sábado, 2 de outubro de 2010

7. TEMA 4 - "CIÊNCIA SOCIAL E VERDADE"

Caros alunos,
Após ler o texto: “Discurso sobre o Espírito Positivo” de Augusto Comte (disponível em: http://www.ebooksbrasil.org/adobeebook/comte.pdf ) elabore um comentário registrando suas impressões e envie para postagem.
Vc. tem até o dia 17 de outubro para enviar o material.

EXAMINE O MATERIAL DISPONÍVEL EM:

http://www.youtube.com/watch?v=WJrFGrVQjf4

http://www.youtube.com/watch?v=46M-FQoObbI


25 comentários:

  1. Como resolver os conflitos entre as relações humanas? Augusto Comte utilisa a implementação do positivismo, tambem conhecido como espirito esclarecido para tentar resolvê-los.
    Uma das coisas mais distintas e interessantes, na minha opiniao sobre o positivismo aplicado por Comte, foi que ele deu às mulheres um papel muito importante à implantação do positivismo, devido à marginalização das mulheres no processo da evlução da sociedade. Dessa forma elas estariam imaculadas intelectualmente e moralmente, seriam a reserva moral da sociedade. Elas seriam mais positivistas que os homens.
    Para chegar a suas conclusões, Augusto Comte, através de seus estudos classifica o espírito humano em tres estágios:
    → O estado Teológico: Relações da natureza são causadas e controladas por um agente superior; personalidade é dada à força causadora, e o homem estabelece relação emocional com esse agente.
    → O estado Metafísico: S ubstituição do real por representações ; abstração do sujeito, da força atraves das coisas.
    → E por ultimo o estado Positivo: Aquele em que substitui a imaginação pela capacidade de pensar, refletir, com base empírica; se reporta às experiências humanas. Estágio cintífico, estágio em que a inteligência humana atinge sua maturidade / ciência → sociologia → realidade social.
    Segundo Comte pode-se aplicar o Positivismo sem a necessidade de destruir os outros dois estágios; sem gerar conflitos entre as classes, sem revolução. Para ele, o movimento para chegar ao positivismo é o movimento do coletico. O espírito humano se tornará o espírito do povo, e para isso acontecer, não se deve impor, mas sim educar a sociedade: introduzir ciencia na educação.
    A religião poderia ser o meio qual a ciencia seria introduzida; seria um caminho paralelo por assim dizer devido ao complexo de relções. É aí que surge a mulher de novo, com o catecismo intrduzindo a ciencia á sociedade, as sacerdotisas seriam aquelas que responderiam aos diálogos entre a Igreja, a ciencia e a sociedade.

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  2. JOHNNY SERON BISPO

    Ao ler o “Discurso preliminar sobre o espírito positivo” fiquei com a sensação de estar frente a um autor brilhante, de ideais elevados, porém um tanto comprometido em seu equilíbrio, em sua sanidade. Embora ache genial a formulação dos três estágios do espírito humano, vejo criticamente a idéia de exaltação da ciência como único instrumento de desenvolvimento humano, ou ainda que as mulheres, de forma exclusiva, são a reserva moral da sociedade. Este cientificismo, um tanto dogmático, e esta idéia de que as mulheres estariam imaculadas do processo civilizatório (moral e intelectualmente), denotam certo fetichismo nas concepções de Comte, e curiosamente o enquadrariam no estágio Metafísico, pois tal fé, mesmo que esclarecida, no cientificismo, ou ainda na pureza das mulheres, depende de certo grau de abstração.

    Outro ponto a ser visto com ressalvas é o desprezo às camadas menos favorecidas da sociedade, sendo que tal ideologia serve em verdade aos interesses dos que estão, ou vão estar, no poder, visto que são esses que determinam o quê deve ser ensinado e o quê deve ser a ciência. Acontece, portanto, uma divisão social acentuada e a imobilidade das camadas menos favorecidas é legitimada.

    Por fim, me parece curioso que Comte advogue em favor de um novo empirismo, visto que as contribuições de Emmanuel Kant já estavam disponíveis. Segundo Kant os racionalistas se enganam ao julgar que os conteúdos são inatos, pois na verdade o que é inata é a capacidade de entendimento dos diversos conteúdos. Já os empiristas, e isto é o que nos importa aqui, se enganam ao acreditar que a única fonte de conhecimento é a experiência, pois o conhecimento, embora possa partir da experiência, se origina no poder de síntese, ou seja, na capacidade de entendimento dos conteúdos, capacidade de racionalização das experiências. E como explicar os diversos avanços, até mesmo científicos, que não se baseiam em empirismo, mas em abstrações teóricas?

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  3. Auguste Comte (1798-1857) foi o criador do Positivismo. Seu objetivo era incentivar uma reforma da sociedade através da criação de uma nova ciência (Sociologia) e, ao final, de uma nova religião.
    A Sociologia deveria estudar, de forma científica, os fenômenos sociais e definir as bases para uma reforma da sociedade que promovesse uma reforma intelectual do ser humano. Tal como uma missão para se chegar à salvação humana.
    Fundou a Religião da Humanidade, com rituais próprios, com templos e seguidores, ainda hoje, na França e no Brasil.
    Para Comte, a sociedade é um organismo e, como tal, produz fenômenos e respostas a esses fenômenos, como na Física.
    A Sociologia, como ciência, precisa perseguir a neutralidade científica, devendo abster-se de interpretações do fato social. O sociólogo é um cientista social, livre de abstrações teóricas advindas da política, da economia ou da filosofia.
    Comte formulou a Teoria dos três estados, segundo a qual, a humanidade deve passar pelos três estados, para alcançar a maturidade.
    O inicial, estado teológico, corresponde à infância, onde o homem recorre ao sobrenatural para entender o mundo.
    O intermediário, estado metafísico, corresponde à adolescência, com muita discussão e filosofia. Estado atraente ao homem, porém muito discursivo, nada resolvendo dos seus problemas.
    O final, estado positivo ou científico, corresponde à maturidade, estado no qual os problemas humanos podem ser equacionados e resolvidos, pois se fundamenta em pesquisa. É a supervalorização do desenvolvimento científico. O poder espiritual pertence aos cientistas e o poder material fica com os industriais.

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  4. Ao realizar a leitura da obra de Auguste Comte, com base nos vídeos indicados e nas discussões feitas em aula, é possível perceber que para o autor a evolução dos seres está condicionada a três principais estados de pensamento do espírito humano: teológico, metafísico e positivo, ao qual dirige uma atenção especial. A fase teológica é caracterizada pela dependência de seres sobrenaturais para explicar os fenômenos naturais e a fase metafísica recorre à racionalidade com base em pensamentos abstratos para explicar a força da natureza.
    Acredito que por vivenciar grandes crises no processo político (como a Revolução Francesa) e por perceber que o ambiente era de uma despreocupação social, Comte propôs a criação de uma sociedade positiva, ou seja, que vá contra os princípios de que a razão humana seria a fonte do conhecimento. Em um trecho de sua obra, Auguste Comte apresenta sua definição para o que julga ser esse espírito positivista: ...“O caráter fundamental da filosofia positiva é tomar todos os fenômenos como sujeitos a leis naturais invariáveis, cuja descoberta precisa e cuja redução ao menor número possível constituem o objetivo de todos os nossos esforços”... A partir desse fragmento conceituo que o positivismo nada mais é do que deixar de acreditar nas suposições teológicas ou metafísicas, passar a pesquisar suas leis e assim estabelecer o progresso dos indivíduos.
    Outro ponto interessante do livro é como o autor enxerga na mulher a responsabilidade para transformar o cenário mundial e como é importante o estudo e desenvolvimento mais aprofundado da sociologia que para Comte era: "a única meta essencial de toda filosofia positiva, considerada de agora em diante como formando, por sua natureza, um sistema verdadeiramente indivisível, em que toda decomposição é radicalmente artificial, sem se aliás, de modo algum, arbitrária, já que tudo se reporta finalmente à Humanidade, única concepção plenamente universal"
    Segundo Comte a base do progresso social não era visualizada pelos preceitos de uma revolução ou então de uma democracia e sim da universalização, ou seja, era preciso direcionar o foco para a educação primária e também para o acolhimento da classe proletária; em suas palavras: ...“Para a nova filosofia, a ordem constitui sem cessar a condição fundamental do progresso e, reciprocamente, o progresso vem a ser a meta necessária da ordem”... Esse conceito de ordem e progresso foi tão influenciador que marcou o lema da bandeira brasileira, além da criação da Igreja Positivista do Brasil que existe até hoje, tudo servindo como um pressuposto para o positivismo.

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  5. Augusto Comte insere na sociedade uma nova teoria, o positivismo, que propõe uma adequação da sociedade, pela estabilização de suas bases e utilizando do progresso científico para analisá-la e levá-la a uma evolução.
    Um dos principais pontos do positivismo é o pensamento que se refere ao conhecimento humano pode ser sistematizado segundo os princípios adotados como critério de verdade para as ciências naturais. Isso se aplicaria também aos fenômenos sociais, que deveriam ser reduzidos a leis gerais como as da física, tanto que ciência social de Comte ficou conhecida como física social. Assim para Comte a sociologia deve fazer uma analise cientifica da sociedade e a partir desta analise, tirar conclusões para que se possa fazer um planejamento da organização social e política. Em uma sociedade positivista, os cientistas representariam uma elite, que conduziria a sociedade ao aperfeiçoamento.
    Comte formulou a Lei dos Três Estados, a qual demonstra que o pensamento humano é evolucionário, passando por três estágios, o teológico, para explicar fenômenos naturais os homens recorriam a idéias de deuses cuja vontade era análogas a dos homens. O metafísico que substitui os deuses por princípios abstratos. E por último o estado positivo, que para Comte é a plenitude intelectual dos homens, por meio da investigação cientifica seria possível chegar à verdade dos fenômenos. A religião seria um caminho para instaurar a ciência na sociedade.
    O positivismo em sua busca da verdade tem uma fragilidade, pois a analise cientifica da sociedade, necessita de neutralidade no julgamento por parte do cientista, mas todo cientista carrega consigo sua formação moral e intelectual, assim necessita de esforço para se livrar de seus conceitos já postos, esse esforço é algo subjetivo, criando um paradoxo com a objetividade cientifica.

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  6. Sobre a segunda parte , no capítulo "Organização de Revolução " pude notar que para Augusto Comte (Criador do Positivismo) a disputa entre as duas grandes 'escolas' a metafísica("universidades a princípio emanadas") e a teológica(" do poder sacerdotal ").Esta disputa entre estas entidades estaria destinada a extinção de ambas : " a escola teológica mostrou-se , em nossos dias, radicalmente impotente para impedir o surto das opiniõem subversivas, que , depois de se terem desenvolvido especialmente durante sua principal restauração... Assim também qualquer que seja o instinto anti-retrógrado da escola metafísica , ela não tem hoje mais toda a força lógica que o seu simples ofício revolucionário exigiria".

    Para ele as escolas extinguiriam ao mesmo tempo e assim haveria uma escola intermediária e essencialmente estacionária , porém com a falta de filosofia própria estem impulso estaria logicamente mais impotente que os outros dois.

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  7. Em meados do século XIX até a virada do século XX, grandes pensadores e teóricos apareceram dando uma grande importância para as ciências sociais acabando por fundarem a conhecida Sociologia, que apareceu como a ciência mais importante para compreender a sociedade e suas relações, capaz de melhorar o mundo cada vez mais complexo. Foi nesse período que Karl Marx apareceu com o seu ‘Manifesto Comunista’ e com sua crítica a economia mas, além dele, apareceu um outro grande pensador que tinha uma teoria capaz de melhorar o mundo em todos os seus detalhes, um grande sistema – com ideias diferentes da de Marx. Esse foi o francês Augusto Comte (1798 – 1857) que teve uma vida tão compátivel com o seu trabalho intelectual, que acabou se desligando de todo o resto. A grande teoria que criou foi a do Positivismo, a ciência capaz de atingir a verdade de todas as perguntas, e junto disso ele é considerado o pai das Ciências Sociais
    A teoria positivista está dentro da teoria dos 3 estados proposta por Comte, para ele o espírito humano possue 3 grandes posturas possíveis sobre o mundo e essas também possuem certa hierarquização, tendo a inteligência que passar por todas até atingir a última tão consagrada. O primeiro é o estado teológico, que tem como propósito observar a natureza, perceber fenômenos e suas relações e ao invés de tentar procurar teorias para explicar todos esses acontecimentos, procuram por personagens que vão cria-los. Acreditam que existe uma força controladora disso tudo; para Comte esse é o primeiro momento dos nossos a pensamentos, quando relacionamos essa força com alguém que controla a regularidade desses eventos. Na percepção teológica nós não sabemos quem está por trás, “cria-se” formas para atingir esse alguém. Nesse estado já existe a necessidade de conhecer, mas fazem isso trilhando caminhos obscuros que dificultam – e muito- na obtenção de uma verdade factual. O segundo estado é o metafísico, que para entender os acontecimentos vão para o campo da abstração e atribuem os conhecimentos à essas e acabam por criarem entidades abstratas, o que ainda não pode ser considerado como seguro na atribuição de uma verdade, mas como já começa a usar a racionalização é considerado uma fase superior ao teológico.
    Enfim o terceiro estado, o positivo, é o que trás ao espírito humano a capacidade de refletir, ou seja, a capacidade da reflexão positiva que consiste em pensar, mas, diferentemente da metafísica, com bases empíricas advindas da experimentação ou então pelo considerado método científico. Vai ser nesse estágio que a mente humana vai se tornar mais importante, a inteligência humana vai atingir a sua maturidade. Como Comte via que os problemas fundamentais eram os sociais, e havia afirmado que a ciência é o conhecimento verdadeiro, ele vai querer resolver esses problemas com as ciências sociais, que é a que possue a verdade sobre o mundo, que contém informações seguras. Sobre as ciências fundamentais e o papel superio da Sociologia Comte afirma em sua obra “Discurso Sobre o Espírito Positivo” que são “(...) a matemática, a astronomia, a física, a química, a biologia e a sociologia, das quais a primeira constitui necessariamente o ponto de partida exclusivo e a última o fim único e essencial de toda a filosofia positiva(...)”.
    (PARTE 1)

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  8. (PARTE 2)

    Depois de afirmar que o positivismo tem a capacidade de melhorar as sociedades e de atingir verdades concretas, Comte começa a pensar em como implementar essa teoria nas sociedades, propõem uma revolução, mas não violenta como a marxista, diz que é preciso aplicar essas idéias nas instituições de ensino (educacionais e até mesmo religiosas), ele quer mudar a ordem social mas sem criar o conflito, diz que é preciso pegar as conclusões da sociologia e aplicar na realidade, mudar o espírito para o espírito positivista. Por isso a educação tinha extrema importância nesse disseminação, assim como a religião tinha um papel fundamental para atingir as massas, essas não precisariam destruir as suas estruturas, mas os que fazem parte teriam que ser pessoas instruídas e com um papel científico. Fazer um catecismo – usando as formas de comunicação- mas com bases científicas.
    Os grandes pensadores dos séculos XIX e XX que trouxeram a tona os problemas sociais e, junto disso, complexos sistemas para resolve-los, tiveram – e ainda tem- enorme importância para o conhecimento e a reflexão das relações sociais, mas também já receberam muitas críticas e dificuldades de implementação, e no caso de Comte sobre a Ciência Social e a verdade, existem ainda mais complicações, pois a verdade ainda não foi teorizada e quanto mais tempo passa, mais complexidade ela tráz.

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  9. Ao dar inicio ao pensamente Positivista Comte defende que a ideia de que o conhecimento só poderia ser atingido através do caminho cientifico.
    A teoria básica que sustenta esta filosofia está baseada na Lei do Três Estados. Ele diz que inicialmente vivemos em um estado teológico, que explica os fatos por meio de vontades análogas, apelando para seres sobrenaturais para explicar as coisas, esse passa pelo fetichismo, politeísmo e termina no monoteísmo. O Segundo Estado é o Metafísico, nele substituímos os Deuses pela natureza, já mais acostumados com a racionalidade, nele buscamos respostas estudando a Natureza . E o Terceiro Estado é aquele em que o homem já completamente racional abandona o estudo teológico e da natureza e passa a estudar as leis, ou seja, as relações constantes entre os fenômenos.
    O Autor acreditava que o Positivismo era o instrumento parar a reforma intelectual do homem, e com isso conseguiria reorganizar toda a sociedade, e isso seria possível através da educação, as pessoas estudariam as leis da ciência, adquirindo dessa foram o conhecimento verdadeiro. E no controle desse estado Positivista estaria a elite intelectual .
    Comte também considerava que a Igreja católica poderia ser um bom modelo estrutural e simbólico em uma nova sociedade positivista, separando-se da ideologia crista ele criou a Igreja Positivista que substituía o Deus cristão pela Humanidade, o que ele definia como uma “ Igreja humanitária”.

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  10. Augusto Comte foi uma espécie de D. Quixote afrancesado, ou abrasileirando a comparação literária, um Quincas Borba com outra filosofia.
    O positivismo comteano é uma proposta para harmonizar a sociedade através de leis científicas que guiam a organização social – Leis da Sociologia.
    Comte começa seu Discurso Sobre o Espírito Positivo fazendo um esboço histórico das etapas intelectuais do espírito humano – a Lei dos 3 estados. Segundo Comte, a humanidade em sua evolução mental passa primeiro pelo estado Teológico, onde explica os fenômenos com misticismo. Dentro do estado Teológico existindo as fases do fetichismo, do politeísmo e por fim monoteísmo. Do estado Teológico surgem as primeiras idéias morais e políticas e é essencial para firmar os laços sociais. O 2º estado, o Metafísico, caracteriza-se pela especulação abstratas da Ontologia ou Filosofia. Para Comte, esse é um estado intermediário, onde não é mais a imaginação que impera, mas também não é a observação pura, sua grande contribuição é tirar a rigidez do estado Teológico. Por fim, o estado Positivo, na qual a observação científica está em primeiro lugar e busca pesquisar leis através da constância dos fenômenos observados.
    Comte está interessado que sua Sociologia se aproxime das Ciências Naturais, que a observação social também produz “Leis Invariáveis”. E que essa Sociologia intervenha na “crise social”(por “crise social” entenda festival de cabeças rolando da Rev. Francesa) que a Europa estava emergida produzindo conhecimento que concilie Ordem e Progresso – Para Comte “o progresso vem a ser meta necessária da ordem”.
    Comte anseia por reformas intelectuais e sociais, prevê instituições como o ensino superior popular e de uma política popular. Para pôr o espírito positivo nas organizações sociais e políticas, implantando as ciências na vida das pessoas, tornando a ciência um bem comum.
    Outra curiosa proposta de Comte é a Religião da Humanidade ou igreja Positivista. Há um grande papel de estado moral na obra positivista para a ordem social. Moral que, segundo Comte, se encontra mais bem predisposto no espírito feminino. As mulheres ficaram á margem na história e, para Comte, sofreram menos nas passagens dos 3 estados, e que portanto são seres menos inconstantes- -(Pai, perdoai-o, ele não conhecia a TPM). Não se pode dizer que Comte foi um feminista. O positivismo é uma filosofia conservadora para conter grandes revoluções. No Catecismo Positivista as mulheres podiam ser sacerdotisas, mas continuavam pilotando fogão e tudo mais. Esse novo papel foi uma cantada que funcionou com a Clotilde de Vaux, mas que não funcionaria com Simone de Beauvoir.
    Conservadorismo criticado por Marx, já que só uma elite científica-industrial seria capaz de instaurar o espírito positivo na sociedade pondo à prova a neutralidade já que a ciência está vinculada a uma classe social específica.
    Enfim, a metodologia positivista é uma metodologia sonhadora. Sonhadora como D. Quixote ou Quincas Borba. O positivismo comteano é de certa forma cientificismo. Tentar procurar leis das constâncias sociais e que sejam infalíveis suas verdades foi o sonho de Comte. Assim como D. Quixote e Quincas Borba, Comte passou a vida inteira em função desse sonho. E assim como D. Quixote inspirou Sancho Pança e assim como Quincas Borba inspirou Brás Cubas, Comte inspirou o Brasil...

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  11. Comte acreditava em uma reorganização da sociedade através da reforma intelectual do indivíduo, ou seja, acreditava que era necessário fornecer aos homens novos modos de pensar e esses novos modos deviam estar relacionados diretamente com a ciência. Comte dividiu sua proposta em três fases: a teológica, a metafísica e a positiva. No primeiro estágio, o teológico, o homem crê que a compreensão dos fenômenos se dá a partir da intervenção de divindades, de seres supremos, portanto, a base dessa fase é a crença nesses seres divinos. A fase teológica também desempenha a função social, levando em conta que a autoridade divina não pode ser contestada. O estado metafísico, por sua vez, coloca o concreto no lugar do abstrato e a argumentação no lugar da imaginação, dissolvendo assim as características da fase teológica. Ocorre nesta fase então, um rompimento da subordinação da vida ao sobrenatural. No último estágio, a ciência é instaurada e a partir dela se investiga o real, o preciso, o certo e o útil. “Ver para prever” é o lema da ciência positiva. O poder agora se concentra nas mãos de cientistas e sábios estudiosos. Na base da filosofia positiva encontra-se a sociologia.
    Creio eu que a sociologia ocupa um papel gigante na doutrina de Comte, pois ela abrange o estudo sobre as condições da sociedade e ao mesmo deve investigar o necessário ao desenvolvimento e progresso. Sociologia deve estudar o campo filosófico, econômico, ético e dessa maneira, culminar no progresso via aperfeiçoamento da sociedade.
    Outro ponto interessante a meu ver é que Comte não se manteve apenas às reformas intelectuais, mas também se expandiu em uma reforma religiosa voltada a humanidade. A idéia central desta nova religião é a substituição de um Deus pela Humanidade. No Brasil há várias igrejas positivas e a adoração é feita a três elementos: a Humanidade, a Terra e ao Universo. Como vimos no vídeo, a igreja positivista também se envolve em questões sociais, como no exemplo visto, cedendo seu templo para vacinação de crianças. Ou seja, é uma igreja de fato participativa da sociedade. Outra influência positivista no Brasil é nossa própria bandeira. “Ordem e Progresso” são aspirações positivistas para uma sociedade justa e progressista. Incrível perceber que uma frase considerada bonita por muitos tem um embasamento muito maior que apenas estético.

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  12. Augusto Comte foi um importante pensador francês do século XIX. Em sua obra, destaca-se o início da concepção de ciência social, e a elaboração do chamado Positivismo.
    Para Comte, a evolução intelectual da Humanidade passa por três estágios, aos quais ele qualifica como:

    • Estado teológico ou fictício
    Este primeiro estado é o estado primitivo do pensamento humano, caracterizado pela crença no sobrenatural, onde as explicações baseiam-se na busca pela origem e destino do mundo.

    • Estado metafísico ou abstrato
    Este é o estado intermediário da evolução, em que o pensamento já se debruça em conhecimentos baseados em pesquisas sobre a realidade, porém o mesmo ainda está ligado intimamente à busca pelas causas e finalidades absolutas.

    • Estado positivo ou real
    Superado o estado metafísico, é no estado positivo que o pensamento humano encontra seu esclarecimento, onde o foco do conhecimento se dirige para o estudo dos efeitos, das interações e fenômenos acessíveis e que podem ser previstos.


    Tendo como base esta idéia de progresso da Humanidade, Comte acredita que o apogeu do conhecimento humano encontra-se no estudo científico, e assim como as ciências naturais evoluíram e atingiram o estado positivo, as relações humanas, para o autor, também podem ser estudadas e “previstas” cientificamente.

    Comte crê que através da educação, o espírito positivo seria difundido, e assim, esta abstração ao qual ele denominava Humanidade, enfim sairia de sua infância intelectual e caminharia rumo aos conhecimentos, que para ele, eram realmente úteis e verdadeiros, estabelecendo-se assim o Espírito Positivo na sociedade.

    Nota-se claramente que o pensamento comtiano influenciou e influencia ainda hoje a crença nos conhecimentos e métodos científicos, principalmente no que se refere ao estudo das leis naturais, deixando de lado assuntos de ordem nitidamente metafísica.

    Apesar de Comte ter formulado a filosofia positivista, há quem diga que o autor ainda se encontra nos estados inferiores segundo a classificação de sua própria teoria, e como argumento utilizam-se do fato de Comte ter criado uma ordem religiosa para a transmissão de seus pensamentos.

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  13. O Positivismo, corrente abordada no texto “Discurso sobre o Espírito Positivo”, é conhecido por meio do pensador Augusto Comte. Ele afirmava que o positivismo deveria ser instituído na sociedade por meio das mulheres, já que elas foram excluídas dos processos de formação da sociedade e, por isso, mantinham a moral ética e a intelectualidade preservadas, sendo, portanto, livres de corrupção.
    Para Comte, a sociedade deveria ser “reformada” por uma ciência social: a sociologia que, para ele, era a ciência positivista (tal ciência se aproximava bastante do empirismo, já que tinha sua base de verdade na experimentação).
    Nesse âmbito, o pensador defendeu a existência de três estados do espírito humano, que seriam, basicamente, uma linha de evolução do homem. O primeiro destes estados seria o teológico, no qual o homem explica o mundo através de crenças sobrenaturais e religiosas. O segundo é o estado metafísico, no qual há a descrença em um ser supremo (Deus onipotente) e passa-se a explicar a vida por meio de fenômenos da natureza, ou seja, ainda não há fundamentação científica. Já o terceiro estado é o positivo, o qual seria capaz de explicar tudo pelo conhecimento científico.
    Percebe-se que o autor estabelece um culto à ciência muito forte em sua corrente filosófica, entretanto, o que me chama a atenção é que ele faz isso por meio da instituição de uma “religião” e, por isso, me parece que ele alcança, de certa forma, a fusão de ciência e religião que a princípio eram coisas opostas.
    O fato é que esse movimento exerceu grande influência no Brasil a se notar na proclamação da república, na bandeira da nação, com o lema “ordem e progresso” e na continuidade da existência das Igrejas Positivistas no país.

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  14. A valorização da ciência a qual o mundo assistia, inciando-se no século XIX, revelou Comte e sua Sociologia, ou Física Social, sua maneira de analisar e explicar os fenômenos da sociedade através de ciência, ciência positiva.
    Segundo Comte há três estágios do entendimento humano. O primeiro deles é o Teológico no qual a explicação dos fenômenos é feita através do que ele chama misticismo. O segundo é o Estado Metafísico, no qual ainda não é alcançada a verdade científica, mas não há tanto apelo ao misticismo, havendo nesse estado noções de filosofia, por exemplo. E o último é o Positivo, não poderia deixar de ser, no qual a ciência demonstra verdades unicamente através da análise de observações.
    Sendo o Estado Positivo o reflexo da verdadeira capacidade de refletir do ser humano, é o mais capaz de efetuar mudanças e melhorar a sociedade, segundo Comte. Essas mudanças, segundo o autor, devem ser feitas de maneira a serem gradativamente implantadas na sociedade, através de mecanismo como a educação, na inserção de valores a gerações futuras, e ao direito, manifestação máxima do racionalismo, capaz de criar exemplos.
    Esse é o sonho positivista uma sociedade pautada em verdades assistidas, assim o ser humano seria capaz de entender ou intervir. A pergunta deve ser se é capaz de existir tal ser humano, um filósofo capaz de analisar a sociedade como se fosse alheio a ela, se a todo momento estamos presos a fenômenos que são inerentes a nós.

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  15. Marcus Vinicius Ferreira da Cunha Casasco

    Augusto Comte (1798-1857), filósofo francês e fundador da Sociologia e do Positivismo.
    A fundação da Sociologia, conhecida anteriormente como física social, se deu através de observação, experimentação, comparação e a classificação como métodos para que se pudesse compreender a realidade social. Com isso, Comte afirmou que os fenômenos sociais deveriam ser compreendidos da mesma maneira que os fenômenos naturais e deveriam ser estudados como tais, mas que não poderiam reduzir os fenômenos sociais a simplesmente fenômenos naturais.
    Já o Positivismo, para Comte, é uma doutrina política, sociológica e filosófica. Proveniente do desenvolvimento sociológico do Iluminismo francês, o Positivismo propõe à existencia humana, valores humanos, afastando assim, a metafísica e a teologia. Porém, apesar deste afastamento, elas se demonstram presentes dentro de sua lei dos três estados, que pode ser representada da seguinte maneira:
    - Fase teológica: o homem, basicamente, busca a sua origem, o pós-morte, explicando-as através de forças sobrenaturais (Deus, deuses, deusas, etc.);
    - Fase metafísica: O homem ainda busca o "De onde viemos?", "Para onde iremos?", porém buscando explicações lógicas (como o "Éter", A Natureza", etc.), sendo a fase metafísica considerada uma transição entre a fase teológica e a fase positiva;
    - Fase positiva: Esta é a fase superior. Nela as explicações são dadas através de leis abstratas e gerais, deixando de lado o inacessivel e buscando resultados mais concretos. Sendo assim, a imaginação dá lugar à observação e a concretude ganha um espaço muito maior.
    A teoria positiva foi de grande influencia em toda a parte do mundo, chegando até a fundar uma religião liderada por cientistas. Para n[os brasileiros poderíamos citar por exemplo a igreja positivista demonstrada no vídeo postado pelo Professor Peluso aqui no blog. Mas podemos citar também como influência a própria bandeira nacional. O lema "Ordem e Progresso" é proveniente do lema positivista de Augusto Comte: "Amor como princípio e ordem como base; o progresso como meta", isto ocorreu devido aos militares que depuseram a monarquia e instauraram a República compartilharem as ideias de Comte.
    Apesar de hoje o positivismo parecer um pouco ultrapassado, temos que relevar que a visão de mundo hoje é muito diferente da do século XIX-XX, haja vista que o mundo não pode ser determinado simplesmente através da ciência e dos muitos mistérios em torno das religiões e que nem sempre o progresso precise, necessariamente, de ordem. Portanto, no contexto da época, o positivismo foi visto como uma forma de evolução da sociedade e do pensamento, principalmente pela elite intelectual vigente.

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  16. Comte (1758-1857) é o precursor do Espírito Positivo, que fora uma reação contra o idealismo, o estado positivo representaria o último estágio da evolução intelectual, o estado da superioridade mental, no qual a inteligência humana teria atingido seu ápice. Para ele a resolução de todos os problemas sociais se dá através da ciência – física social: da Sociologia. A ciência precisaria estar presente na vida das pessoas, desse modo, bastaria aplicar a sociologia para obter a felicidade. Sua teoria valoriza o empirismo, ou seja, tem preferência pelos dados experimentais. Ao encarar a sociedade como um organismo que necessita de ordem, o autor propõe uma transformação na realidade social, que difere da mudança defendida por Karl Marx, já que para a sua aplicação não seria necessário uma destruição total.
    A evolução intelectual humana passa por três estados:
    - 1º Estado teológico ou fictício: Nesse estágio todas as nossas especulações se manifestam de modo espontâneo, nele há também a procura pela explicação das ordens das coisas, as causas essências dos fenômenos. Entretanto a causa de tais fenômenos é atribuída a corpos exteriores, uma vida essencialmente análoga a nossa.
    Nesse estado há a transição do fetichismo para o politeísmo, e por fim ao monoteísmo.
    - 2º Estado Metafísico ou abstrato: Nesse estágio as explicações dos fenômenos se dão não mais na ação de deuses, mas são direcionadas agora para entidades abstratas. Um exemplo é a noção de que a natureza teria “horror ao vazio”. A importância desse estágio para Comte é que nele há a negação do uso da teologia para explicar todos os acontecimentos, seja humano ou da natureza.
    - 3º Estado Científico ou Positivo: Este estágio é o ápice da inteligência humana, em que o pensamento humano passa a ter bases empíricas, ou seja, é o momento em que as explicações se reportam a coisas concretas; a noção de causa é transformada em noção de Lei, os fenômenos são descritos pela forma como ocorrem, é descoberta a lei que os “rege” que então explica o encadeamento de um fenômeno a outro.
    Para Comte a sociedade tomaria consciência dessa mudança através da educação, que seria o instrumento para alcançar tal transformação social. Outro instrumento seria a religião, que seria capaz de criar um atalho, pois já possuía uma estrutura montada e sucesso no que se refere a adesão das pessoas, é como se cientificassem a religião, os pastores seriam as pessoas esclarecidas cientificamente, e passariam tal conhecimento para a população; exemplo campanhas de higiene e vacinação. Nesse sentido haveria uma comunicação, um diálogo e os responsáveis pelas respostas seriam as mulheres, que para Comte formavam a reserva moral da sociedade, por terem se mantido apartadas da corrupção que cercou a construção da sociedade.
    O positivismo teve adeptos no Brasil, seu início (1850) se deu com Manoel Joaquim Pereira de Sá. Teve inclusive a criação de uma igreja, a Igreja Positivista do Brasil, em que a finalidade consistia na formação de crentes e na mudança das opiniões dos indivíduos. As teorias positivistas tiveram influencia até mesmo na própria bandeira brasileira – Ordem e Progresso – em que subentende-se que para haver progresso é necessária a ordem.- “O Amor por princípio, e a Ordem por base; o Progresso por fim”

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  17. Augusto Comte influenciou e ainda influencia muito no estudo da sociologia moderna, tendo seu livro ”Discurso sobre o Espírito Positivista” como uma leitura obrigatória para qualquer um que aspire a se tornar um cientista social, no mesmo nível de outros autores como Karl Marx e Hobsbawm.
    Porém, como outros comentaram nesse tópico, há alguns pontos e sua formulação da sociedade que eu discordo, primeiramente o de o único veículo para se alcançar o estado positivo são as mulheres e de que a uma evolução ininterrupta na maneira tanto individual como de toda sociedade para uma única forma de pensamento. O primeiro ponto possui dois erros, o de que as mulheres permaneceram à margem dos acontecimentos mundiais, porém mesmo não tendo participado ativamente de tais eventos suas repercussões não deixaram de afeta-las, e que isso é uma generalização e cai numa idéia metafísica, assim contradizendo o próprio ideal positivista. E a respeito da evolução continua da sociedade para o ideal positivista pode ser considerada errada pelo fato de haver momentos em algumas sociedades aonde sua evolução é interrompida ou freada, como na Idade Média, e sociedades politeístas que possuíam maior conhecimento que sociedades monoteístas, que pelo seu pensamento não deveriam ocorrer, já que se seguindo uma evolução, o estagio monoteísta segue o politeísta, e o conhecimento evolve junto da mesma forma, como exemplo que isso nem sempre é verdade pose se citar o império Inca e Maia que apesar de serem politeístas possuíam grande conhecimento e diversas áreas da ciência e algumas vezes até sobressaindo o conhecimento da sociedade monoteísta cristã.
    Porem esses dois pontos de forma alguma tiram crédito do ideal positivista.

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  18. A doutrina positivista fundada pelo filósofo Auguste Comte, foi criada com o intuito de aperfeiçoar e reoganizar a sociedade, fazendo com que o intelecto humano evolua. O Positivismo tem como um dos princípios fundamentais a Lei dos Três Estados.
    Essa lei afirma que há 3 fases pelas quais o homem passa:
    o estado Teológico, o estado Metafísico e o estado Positivo (os quais julgo desnecessário o esclarecimento, dados os posts acima).
    A evolução do intelecto humano é baseada nessa lei, sendo o último estágio o ápice desse progresso.
    No estado Positivo, Comte afirma que o homem atingiu o "Espírito Positivo", o qual não abrange apenas faculdades intelectuais (de compreensão), mas também compreende a subjetividade dos sentimentos dos que experimentam essa condição.
    Assim, na visão dos positivistas, os avanços científicos eram tidos, exclusivamente, como a única maneira capaz de reformar e aperfeiçoar a sociedade e, até mesmo, o planeta.

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  19. Este comentário foi removido pelo autor.

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  20. Após ler o “Discurso sobre o Espírito Positivo” e participar da discussão feita em sala pude observar a importante contribuição do método positivista para o estabelecimento da Sociologia como uma ciência. A Sociologia inicialmente foi denominada física social, pois estava vinculada ao desejo de agregar um caráter “verdadeiro” e sistemático às ciências humanas assim como o existente nas ciências tidas como naturais.

    A busca de uma verdade universal é há muito debatida pela Filosofia, sendo que o conhecimento científico deixa o campo das explanações para partir para leis sensíveis e observáveis, porém a “Fé na Verdade” assim como a religião também está fundamentada em um sistema de crenças e ideologias influenciáveis por padrões pessoais tornando assim as premissas vagas e a conclusão refutável (aproveitando as aulas de Pensamento Crítico). Pude perceber que não há um conhecimento desvinculado do contexto social, pois se assim fosse seria necessário que houvesse uma outra dimensão da realidade onde residiria apenas a ciência.

    Comte, considerado “O Pai do Método Científico” derivou sua tese dos três estágios do desenvolvimento intelectual humano (teológico, metafísico e positivo) a partir da observação das estruturas que mantém a sociedade unida e também daquelas que levam as mudanças sociais. Através do contato com os apontamentos de outros estudiosos como Saint Simon inferiu que as ciências de forma geral também evoluíram em estágios passando da matemática à astronomia, física, química, biologia até finalmente chegar a Sociologia (que sem menosprezar as demais é de nosso maior interesse).

    O objetivo de Comte era o de diferenciar as interpretações, das leis ditas universais que seriam capazes de estabelecer uma metodologia social que levaria a “ordem e o progresso”, estabelecendo a ciência como verdade sobre todas as coisas (a “Religião da Humanidade”). Essa ordem social adquiriu caráter utilitário até mesmo para a burguesia que se apropriou das ideias positivistas para “limpar o meio social” subjugando os mais humildes. Devido a elaboração de teorias desta estirpe Saint Simon foi denominado “o teórico da burguesia” tendo que Comte também apoiava-se na ideia de que é necessário que exista uma elite que detenha o poder político para que se mantenha a ordem social não depositando fé nos regimes democráticos.

    Posso inferir portanto que a relação existente entre a “verdade” almejada pelo Positivismo e as ciências sociais cai em uma contradição lógica, porque ocorre consecutivamente a negação da ciência baseada em pré-conceitos (como os da Igreja Absolutista), porém o próprio método Positivista baseia-se em si em pré-conceitos advindos da necessidade de uma metodização das leis (como ocorre na Igreja Católica Apostólica Romana) e na ciência empírica dita livre de conjecturas, deixando claro que seu método não é tão livre de influências como aparenta.

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  21. Podemos considerar que, no texto Discurso Preliminar sobre o Espírito Positivo, Comte expõe, nada mais nada menos, que uma teoria do conhecimento de sua autoria, uma nova epistemologia. Sua teoria afirma a relatividade do conhecimento, isto é, que o conhecimento se modifica com o passar do tempo e mudança do espaço, sendo, portanto, desnecessária a busca por um conhecimento definitivo e fundamental (quando digo fundamental, me refiro a um conhecimento sobre a origem de tudo).
    Comte argumenta que as ideias modificam-se com a mudança do tempo e espaço, pois se adequa às necessidades humanas, e que a sociedade possui leis invariáveis, assim como a ciência; portanto, estudar a sociedade de modo científico é possível, senão necessário para seu maior entendimento e compreensão.
    A função da Sociologia é muito evidente e definida: através do conhecimento científico (em suas palavras, “mais positivo”) da sociedade, conhecê-la melhor e tentar melhorá-la, tornando-a mais justa e igualitária para com todos os cidadãos, suprimindo o egoísmo humano (um “dom” nato) e desenvolvendo o altruísmo (inato) nos cidadãos, vivendo assim pacificamente e regulando seus próprios conflitos, através da mediação dos sacerdotes (sociólogos, já que seria criada uma Religião da Humanidade), promovendo extrema liberdade, principalmente espiritual, com um Estado preocupado com o desenvolvimento social e ativo, mas sempre fiscalizado por uma sociedade preparada e bem instruída pelos sacerdotes, que seriam formadores da opinião pública.
    (SEGUNDA PARTE)

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  22. "Valendo 1 milhão de reais, quantas letras tem a frase da bandeira do Brasil"? O dia era 28 de fevereiro de 2002. Silvio Santos acabara de anunciar a pergunta derradeira - e mais valiosa - de seu programa Show do Milhão. O mineiro Jair Hermínio da Silva confundira “Ordem e Progresso” com 'Ordem ou Progresso', e saira do programa com o bolso vazio.
    Se Jair tivesse lido o 'Discurso Sobre o Espírito Positivo' de Augusto Comte, tivesse assistido aos vídeos sugeridos e tivesse participado das discussões com o professor Peluso talvez saísse dos estúdios do SBT milionário.
    L'amour pour principe et l'ordre pour base; le progrès pour but – algo que no português se aproximaria de Amor como princípio e ordem como base; o progresso como meta , foi encurtada e se tornou Ordem e Progresso, estampando assim, a bandeira brasileira. Muitos dos responsáveis pela Proclamação da República eram seguidores das ideias de Comte. Mas que ideias são essas?
    Comte criou o Positivismo, que nada mais era do que um incentivo a revolução (pacífica) da sociedade através da criação de uma ciência para a mesma. Essa ciência recebeu o nome de Sociologia. Em um estágio mais avançado, criar-se-ia uma nova religião.
    De forma científica, a Sociologia estudaria os fenômenos de uma sociedade considerada 'viva' em busca de respostas para tais indagações.
    Para alcançar tais respostas, o cientista social deveria abstrar-se da política, da economia e da filosofia. A Sociologia, segundo Comte, seria o caminho para alcançar a plenitude intelectual humana.
    Comte fundamentou a Teoria dos Três Estados. O primeiro seria o Estado Teológico, onde o ser humano explica a realidade utilizando figuras sobrenaturais (deuses, por exemplo). O segundo seria o Estado Metafísico, que seria o meio-termo entre a Teologia e o Positivismo. No lugar do sobrenatural, entra a figura de entidades abstratas como o Povo, o Éter, o Mercado Financeiro. O último, o Estado Positivo, demonstraria a plenitude do ser humano, ao mudar o foco do conhecimento para o funcionamento de tudo (o 'como' ao invés do 'porquê'). Contrariando o idealismo e o racionalismo, o espírito positivista prepondera para o empirismo, para a observação das leis naturais, relações constantes de sucessão e coexistência.
    Comte fundou a Religião da Humanidade, que trocou a figura de Deus pela figura da Humanidade. Tal igreja ainda possui templos e seguidores nos dias atuais. O autor também colocava a mulher em um patamar extremamente elevado, colocando a como 'reserva moral da sociedade', pois as mesmas estavam marginalizadas nos processos de formação social, portanto, estavam incorruptas no que tange ao campo ético e intelectual.
    Augusto Comte exaltou intensamente o conhecimento científico, mas sempre reconheceu a educação como forma de introduzir tais conheciementos na sociedade e a religião, com sua imensa capacidade de atingir as massas. Uma obra complexa, sem dúvida.

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  23. Caros alunos,
    Convido vc. a ler a postagem do Alex. Trata-se de um texto muito bem humorado.

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  24. Podemos observar que a obra de Augusto Comte foi influenciada pela sua vida e trajetória – principalmente pelas relações amorosas. Como conta a história, o desentendimento com sua esposa que levou a separação e seu romance com Clotilde que veio a falecer ainda nova levou o autor a valorizar o papel das mulheres, dando a elas a importante função de implantação do positivismo.
    O autor afirma que o espírito humano em seu esforço para explicar o universo por três estados:
    1°: estado teológico – personalização das forças que controlam a natureza (evolução do fetichismo ao politeísmo e ao monoteísmo).
    2°: estado metafísico – substituição do real por uma representação. No lugar dos “deuses” do 1° estágio há entidades abstratas.
    3°: estado positivo – estágio mais alto, esclarecido, pensamento com base empírica, se reporta a experimentação. É o estágio da maturidade, da ciência.
    O positivismo admite, como fonte única de conhecimento e critério de verdade, a experiência, os fatos positivos.
    Comte propõe a resolução dos problemas sociais pela ciência social: sociologia, portanto, é preciso a implantação da sociologia nas relações sociais. O problema é como fazê-la?
    Comte observa a estrutura já montada e bem estabelecida da religião e projeta uma “religião da humanidade”, que aproveitaria a estrutura da igreja tradicional, mas pregaria as idéias positivistas.
    A construção do pensamento do autor é admirável. Dedicou sua vida a apenas “pensar” e elaborou uma teoria claramente cabível à sociedade (os três estágios). Porém, a minha crítica, mesmo sendo mulher, é a responsabilidade que nos dá de implantar nas relações sociais o positivismo, sob desculpa que fomos marginalizadas do processo de evolução – não concordo – e assim seríamos a reserva moral da sociedade. Mas mesmo se tivéssemos sido marginalizadas, qual a garantia de constituição moral que tal fato nos reserva? E os homens, então, participadores desse processo seriam todos corrompidos? Particularmente, não sou fã de generalizações, muito menos quando se tratam de pessoas, e inserida em uma teoria que propõe a solução dos problemas sociais.

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  25. Professor, o motivo do meu atraso no post encaminhei por email.

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