de Karl Marx olhamos para a sociedade européia do século XIX. Marx afirma que a sociedade só pode ser explicada a partir do modo como os indivíduos se organizam para produzir os bens necessários à sua existência.
    Marx foi um pensador que queria mudar o mundo, acreditava que a história não era feita por grandes indivíduos, nem pelas guerras entre nações, mas sim pelas lutas entre classes sociais e para seu estudo desenvolveu um método materialista histórico dialético.
    Marx percebe que em quase todas as sociedades, desde a Antiguidade, ocorre uma divisão entre classes sociais distintas e o surgimento da burguesia só simplificou esse antagonismo, deixando duas grandes classes opostas: Burguesia e Proletariado. Deste ponto verifica que as relações de trabalho se estabelecem a partir de relações sociais que geram atividades econômicas que podem se desenvolver em relações comunitárias ou relações de produção e exploração. Esse modo de produção e exploração estabelece uma forma de produção capitalista através da propriedade privada dos meios de produção econômica.
    É através da propriedade privada que se relaciona o principal conceito de Marx: a Alienação. O homem aliena seu trabalho, restringindo sua vida, consciência, para sobreviver, é um homem livre mas que continua sendo escravizado vendendo seu trabalho ao burguês que enriquece com ele.
    Trazendo a discussão para os dias atuais é notada a dificuldade em moldar os conceitos marxistas dentro das atuais relações econômicas de trabalho, pois elas se sofisticaram e não podemos tão facilmente separar a sociedade em explorados e exploradores, as relações de trabalho hoje em dia vão muito além da fábrica de Marx. Porém os conceitos principais continuam muito válidos, apesar da sociedade capitalista predominar sobre a comunista, a alienação, a despersonificação o apartamento social são ainda os principais problemas que atuam sobre a grande massa proletária.

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  22. Primeiramente, a complexidade do Marxismo é tanta, que concordar ou discordar da validade dos argumentos exige muito tempo e estudo, logo, não tenho o que defender ou recusar - como faria há uns anos.
    Assim como o Lucas citou anteriormente, em seu comentário, o investimento em educação, ao meu ver, se enquadra exatamente na falta de interesse da burguesia em "chegar a verdade". O pouco investimento em educação e a falta de oposição a esse sistema vigente mostram como a falta de interesse na verdade - dos opressores - não gera insatisfação o bastante para a mudança - por enquanto... A escola técnica (que seleciona anteriormente uma parcela muito pequena da sociedade) é sempre elogiada pelos bons resultados obtidos em relação ao mercado de trabalho. O que não se diz, é que essa mesma escola se foca em formar uma parte da indústria, um pedaço de um sistema; e não um ser social, apto a criticar a indústria, a pensar o sistema.
    A divisão da sociedade em "proletariado" e "burguês", segue para mim um modelo muito lógico, uma vez que, pelo que entendi, divide as pessoas em relação a posição na estrutura econômica; estrutura essa que caracteriza o indivíduo tanto quanto aos esforços, quanto à mentalidade (é evidente que pessoas saem dessa estrutura, mas a divisão continua existindo, enquanto houverem os explorados e os exploradores).
    Acredito também que as tentativas de colocar o socialismo em prática foram tão conturbadas e falhas, pelo fato do modelo capitalista já estar tão enraizado que a força do proletariado não conseguiu ser forte o suficiente, e medidas menos sensatas foram tomadas (fuzilamentos e torturas são modelos de insensatez). Isso não significa que o modelo socialista não pode ser aplicado; ao meu ver, se as escolas técnicas derem lugar às escolas críticas o proletariado do mundo todo conseguirá se unir.

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  23. Karl Marx, baseado no contexto social e político da época em que vivia, dividiu a sociedade em duas classes: burguesia e proletariado.
    A primeira seria a classe exploradora, que detinha os meios de produção, e a segunda a classe explorada (trabalhadores), sendo esta muito superior (em termos de quantidade) em relação a primeira.
    Marx afirma que essa relação de dominação não existia até o surgimento da propriedade privada, que trouxe consigo a exploração de trabalho. Essa relação foi tornando-se cada vez mais complexa com o passar do tempo, ao passo que, hoje em dia, já é impossível limitar a sociedade apenas sob esses dois grupos antagônicos. Assim, a evolução dessa divisão social marxista não foi prevista pelo filósofo, apesar de suas obras ainda influenciarem muitos, mesmo depois de tantos anos.
    Outro fato importante apontado nos textos é a ideia de que, com o tempo, haveria uma conscientização da classe explorada (cada vez mais abundante e forte), que lutaria por seus direitos a partir de uma revolução, culminando no socialismo.
    Porém, na minha opinião, o sistema capitalista é um produto "natural" da ambição humana, enquanto o socialismo ou o comunismo idealizado por Karl Marx é um sistema que, para ser implantado, segue uma série de "receitas", não ocorrendo de maneira espontânea; e sim, voluntária.

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  24. Karl Marx ao longo de suas obras trata de defender a classe proletária contra a opressão da burguesia, nos dando o conceito de “Luta de classes”. Onde, segundo ele, temos de um lado uma minoria, dona do dinheiro, que explora a maioria, sem dinheiro, em prol de seus interesses. Agindo de uma maneira gananciosa e inescrupulosa onde o lucro é o objetivo principal. Gerando assim uma situação onde, como diriam as grandes garotas do “Xibom bombom”, o de cima sobe e o de baixo desce. Marx então sugere uma sociedade igualitária onde todos serão iguais e não haverá um desequilíbrio social, extinguindo assim a classe opressora.
    Na teoria temos ai uma idéia maravilhosa, onde não haverá mais injustiças e nem misérias, o sonho de todo trabalhador humilde do fim do século XVIII e começo do XIX. Porém na prática não conseguimos obter os resultados esperados por Marx, pois assim que a burguesia percebeu o risco que a ideologia socialista trazia para os seus interesses tratou de abafá-la e ridiculariza-la. Como disse um colega em sala, a burguesia começou a passar a imagem para a classe oprimida de que ela não era oprimida, dando certos privilégios que a faria continuar seguindo o seu caminho sem contestar. Isso funcionou muito bem.
    Então o tempo foi se passando e chegando aos dias atuais percebemos que realmente a ideologia Marxista, que nos reais desejos de Marx nos trariam tantas melhorias será sempre e apenas isso, um sonho. E que a única vitória, se é que podemos chamar assim, que ela nos trouxe foi a de que para continuar nos oprimindo a burguesia cedeu alguns benefícios para que continuemos satisfeitos e conformados com nossa vida.

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  25. No texto "Prefácio", Karl Marx diz querer evitar expor conclusões antes de demonstrar o porquê delas, e como chegou a elas, sendo que tais conclusões referem-se ao estudo da economia política, estudo que, pelo que nos é passado em algumas passagens do texto, dedicou-se durante muito tempo. O filósofo alemão já começa o texto deixando-nos a par de dois tripés que considera serem inerentes ao sistema econômico burguês: capital, propriedade fundiária e trabalho assalariado são os três elementos que constituem o primeiro deles, sendo que Marx argumenta que são esses três tópicos que possibilitam a existência da divisão de classes da sociedade burguesa moderna, e são sobre esses três elementos que cada classe se levanta. Refletindo sobre esse trecho, parece evidente que o capital refere-se à classe burguesa em si, aos industriais, proprietários dos meios-de-produção; a propriedade fundiária remete aos agricultores; e o trabalho assalariado é referência clara ao proletariado, cuja única propriedade no sistema produtivo é sua força de trabalho, e que como paga disso, recebia um salário miserável e que unicamente o possibilitava continuar vivendo, e consequentemente trabalhando para aumentar o lucro e capital do seu chefe burguês. Generalizando ainda um pouco mais os três elementos expostos por Marx, podemos concluir que ele dividia as classes existentes em sua época em relação aos seus "instrumentos produtivos", em relação à maneira como determinado indivíduo contribuía para a manutenção do sistema econômico vigente (que considerava a base da sociedade civil).
    Prosseguindo com sua introdução, Marx relata as razões que o levaram a se interessar pelas questões econômicas, e comete o "pecado" que alegou querer evitar já no começo de seu texto: antecipar suas conclusões. Claro que o fez de maneira intencional e discreta, sem dúvida para melhorar o entendimento do leitor quanto às demonstrações que viriam a seguir: em suas pesquisas, Marx concluiu que as "relações jurídicas - assim como as formas de Estado - não podem ser compreendidas por si mesmas, nem pela dita evolução geral do espírito humano, inserindo-se (...) nas condições materiais de existência". O conjunto das condições materiais de existência seria, portanto, a "sociedade civil", seguindo uma concepção Hegeliana. O esqueleto da sociedade civil, o que a sustenta, seria, segundo Marx, a economia política. Marx rejeita o falso romantismo quanto a avaliação da sociedade e suas estruturas, alegando que a ideologia em voga em determinado período histórico não é nada mais, senão a representação dos interesses da classe dominante da época. Rejeitava, portanto, a concepção de que a sociedade e seus subsistemas se transformavam devido a um avanço na mentalidade humana, nas suas opiniões etc, mas sim porque o sistema econômico em voga na época se tornava obsoleto em algum aspecto, ou entrava em forte contradição com as forças produtivas (das quais ele dependia), tornando-se insustentável, e transformando toda a superestrutura que dele dependia junto com ele.
    Podemos confirmar sua posição nesse trecho aqui transcrito: "Não é a consciência dos homens que determina o seu ser; é o seu ser social que, inversamente, determina a sua consciência."
    Marx continua sua linha de pensamento descrevendo os estágios que considera inevitáveis em uma sociedade: todo e qualquer sistema de produção, em certo estágio de seu desenvolvimento, não pode evitar que suas forças produtivas materiais características entrem em contradição com as relações de produção existentes.

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  26. Podemos conferir, no Manifesto do Partido Comunista, que Karl e Engels previam que com o conflito acima descrito ocorresse a queda da classe burguesa: "É, pois, evidente que a burguesia é incapaz de continuar desempenhando o papel de classe dominante e de impor à sociedade, como lei suprema, as condições de existência de sua classe. (...) A sociedade não pode mais existir sob sua dominação, o que quer dizer que a existência da burguesa é incompatível com a da sociedade."
    De tal contradição nasce, portanto, uma revolução social, transformando toda a base econômica que, sendo a anatomia da sociedade civil, altera, automática e inevitavelmente, toda a estrutura política e jurídica vigente.
    Marx pontua tal linha de pensamento com uma frase que, talvez seja uma das mais importantes do texto para se compreender toda a sua idéia e teoria: "...é preciso, pelo contrário, explicar essa consciência pelas contradições da vida material...".
    Generalizando e simplificando: as mudanças históricas tanto de pensamento, quanto de estruturas, devem ser analisadas sob um prisma integrado e parcial, ou seja, dando ênfase ao fato de que, mudanças no geral ocorrem quando se faz necessária uma mudança no sistema econômico em particular.
    Em "O método da economia política", Karl Marx expõe a dificuldade que existe em se estudar e considerar um país do ponto de vista da economia política, como e por onde começar a análise e pesquisa.
    Marx conclui, sem nos deixar desamparados, quanto ao método que acha mais sensato ao se analisar determinada economia política, principalmente se for a característica da classe burguesa: "O capital é a força econômica da sociedade burguesa que tudo domina. Constitui necessariamente o ponto de partida e o ponto de chegada." Fato. Examinar o sistema burguês sem
    estabelecer como aspecto prioritário o capital, que é seu objetivo maior de vida, seria inválido, pois analisaríamos apenas pontos periféricos e que não explicitam o porquê das relações sociais serem como são.
    Quanto à aplicabilidade do modelo socialista, sinto que sou fortemente influenciada pelas tentativas frustrantes que já ocorreram em todo o mundo de colocar o proletariado no poder. Marx chama o proletário à revolução, mas os resultados de todas as revoluções – fora dos papéis, e no mundo prática - que ocorreram são sempre similares: quem entra no poder, nunca o quer deixar, tornando o regime extremamente totalitário e rejeitando quem a ele se opõe, perdendo, assim, a essência do socialismo, que busca, primeiramente através de um Estado, e depois de consolidada a ordem e igualdade geral, abolir toda a estrutura estatal, e através de uma nação autônoma, proporcionar uma vida igualitária a todos.

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  27. O post está atrasado porque não consegui postar ontem. Espero que entenda.

    Marx separa a sociedade capitalista em duas classes (burguesia e proletariado), e afirma que a primeira é a classe dos explorados. Dessa forma critica as distorções sociais existentes no sistema capitalista que apenas o proletariado poderia mudar esse sistema, já que essa mudança não interessa à burguesia. Essa mudança só seria possível através de uma Revolução Comunista.
    A ideia de Marx de uma sociedade igualitária parece excelente, mas até hoje todas as tentativas de implantação d um sistema de igualdade de classes foram frustradas, uma vez que depois do poder assumido pelo proletariado, suas vontades são impostas e a desigualdade de poderes persiste. Essa dificuldade de implantação também se deve a uma complexibilidade da estrutura das classes muito maior do que aquela exposta por Marx.

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  28. Este comentário foi removido pelo autor.

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  29. Professor Peluso,
    Envio neste momento o comentário, pois esta semana tive um problema de saúde e fiquei internada. Possuo atestado médico. Desde já grata.

    Podemos observar que através de sua teoria Marx propõe que se utilize o pensamento racional (intelectual) para conseguir alcançar a resolução de todos os problemas sociais existentes desde a formação do sistema capitalista. Resolução esta dos dilemas mais simples aos mais complexos. Por intermédio da formulação de sua grande teoria de interpretação da realidade social constrói uma estruturação teórica do que vivenciamos na sociedade capitalista. No pensamento marxista o uso do termo “ideologia” não se refere a consciência singular de cada indivíduo formulada a partir do que o pensamento cria sobre a realidade. Onde temos que a realidade através das condições sociais impostas sobre o indivíduo é quem produz o posicionamento ideológico de cada ser em particular dentro de uma sociedade. Esta reflexão está exposta no quarto parágrafo de o “Prefácio” na seguinte passagem: “ […] Não é a consciência dos homens que determina o seu ser, mas inversamente, o seu ser social que determina sua consciência [...]”.
    Para Marx é através do conceito de propriedade que nasce a desigualdade, onde os homens sobressaem-se uns sobre os outros, de modo a fundamentar as relações interpessoais na hierarquização social embasada em padrões econômicos. No primeiro volume de “O Capital” logo no início da obra como também no vídeo disponibilizado no You Tube (Manifestoon, Manifesto Comunista – Legendado em Português) vemos que as sociedades através da propriedade, quer seja de terras, de meios de produção ou até mesmo força de trabalho, torna-se hierarquizada em classes. A divisão em classes que antes era fragmentada torna-se gradualmente mais condensada em duas principais classes sociais que são, a classe proletária (explorada) composta pela grande maioria e a classe burguesa (exploradora) composta por uma ínfima parcela da população. Os burgueses desejam que exista uma relação pacífica entre as classes para que seus interesses sejam preservados através da manutenção do Status Quo atual. À partir do momento em que a exploração aumenta e as classes tornam-se gradativamente mais diametralmente opostas intensificam-se os conflitos entre as duas cabeças antagônicas da sociedade (burguesia e proletariado). As ideologias, como vimos, vão de acordo com a posição social que os indivíduos ocupam, ou seja, suas ideias acerca das coisas que os cercam ou até mesmo o esteriótipo que assumem serve para reafirmar sua posição perante a sociedade. Para Marx a super estrutura é determinada pela infra estrutura.
    As modificações sociais só podem ser realizadas com a tomada do poder dos proletários através de uma revolução. Assim como os burgueses influenciaram na Revolução Francesa a prole, segundo Marx, deve realizar também sua Revolução e implantar a Ditadura do Proletariado. Essa Ditadura consiste intervir no meio social para que haja a abolição da propriedade privada implicando no desaparecimento das classes sociais e do próprio Estado. O intuito dessa Ditadura seria inicialmente o de restaurar as relações de produção colaborativas (comunitárias) – Socialismo que resultará no Comunismo – encontradas na gênese das sociedades. Podemos portanto inferir que pelo fato do posicionamento social ser reflexo da ideologia, temos que esta última vai ao encontro da ciência que é impossibilitada de representar tudo, sendo apenas mais uma ferramenta de busca da verdade absoluta. Considero que não há como prever se o modelo Socialista Comunista será algum dia implantado em âmbito Universal, sabemos que a desigualdade social é um fato, porém a entrada da teoria marxista na ciência ocorrerá como a entrada para o inferno na obra de Dante Alighieri “A Divina Comédia” onde a partir da ultrapassagem da fronteira que separa o limbo do inferno assim como da fronteira entre a teoria e a ciência não se pode ter certeza de nada.

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  30. Caros alunos,
    Quem sabe a Caroline justifica o comentário que ela enviou para postagem neste espaço. Até onde posso entender, o texto dela não tem a menor relação com o tema que está em discussão. Ele deveria ter sido postado em outro local.

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  31. Desculpe pelo mal entendido, professor.

    A construção da sociedade burguesa nos trouxe uma clara concepção de uma sociedade dividida em burguesia e proletariado, ou seja, opressor e oprimido. A verdade é que ao analisarmos na história a construção de diferentes civilizações parece que essa divisão sempre existiu.

    Na construção de uma sociedade complexa regida por fundamentos que os sociólogos veriam como naturais e progressivos, há sempre a ascensão de uma classe no comando que explora e se aproveita de uma maioria oprimida. Há então, ao estudarmos a construção dos estudos científicos, a necessidade de considerarmos o impacto desse modelo social nas atividades humanas.
    Seguindo a teoria de Marx, a classe dominante, no caso a burguesia, sempre estabelecerá mecanismos para benefícios próprios, sendo que ramos como a política devem estar sempre a seu favor. Sendo assim, podemos dizer que a classe burguesa cria sua falsa concepção de necessidade e até realidade, o que chamamos de ideologia.

    A ideologia de uma época ou classe é a adaptação dos cientistas ou filósofos da realidade que vivemos, as idéias partem do concreto, das relações sociais vigentes e se acomodam a elas. A própria construção do capitalismo considerando capital, troca, distribuição ocorreu dessa forma.

    Se dizemos que a classe dominante adapta a realidade a sua exigências, como poderíamos colocar nessa sociedade a ciência como suposta busca da verdade absoluta? Segundo Marx, “Não é interesse da classe dominante chegar à verdade. Isso comprometeria sua dominação de classe.” Ou seja, temos que considerar que todas as formas de conhecimento geradas pelo homem estão sujeitas a interpretação e contexto, mesmo a ciência.

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