quinta-feira, 18 de novembro de 2010

16. TEMA 11 - "CIÊNCIA SOCIAL OU ENGENHARIA SOCIAL"

Caros alunos,
 
Leia o texto: “O Método das Ciências Sociais: A Engenharia Social Fragmentária”, de Luis A. Peluso (disponível em: http://teoriadoconhecimentocientifico.blogspot.com/2010/03/capitulo-9-o-metodo-nas-ciencias.html ). Elabore seus comentários, com especial referência ao conceito de "Lógica da Situação" ou "Método Zero" e envie para postagem. Vc. tem até o dia 25 de novembro para realizar essa tarefa. 

24 comentários:

  1. As Ciências Sociais, sendo um “estudo objetivo e sistemático da sociedade e do comportamento humano” como disse Giddens, foi erguida inicialmente sob uma proposta/perspectiva holística de ciência, tentando exercer o mesmo controle que a humanidade consegue exercer na natureza no “todo” da sociedade, com hipóteses “totalitarizantes” e “massificantes”. Popper, como já vimos, criticou esse tipo de ciência, defendendo o individualismo metodológico para a ciência social, mas a finalidade dos dois enfoques é o mesmo, ainda é o controle sobre a sociedade.

    A ciência é vista como algo que se necessita pôr à prática, colocar à prova, experimentar. As hipóteses dos “todos sociais” e das “previsões históricas” são inúteis, não há meios para verificar-las. E o que a ciência social deve fazer então? Simples, ela deve esquartejar. É o método da “Engenharia Social Fragmentária” diminuindo e isolando um sistema para estudo, assemelhando o cientista social a um engenheiro, tendo enfoques sociológicos com engenhosidade, elaborando ajustes e reajustes “peça a peça” para regular condições econômicas, sociais, políticas, instituições, enfim, controlando a situação, os fenômenos sociais de pouquinho em pouquinho, é claro que não incondicionalmente, mas diminuindo os impactos da imprevisibilidade humana. O cientista social, nesse caso, seria uma figura pragmática (pragmatismo sempre me lembra Maquiavel), que têm uma visão instrumentalista de ciência, tentando resolver o que chama de “problemas”, tentando exercer controle sobre o que era antes incontrolável. Entremeando erros e acertos, sua imaginação sociológica é afinada com as diretrizes da “Lógica da Situação” fazendo conjecturas no método Navalha de Occam cavalgando no modus ponens como meio para se chegar a uma explicação científica. Além da modelagem, como o método analítico-social “tipos ideais”, outra questão nos remete a Weber. Escrevendo sobre os tipos de ação social ele distingue um tipo específico de racionalidade dominante na sociedade moderna, escreve “ação racional com relação a um objetivo é determinada por expectativas no comportamento tanto de objetos do mundo exterior como de outros homens e utiliza essas expectativas como condições ou meios para alcance de fins próprios racionalmente avaliados e perseguidos” e curiosamente usa esse exemplo para descrever “o engenheiro que constrói uma ponte”. Caminha nesse sentido essa visão de ciência social, uma visão que a coloca como um instrumento, um cálculo para se chegar a uma resposta, um algoritmo de computação.

    Nas últimas linhas da “Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo” Weber fala da culminante racionalidade e racionalização tornando-se uma “gaiola de ferro”, desenvolvimento que gerou “especialistas sem espíritos, sensualistas sem coração, nulidades que imaginam ter atingido um grau de civilização nunca antes alcançado” perguntando ao leitor se há saída da “gaiola”. Estamos cada vez mais seguros com a ciência que fazemos, e cada vez mais presos e frustrados também.

    ResponderExcluir
  2. O autor começa o texto afirmando que os métodos das ciências sociais e naturais são fundamentalmente os mesmos. Explica que esse método é o hipotético-dedutivo, “que consiste em oferecer uma explicação causal dedutiva e em experimentá-la pelos mais diferentes meios.”
    Esse método baseia-se que construindo hipóteses, proposições sobre um problema, partindo de leis universais, inserindo uma situação particular que indica as condições iniciais, encontraremos um prognóstico, um resultado. Como o exemplo dado em sala de aula, a aula ferve a 100°C (universal), ao nível do mar (particular). Uma parte também importante do método científico está em provar a teoria, julgar o prognóstico com observações experimentais. No exemplo dado anteriormente, bastaria ferver a água ao nível do mar e com um termômetro confirmar (ou não) se a temperatura dita (100°C) de fato se observara.
    O autor afirma que esse método melhor se aplica às ciências sociais (a maioria de seus objetos de estudos são abstratos), uma vez que o cientista social “pode utilizar-se dos conhecimentos intuitivos que tem de si mesmo, quando cria hipóteses sobre os fenômenos sociais.”
    Encontramos em Popper, a expressão "engenharia social fragmentária", crítica ao fato de não ser possível analisar a sociedade como um todo, de todos os problemas sociais estarem englobados em uma só teoria social. No texto encontramos a afirmação que “toda descrição é, necessariamente, seletiva.” Quando decidimos estudar alguma coisa, temos que selecionar determinadas caracteríticas dela, produzir “composturas parciais”, que destaquem “um aspecto selecionado de um determinado contexto”. Portanto, é necessário isolar sistemas para um estudo mais efetivo e preciso.
    Os prognósticos – partindo agora para outro aspecto - se tornam falhos pois não prevêem a imprevisibilidade humana, não contam que as instituições sociais se alteram e se influenciam pelos impulsos humanos.
    Popper define a “lógica da situação”, formada de explicações racionais e teórias dos fatos sociais, transformando os apectos que explicam tal fato em elementos da situação, compreendendo a ação dentro de seu contexto social.
    A lógica da situação abre espaço para teorias criticáveis, falsificáveis e portanto, aptas a melhorias.

    ResponderExcluir
  3. Encontra-se no texto uma discução sobre os diferentes métodos aplocados em ciências sociais e da apresentação dos resultados de como avaliar esses métodos, seguindo a argumentação de Popper. Também surge o conceito de engenharias das ciências sociais, tendo como seus representantes tentem encontrar soluções para os problemas sociais.
    Inicialmente apresenta o método hipotético-dedutivo, constituído pela formulação de hipóteses e resolução das mesmas. No entanto, não creio que esse método seja totalmente eficaz, apesar de garantir o seu esplendor. Nem sempre é possível ter certezas absolutas de hipóteses, sendo que elas de fato não aconteceram. Particularmente me preocupo mais com o presente, o indivíduo e os problemas sociais que o cercam no momento.
    Surge a questão da experimentação como um momento de relevância para a ciência, descartando falsas teorias e apontando os erros e fraquezas. Junto com a eficácia desse momento, é necessário análises críticas competentes garantindo sua eficácia. as ciências sociais baseiam-se em teorias e hipóteses, pois em sua maioria tratam de seres abstratos e todo esse processo acaba sendo mais adequado às ciências sociais do que as naturais.
    O cientista social segue como orientação os desafios práticos e problemas de solução premente, alcançando uma evolução do conhecimento. Além de demonstrar enganos, superar deficiências e propor novas soluções. Um papel importantíssimo, pois tanto o cientista natural quanto o social trabalham juntos e com o mesmo grau de importância. As ciências sociais, portanto, destaca-se na análise e solução das consequências de ações humanas em todo o âmbito social.
    A lógica da situação, sendo constituída por explicações racionais e principalmente teóricas dos fatos sociais, garante uma análise mais minunciosa e crítica dos mais diversos assuntos a serem analizados, além de fornecer melhorias às mais diversas teorias.

    ResponderExcluir
  4. Em “O Método das Ciências Sociais: A Engenharia Social Fragmentária”, de Luis A. Peluso observa-se que é atribuído ao conhecimento o papel de solucionador de alguns questionamentos que por sua vez tem origem a partir das hipóteses produzidas. Essas suposições podem ser reformuladas e reafirmadas, já que outros conceitos mais desenvolvidos podem surgir com o tempo, como foi o caso das teorias de Newton que foram abatidas pelas idéias de Einstein, demonstrando assim que a ciência é instituída por constantes conjecturas e refutações. Popper diz que a investigação para eventuais problemas é o que move a experimentação das ciências sociais, ou seja, as circunstâncias devem estar sujeitas a possíveis análises lógicas atribuídas ao método crítico. A partir desta síntese, começa a se pensar na relação da objetividade das ciências naturais e o espírito de investigação pela verdade das ciências sociais.

    Para interpretar essa concepção que está atada com a epistemologia, Popper propõe uma reavaliação da prática social, incentivando uma reforma que seria obtida pelo que chama de engenharia social fragmentária. Como o próprio texto afirma: “A engenharia social fragmentária é a metodologia que consiste em provocar mudanças sociais por meio de pequenos ajustes e reajustes nas instituições”. Esse projeto compreende a tecnologia social que fornece recursos com base científica para debater assuntos políticos, de ação social e a instabilidade das instituições, além de que é necessário abranger todos os tipos de conhecimentos, tanto da área natural quanto da social, pois assim é possível refletir sobre a imprevisibilidade do acaso. Aplicar a engenharia nos estudos direcionados ao comportamento em sociedade significa fragmentar as teorias de acordo com as situações, isto é, isolar sistemas para abordar as análises.

    A representação lógica faz parte do processo de reconstrução racional e teórica, em que a inferência dedutiva está presente. A visão de dedução busca aproximar-se da conclusão verdadeira, assim como toda a explicação de suas premissas, logo, se uma premissa é de fato verdadeira, a conclusão tenderá a ser verídica também, revelando que o papel da lógica dedutiva é o de verificar se essa conclusão está de acordo com a disposição dos fatos. Assim sendo, a apresentação das leis do pensamento, do ponto de vista racional que descreve a experiência, alcança a lógica situacional ou método zero de Popper. Esse princípio é sustentado pela incorporação dos modelos individuais explicativos, em que nas ciências sociais o processo intuitivo é fortemente utilizado para exprimir hipóteses acerca do comportamento humano nas ações e relações sociais. Penso que o ponto principal da dedução é a análise situacional ou ainda o método zero, uma explicação da reconstrução de uma determinada situação, que conta com a participação dos agentes sociais que operam de forma adequada em relação aos fatos que ocorrem no ambiente em que vive.

    Ao que tudo indica a lógica tem a finalidade de investigar o campo das ciências sociais e naturais, não se esquecendo da refutibilidade, isto é, o racionalismo crítico de Popper, em que são evidenciados certos problemas para que possam ser investigados e solucionados. Mais especificamente, um fragmento do texto retrata o exato pensamento de Popper: “a ação se faz compreender em seu contexto de situação social. Para tanto, é necessário destituir a ação de todo seu significado individualista ou psicológico, isto é, todos os aspectos que constituem a explicação do fato devem ser convertidos em elementos da situação”. Diante disso, a lógica da situação precisa do racionalismo crítico para manifestar a situação social dos indivíduos e tornar inteligível a justificativa da ação a partir da situação, um método puramente objetivo para as ciências sociais.

    ResponderExcluir
  5. O texto apresentado discorre sobre algumas idéias de Karl Popper a respeito das ciências sociais e concepções a elas relacionadas. Logo no início, dá-se a afirmação de que as ciências sociais, apesar de abordarem assuntos distintos das ciências naturais, se assemelham a elas quando se diz respeito ao método. Ambas as áreas se atém a regras que determinam seu desenrolar, seu caminho de estudos e, ao longo do texto, as idéias se desenvolvem e nos dizem que o método utilizado pelas ciências citadas é falho e, ao usá-lo para estudar as ciências sociais, surgem problemas e, para solucionar tais problemas, os estudos se voltam para os próprios métodos.
    Seguindo, apresenta-se a noção de que a ciência deve se basear em um método hipotético-dedutivo, ou seja, ao oferecer uma explicação, a mesma deve ser experimentada, testada de diferentes formas de modo que: “A natureza conjectural da ciência é decorrente do fato de que ela é expressa através de enunciados que podem ser testados pela evidência empírica sem jamais adquirirem o caráter de verdade absoluta, ou definitiva”. Ainda sobre essa idéia, o autor diz que tal método dedutivo é mais funcional para as ciências sociais que para as naturais, já que é natural para o cientista social utilizar-se de “conhecimentos intuitivos” para criar teorias e analisar a sociedade, já em ciências naturais, o cientista não teria condições de “dispor de observações diretas quando constrói seus estudos”, como diz o autor. Assim, a semelhança entre o uso desse método em ambas as ciências consiste no ato da experimentação das hipóteses.
    Nesse contexto de experimentar para adotar, o texto cita uma idéia muito presente nos pensamentos de Popper, o da “engenharia social fragmentária”, a qual propõe que a sociedade não seja analisada como um todo, porque assim não se é possível apreender de fato a realidade social. Esse conceito é, para mim, muito interessante, pois defende que o comportamento humano deve ser estudado individualmente ou em pequenas porções. Desse ponto, acredito eu, parte o estudo das relações do indivíduo consigo mesmo, depois com as pessoas a ele relacionadas e isso vai se espalhando, de forma que a partir de um indivíduo é possível chegar a uma sociedade ao todo e isso é algo inestimável, pelo menos para mim. Com isso, assim como nas ciências naturais, na física em especial, na qual estuda-se sistemas isolados para melhor compreendê-los, as ciências sociais devem adotar tal pensamento e estudar relações isoladamente.
    Concluindo, ao analisar-se as relações humanas, deve-se, segundo o texto, lembrar da “lógica da situação”, ou seja, deve-se analisar relações dentro de um contexto e cada aspecto de tal contexto deve ser tomados como “elementos da situação”. Para se obter uma análise objetiva de um fato social, deve-se, então, analisa-lo sem os “elementos da situação”.

    ResponderExcluir
  6. No texto “O Método das Ciências Sociais: A Engenharia Social Fragmentária”, busca apresentar o argumento de Popper sobre as dificuldades existentes nos métodos que buscam compreender "as totalidades sociais". E a necessidade de buscar compreender a situação de acordo com um método engenharial que analisa de forma fragmentada a realidade social procurando resolver problemas concretos.
    O método tanto das ciências sociais como das ciências naturais é o mesmo, hipotético-dedutivo, o método consiste sempre em oferecer explicações causais dedutivas e em submetê-las a testes (por meio de previsões). Tal método chega a ser mais apropriado para as ciências sociais, do que as naturais, um cientista social pode-se utilizar de conhecimentos intuitivos já existentes em sua mente, durante a criação de hipóteses sobre fenômenos sociais, um cientista natural não pode se utilizar de recurso parecido em seu campo.
    Como para Popper não se pode controlar as "forças históricas que modelam o futuro das sociedades". É necessário fragmentar o objeto de estudo, desta forma são realizadas analises parciais. A engenharia social fragmentária consiste neste método, assim são realizados pequenos ajustes e reajustes na sociedade. Ela tem um caráter engenharial, da mesma forma que um engenheiro de obras se utiliza de várias áreas do conhecimento, o engenheiro social pode-se utilizar de outras áreas, tal como a política, a economia, para resolver um problema concreto.
    O método proposto por Popper está relacionado com o individualismo metodológico, isto é, que o método mais adequado para se explicar os fenômenos sociais é por meio das ações dos indivíduos que compõem um determinado sistema social.
    Para compreender as conseqüências das ações dos indivíduos é necessário, a "lógica da situação", a ação do individuo pode ser entendida a partir de seu contexto de situação social. Gerando explicações teóricas e racionais dos fatos sociais

    ResponderExcluir
  7. Os métodos das ciências naturais e das ciências sociais nessa análise são considerados os mesmos, pois ambas as ciências utilizam o método hipotético-dedutivo onde, a partir de respostas hipotéticas, a teoria é colocada a prova e confrontada com observações experimentais e só dessa forma a hipótese pode ser confirmada ou negada. A experimentação é o momento onde se examina as teorias, buscando seus erros e pontos fracos e apenas as mais consistentes serão consideradas cientificas.
    No entanto, o método hipotético-dedutivo se encaixar melhor nas ciências sociais, pois seus objetos de estudo são normalmente coisas abstratas, que exigem uma construção teórica. Além do mais, nas ciências sociais os homens e as mulheres são os protagonistas das ações sociais, eles que tomam as atitudes e decisões que acabam por gerar os fenômenos sociais.
    Para conseguir bons resultados deve-se usar o método de propostas parciais e não estudar um todo. Quando se estuda um “todo”, acaba-se por fazer generalizações e generalizações estão muito propensas a falhas. Para escapar desse “erro” existe a engenharia social fragmentária: conjunto de teorias sobre como reconstruir e administrar as instituições e busca o controle da imprevisibilidade humana dentro da sociedade. Mas a falha desse método está no fato de que as instituições são comandadas por homens, ou seja, se ligam ao pessoal e o pessoal não transmite uma certeza plena. Mesmo assim, esse método permite detectar os problemas da sociedade mais facilmente e enxergar pequenas falhas também, já que estuda partes.
    Com relação a lógica da situação, onde é possível a explicação objetiva de um fato social, ou seja, a partir de um estudo do contexto social embasados em explicações racionais e teóricas dos fatos, creio que esta se faz por necessário, já que todos os aspectos do fato são analisados e o risco de equívocos se tornam menores.

    ResponderExcluir
  8. No texto “O Método das Ciências Sociais: A Engenharia Social Fragmentária”, de Luis A. Peluso há a identificação da igualdade entre os métodos utilizados pelas ciências sociais e as ciências naturais e dos três enunciados hipotéticos que compõem a ciência, pode ser como uma “explicação”, uma “predição” ou como uma “experimentação” O método defendido é o da “engenharia social fragmentária”, pois diferente de tantas teorias que tentam partindo do todo explicar os fenômenos, ou seja, propor soluções universais que abranjam todas as ações da sociedade – o que segundo o relatado no texto não seria possível já que o individuo acabaria ao tentar estudar/ observar determinado aspecto tomando este pela totalidade e separando-o nessa concepção acabaria por perder as relações que o fazem ser parte de seu todo de onde este derivou, perderia parte de suas características. “Toda descrição é, necessariamente, seletiva”, não há como analisar um fenômeno/ objeto sem selecionar alguns aspectos do mesmo, acabamos por escolher certas propriedades e a tê-lo como uma estrutura organizada. “As totalidades sociais, entendidas como a estrutura de todos os acontecimentos sociais, são demasiadamente complexas para poderem ser abarcadas em uma única análise.” Nesse contexto percebo uma a aqueles teóricos que criam teorias “universais”- no sentido de que tentam apontar ações de toda a sociedade- e através delas têm a intenção de “prever” ou “direcionar” suas futuras ações. A “engenharia social fragmentária”, defendida por Popper, consiste numa metodologia que procura provocar mudanças sociais a partir de ajustes e reajustes pequenos nas instituições, essas mesmas que seriam, portanto realizadas de forma “instrumental ou funcional”. Desse modo “A expressão "Engenharia social fragmentária" indica o conjunto de teorias sobre como reconstruir e manejar as instituições, assim como a maneira de projetar as que deverão ser estabelecidas”. Outro ponto importante a expor é o de que a teoria do método das ciências sociais usa-se da teoria de que os comportamentos e ações do coletivo são na verdade expressão dos comportamentos das ações individuais, que compõem os fenômenos sociais, que logicamente são derivados das ações e decisões humanas – que podem se tornar ações com conseqüências involuntárias e indesejáveis- sendo esses indivíduos movidos pelo meio social o qual estão inseridos.
    Segue um trecho que julguei interessante para o contexto discutido acima: “A tarefa das ciências sociais consiste em tentar identificar e analisar as conseqüências das ações humanas dentro do quadro das instituições e tradições sociais. Consiste em procurar descrever as repercussões involuntárias das ações humanas intencionais.”
    Assim para descrever tais repercussões / conseqüências deve-se atentar as situações em que as mesmas ocorrem, ou seja utilizar a “lógica da situação”, pois como já citado os fenômenos derivam de ações/atitudes/decisões humanas, e seguindo essa lógica é necessário portanto, “destituir a ação de todo seu significado individualista ou psicológico, isto é, todos os aspectos que constituem a explicação do fato devem ser convertidos em elementos da situação”. Para finalizar e referindo-me a Popper: É possível a compreensão objetiva de um fato social. A isto Popper chama de "lógica da situação": a ação se faz compreender em seu contexto de situação social.

    ResponderExcluir
  9. O texto trata de uma teoria que busca a aproximação com as idéias de Popper. A idéia central no texto trata se , as ciências sociais devem tentar se aproximar do método utilizado por outras, ou são as outras ciências que deveriam se aprozimar da ciência social.
    Busca um certo afastamento com a concepção tradicional da sociologia, como em Marx, Weber e Durkeim, por exemplo, que pensaram em elaborar uma teoria geral para os problemas sociais. Nessa visão o sociologo deve agir como um engenheiro, utilizando-se de bases fornecidas por outras formas de conhecimento (química, física e economia), focando-se na sua tarefa primordial, que seria a resolução de problemas sociais, assim seria caracterizado como um “elaborador de políticas sociais”.
    É essa a idéia trazida pelo texto com o termo de “ engenharia social”, onde deve-se fragmentar o sistema e tartar os problemas de maneira isolada, considerando apenas as condições externas que influem no meio analisado.
    Pelo autor a ciência, tanto a natural quanto a social, constitui-se de explicações hipotéticas ou presuntivas. A construção de proposições sobre o problema determinaria leis universais, do qual se deduziria uma hipótese. Assim o cientista deve submeter sua teoria à prova, tomando seu prognóstico. A ciência então poderia ser tida com uma “predição” ou “explicação”, através de um experimento comprovado.

    ResponderExcluir
  10. Sobre o texto “O Método das Ciências Sociais: A Engenharia Social Fragmentária”, de Luis A. Peluso, o autor inicialmente afirma que apesar dos objetos de entudos das ciências naturais ser diferente do das ciências sociais, suas formas de análises são fundamentalmente os mesmo.O método utilizado seria o Hipotético dedutivo, que estaria emtre o dedutivismos racionalis e indutivismo empirista, que visa um explicação casual além da experimentação, além de que esse método somente fornece hipóteses, não importando a quantidade de experimentos e testes feitos.
    A estrutura hipotética pode dar três tipos de respostas , sendo estas : explicação("entendermos como nosso problema encontrar quais são as condições iniciais ou leis universais (ou ambas as coisas) das quais poderíamos deduzir um prognóstico específico, estaremos buscando uma "explicação”entendermos como nosso problema encontrar quais são as condições iniciais ou leis universais (ou ambas as coisas) das quais poderíamos deduzir um prognóstico específico, estaremos buscando uma "explicação”"); predicação("Se considerarmos as leis e condições iniciais como dadas e as usarmos meramente para deduzir o prognóstico, a fim de conseguir alguma informação nova, estaremos, então, buscando fazer uma "predição”, ou previsão"); expareimentaçao("O resultado da "experimentação" é a seleção das hipóteses que conseguiram superar as experiências ou a eliminação das hipóteses que foram comprovadas como errôneas").
    Posteriormente é citato o melhor método para conseguir resultados práticos nas ciências sociais de acordo com Popper que seria :"consiste em analisar criticamente "propostas parciais" de explicação dos fenômenos sociais. O procedimento metodológico recomendado consiste em tentar desvendar se determinada ação econômica ou política tenderia ou não a produzir os resultados esperados ou desejados.", essas teorias deveriam ser interpretadas como " tecnoligia social fragmentária".

    ResponderExcluir
  11. Segundo o texto indicado, os principais objetivos das ciências sociais são, não só identificar as consequências das ações do homem relacionadas com as instituições e tradições da sociedade, mas também analisá-las e descrever as repercussões, muitas vezes inesperada, produzidas por tais ações humanas.
    De acordo com Popper, o método mais apropriado para se conseguir os resultados práticos nas ciências sociais é examinar as propostas para a explicação dos fenômenos sociais. Estes são sempre resultantes das atitudes tomadas pelos seres humanos, que devem ser analisadas levando em conta o ambiente social em que estão inseridos. Com isso, surge o termo "lógica da situação", em que é considerado todo o contexto que envolve o indivíduo para entender sua forma de agir e/ou pensar.
    A partir dessa "lógica de situação", procura-se a compreensão das consequências das ações humanas (como os fenômenos sociológicos) conscientes e intencionais ou não. Tais consequências podem ser involuntárias e indesejáveis.

    ResponderExcluir
  12. O texto "O Método das Ciências Sociais: A Engenharia Social Fragmentária" discorre sobre as ideias de Popper em relação aos métodos empregados nas ciências sociais. Para Popper, os métodos que consideram a possibilidade de se conhecer a sociedade em sua totalidade, não são práticos e, além disso, não consideram aspectos importantes das relações sociais, como por exemplo, o caráter das ações individuais e, segundo o autor, tal pensamento não enxerga que na verdade existe a impossibilidade de se conhecer as chamadas "totalidades sociais".

    Além disso, o texto apresenta o método sugerido por Popper para as ciências sociais, chamado de Engenharia Social Fragmentária, que consiste basicamente em enxergar como foco das ciências sociais os fragmentos que constituem a realidade social e, tratá-los como blocos, que devem ser compreendidos de maneira distinta.

    A analogia feita com a engenharia é baseada na maneira como age um engenheiro, que é um profissional que se preocupa com o entendimento das diversas partes, ou dos componentes de determinado projeto que visa à solução de um problema específico. Esta comparação é feita para ressaltar que o papel do cientista social não é simplesmente achar uma grande teoria que explique a realidade social como um todo, mas sim encontrar formas de entender e resolver os problemas que se apresentam em determinadas situações.

    Portanto, conforme esta linha de pensamento, encontra-se no texto a seguinte afirmação:

    "pode-se concluir que as ciências sociais se referem a aspectos selecionados da vida social. A totalidade das propriedades ou aspectos de uma coisa e, especialmente, todas as relações que suas partes componentes mantêm entre si não podem ser objeto de conhecimento científico."

    Seguindo este conceito de uma ciência social que deve atuar sobre os fatos, ou seja, compreende-los e buscar soluções aos problemas encontrados, Popper propõe que a forma para que isto ocorra, deve seguir uma lógica em que sejam levadas em conta as condições psicológicas e individuais dos atores envolvidos, e que todos os elementos constituintes do fato social sejam desta forma considerados relevantes dentro da análise. Quando se entende portanto a realidade social estudada através desta maneira, o autor acredita que se tenha chegado ao que denomina "lógica da situação".

    ResponderExcluir
  13. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  14. O tema “Ciência Social ou Engenharia Social” ao qual foi proposta para melhor reflexão a leitura do texto “O Método das Ciências Sociais: A Engenharia Social Fragmentária” onde o autor Luís Alberto Peluso disserta sobre a metodologia proposta por Popper que realizou uma análise critica acerca do método científico empregado pelos estruturalistas que expõe uma realidade social seguindo o ponto de vista holístico que com a descoberta de um padrão de organização social que interfira na alocação das estruturas dizendo ser possível assim determinar o comportamento individual de cada membro da sociedade.

    O “Método Zero” também denominada como “Lógica da Situação” critica a visão holística propondo o individualismo metodológico levando em consideração que o agente social é o indivíduo e não a estrutura já que quem se comporta no meio é o indivíduo, sendo a estrutura apenas o reflexo do conjunto de pessoas que com suas particularidades formam uma sociedade singular. O papel do estudante de ciência social seria o de trabalhar com a Engenharia Social Fragmentária a qual há uma visão engenharial nas ciências sociais assim como a utilizada em obras da construção civil. Nesse sentido se propõe que os estudos não devem estar vinculados à produção de enunciados de natureza universal e sim possuir uma visão mais específica que permitisse a resolução de problemas práticos onde os estudos são realizados a partir da fragmentação daquilo que se deseja analisar.

    Trabalhar em problemas concretos através do isolamento de sistemas faz com que exista foco na resolução do que realmente interessa. De certa forma o trabalho torna-se mais pobre por ser demasiadamente restrito a procura de uma incógnita, essa incógnita permite todavia encontrar a real solução para o problema. A sugestão do “Método Zero” (Lógica da Situação) é buscar uma visão do indivíduo dentro das estruturas e produzir explicações dentro da área das ciências sociais, todavia nem sempre os eventos sociais podem ser revertidos em leis. O cientista social é o indivíduo que pode fazer uma análise mais eficiente através da reconstrução da situação social seguindo o Método Zero onde há um princípio e uma condição inicial subjacente a um fragmento da sociedade para se chegar a um resultado previamente planejado e inferir conjecturas científicas.

    Pode-se, portanto inferir que a “Lógica da Situação” deve possuir a mesma lógica de estrutura de outras áreas científicas por intermédio de uma reconstrução lógica onde se sabe que com determinadas condições iniciais chegamos a uma conclusão à partir de princípios fundamentais metodológicos que podem estar agregados aos estudos de qualquer área das ciências e justificados após a pressuposição de uma tese.
    *Professor Peluso, Peço desculpas por não ter postado no prazo. Desde já agradeço a compreensão.

    ResponderExcluir
  15. A ciência, em si, não se trata de um conjunto de proposições dogmáticas irrefutáveis, e sim de uma eterna atividade de pesquisa e tentativa de melhoramento das hipóteses já cristalizadas e tidas como leis, como verdades. A imaginação e abstração, para o cientista, são necessárias e não menos precisas que a experiência, considerada como o âmago e centro de toda a ciência: as hipóteses a serem testadas são formuladas na mente do cientista, e depois ele as testa, procurando poder encontrar nelas erros, e aprimorá-las. O trabalho da ciência é, dia após dia, tentar refutar as proposições que tem como tão certas, para assim chegar ainda mais perto da verdade. Nenhuma lei científica pode ser dada como absoluta; houve leis que por muito tempo não foram contestadas, e quando se tinha certeza plena de sua veracidade, alguém as refutou e se provou serem falsas.
    Um dos aspectos que sempre levou determinado grupo de pessoas a não querer enquadrar a sociologia entre as ciências, é que não se pode determinar leis acerca da sociedade e seus fenômenos, e um dos maiores motivos que leva a tal questão (levando-se em conta a teoria do “individualismo metodológico”) é que as ações individuais influenciam o todo, portanto, muito da sociedade é moldado pela subjetividade e comportamento do ser humano sozinho, e não podemos prever, pelo menos com a exatidão exigida pela metodologia científica, as decisões tomada por um indivíduo. O outro aspecto mais relevante, é que há muitas contradições sobre como ocorrer a experimentação quanto a fenômenos sociais.
    No texto podemos perceber a grande tendência à experimentação fragmentária dos fenômenos sociais, isto é, não tomando o “todo social”, pois isso, sem dúvida, deixaria de lado detalhes importantes que colaboram para o todo, e que não podem ser deixados de lado. O autor do texto expressa sua posição a favor da experiência fragmentária - e vezes por vezes repetida, a fim de que a hipótese, se aceita, o seja de maneira consciente- e isso fica claro no trecho que aqui transcrevo: “Ademais, o método fragmentário é um instrumento muito mais eficiente. Pode ser usado com ampla facilidade para identificação e combate dos maiores e mais urgentes males de nossa sociedade. Permite-nos uma luta definida contra formas concretas de injustiça e exploração. Pelo método das "propostas parciais" podemos, por exemplo, identificar a fome e a miséria como males a serem sanados. Esse método não nos dispersa num universo de modelos ideais e distantes voltados para o "bem último" ou para a "sociedade perfeita". Por meio dele, o fracasso e o erro são mais facilmente identificados.”
    O autor do texto faz toda a sua dissertação baseando-se no individualismo metodológico, que como eu disse acima, se posiciona a favor de que as ações individuais influenciam a sociedade, mas que há uma reação inversa a isso, isto é, que a sociedade e suas convenções e fenômenos também influenciam o comportamento individual.
    Esse caráter um tanto incerto da sociedade (mas nem tanto) não impede o estabelecimento de tendências, que diferenciam-se das leis por não permitirem que através delas façamos alguma previsão de algum acontecimento futuro. As leis sim, nos dão essa condição, pois se determinada condição inicial ocorrer, o acontecimento do fenômeno é certo, afinal, a própria definição de lei isso exige. Já as tendências caracterizam-se por serem condicionais, sendo difícil definir as condições em função das quais as tendências se cumprem; é mais fácil determinar quais condições as impedem de se concretizar. Para Popper, conceber leis nas ciências sociais é tarefa impossível, pois não se pode prever acontecimentos na sociedade, e Popper desconsidera o pensamento de que há periodicidade nos eventos sociais, que é muito bem refutado no texto.

    ResponderExcluir
  16. A “lógica da situação” seria nada mais que analisar os fenômenos sociais levando-se em conta o contexto social da situação, mas excluindo-se de tal avaliação os aspectos psicológicos e interiores. Uma análise levada a cabo dessa maneira, pode ser tomada como uma hipótese científica, pois pode ser refutada, e assim, lapidada, e também porque nega a subjetividade do cientista. Usando-se do “método zero” a ação individual do homem é levada em conta, e não apenas a superestrutura da sociedade, que, aliás, não é o aspecto mais valorizado na hora da análise, ao contrário das outras metodologias existentes e divulgadas. O homem, mesmo que influenciado por toda a estrutura e instituições sociais, é o agente formador das mesmas, e sua participação tem que ser levada em conta se buscamos uma avaliação e estudo coerentes.

    ResponderExcluir
  17. A obra “O Método das Ciências Sociais: A Engenharia Social Fragmentária”, de Luis A. Peluso, mais conhecido como Pelusonazul, trata-se de uma reflexão sobre os levantamentos de Karl Popper no que tange aos métodos das ciências sociais.
    A Engenharia Social Fragmentária, em poucas palavras, é uma proposta na qual deve-se estudar a sociedade a partir, como o próprio nome diz, de fragmentos. Assim como nas ciências naturais, em que eventos são analisados de forma isolada e fragmentada (uma experiência física, por exemplo), as ciências sociais deveriam estudar os eventos sociais a partir de partes, para depois se deduzir um todo.
    O autor afirma, então, que o método empregado nas ciências sociais é o mesmo do que é utilizado nas ciências naturais. Os objetos de estudo das ciências sociais são abstratos, portanto, torna-se viável uma dedução-hipotética dos fatos: “pode utilizar-se dos conhecimentos intuitivos que tem de si mesmo, quando cria hipóteses sobre os fenômenos sociais.”
    Por fim, a “lógica da situação” é apresentada. Ao se levar os fatos a partir de elementos lógicos tende-se a obter resultados promissores muitas vezes.

    Obs.: Professor, me senti pressionado em comentar seu texto então resolvi esperar meu amigo xamã voltar de Americana pra ele me aconselhar nessa situação.

    Abraços.

    ResponderExcluir
  18. Um dos mais influentes filósofos do século XX, Karl Popper, acreditava que para os métodos das ciências sociais o agente social seria o indivíduo, pois é ele que se comporta na sociedade. Ele também dizia ser impossível encontrar estruturas que dêem conta de todas as relações. Para Popper, estudar a realidade social é estudas como os indivíduos se relacionam; a idéia dele é examinar relações entre pessoas, regularidades entre elas e assim ser capaz de criar prognósticos, diferente de Marx que dissolveu os indivíduos nas classes sociais. O sociólogo é, então, alguém que pode fazer previsões.
    O método da "Engenharia Social Fragmentaria" defendida por Popper serve como uma técnica para as ciências sociais, nela ele apresenta algumas interpretações para a realidade social em formato de leis, acaba tendo uma visão engenharial do papel das ciências sociais para que elas tivessem um caráter mais pragmático. Dessa forma Popper quer dizer que o sociólogo está muito mais perto de resolver problemas concretos ao invés de criar teorias ou leis gerais.
    O cientista social não precisa se preocupar em criar leis naturais ligadas umas as outras para o mundo real, como no caso da física. Com toda a certeza o cientista social vai precisar de leis, mas elas podem vir de diversas áreas (biologia, física, etc.). O sociólogo vai ter mais um papel de engenheiro, a pessoa que resolve problemas concretos, e por isso o nome de Engenharia Social.
    A Engenharia Social vai fragmentar e isolar sistemas para estudar. Em um certo sentido o trabalho vai acabar ficando mais pobre, no caso as idéias de Boaventura teria de ser excluídas desse modelo. O esquema para analisar e resolver problemas sociais é pelo método zero, também chamado de lógica da situação; Essa proposta é baseada na visão das estruturas das ciências sociais. A estrutura do método é iniciada com Leis Gerais (L1), seguidas de Condições Iniciais -específicas- (C1) que vão resultar em conclusões (E1), é quase a mesma estrutura de leis nas ciências naturais.
    Popper propõe ao cientista social fazer esse processo, pois o método das ciências sociais consiste nesse exercício de funções lógicas vindas de qualquer base (física, química, biológica, etc.). O cientista social não deve somente provar ou demonstrar o L1, ele deve, também, pressupor L1, e o trabalho dele vai consistir em montar construções lógicas desse tipo, seu trabalho intelectual é esse de fazer especulações de uma reconstrução zero (ideal) e construir seus vários modelos vindos de suas variações possíveis.

    ResponderExcluir
  19. No texto “O Método das Ciências Sociais: A Engenharia Social Fragmentária” , o Prof. Luis A. Peluso demonstra linha de raciocínio que será empregada logo de início, sendo baseada na teoria de fragmentação das ciências sociais de Karl Popper.
    Observamos que o professor busca aproximar as ciências naturais e sociais, pois afirma que apesar dos temas abordados pelas duas serem distintos, é essencial que os métodos empregados sejam semelhantes, tendo, as hipóteses destas, que serem colocadas à prova de modo a excluírem certas possibilidades
    Podemos também notar uma crítica em relação às análises sociais que buscam a “totalidade social”, pois as mudanças que ocorressem baseadas nesta totalidade, violentariam a sociedade, além de não possuir valor representativa, dando margens à muitos erros. Em relação a esta não validade representatiava, a “totalidade social”, para poder abranger as diversas partes, simplificaria os problemas, acabando com a diversidade de culturas, ideias, saberes, etc.
    A proposta para acabar com esta grande margem de erro, que teria origem nos ímpetos humanos, e, ainda, encapsular esta diversidade presente nos estudos sociais seria a Engenharia Social Fragmentária.
    Esta Engenharia Social Fragmentária consiste na fragmentação dos fenômenos sociais, como o próprio nome já diz, e, com isto, busca equacionar os efeitos de políticas e ações econômicas, além de buscar os resultados que estas poderiam ou não obter. Além disto, as mudanças ocorreriam na forma de pequenos ajustes e reajustes, buscando contrastar com a “totalidade social” e não provocar mudanças bruscas na sociedade. O professor ainda ressalta as diversas vantagens do método em questão como podemos destacar no texto: “Ademais, o método fragmentário é um instrumento muito mais eficiente [que o método totalitário]. Pode ser usado com ampla facilidade para identificação e combate dos maiores e mais urgentes males de nossa sociedade. Permite-nos uma luta definida contra formas concretas de injustiça e exploração. Pelo método das "propostas parciais" podemos, por exemplo, identificar a fome e a miséria como males a serem sanados. Esse método não nos dispersa num universo de modelos ideais e distantes voltados para o "bem último" ou para a "sociedade perfeita". Por meio dele, o fracasso e o erro são mais facilmente identificados. “.

    ResponderExcluir
  20. O autor ainda busca salientar as diferenças entre leis e tendência. As leis, no caso, universais faríamos predições de acontecimentos, teríamos certeza do que seria obtido. No caso de tendências, estas não seriam capazes de prever acontecimentos de forma exata. E é a partir destes conceitos, que destacamos o trecho: “Um acontecimento específico só é explicado na sua relação causal se de sua explicação for possível deduzir uma proposição que descreva esse acontecimento. Essa proposição teria de ser inferida das seguintes premissas: de um lado, algumas leis universais e, de outro, algumas proposições particulares que descrevam as condições iniciais específicas relativas ao caso em questão.”. Este trecho foi destacado, pois trata-se da estrutura desta Engenharia Social Fragmentária, que ocorreria da seguinte maneira:
    suponhamos que uma atitude a0 em uma situação s0, geraria a conseqüência c0, tendo isto como lei geral. Mas a partir do momento que a atitude passa a ser a1, por exemplo, teríamos que mudar a situação e a conseqüência para s1 e c1, respectivamente. Suponhamos que uma atitude a2 fosse tomada, logo a situação seria s2 e a conseqüência c2. Portanto, todo valor individual seria levado em conta e equacionado no método.
    A partir deste texto portanto concluimos que, de modo diferente ao texto anterior do autor Boaventura de Souza Santos, a Engenharia Social Fragmentária busca restringir, ao passo que o autor português tenta expandir o que é incluido dentro dos fenômenos sociais. Outro ponto que podemos reparar de distinção entre os escritos é em relação à forma que os dois autores veem o método. No caso do professor Peluso, o método seria semelhante ao empregado nas ciências naturais, podendo chamar, como o próprio professor disse em sala de aula, de “um método mais square (quadrado)”, um método mais regrado e pragmático. Já no caso de Boaventura, é pregado justamente esta quebra de padrões, a busca por novos métodos, uma maior “adoção” de outras áreas na construção do chamado paradigma emergente.
    Por fim, temos uma situação semelhante, mas com interpretações totalmente distintas, sendo, de um lado, hermenêuticos e sua visão mais “total” e agregadora dos fenômenos sociais, do outro, analíticos e suas ideias mais específicas e restritivas. No mais, escolha com qual você se identifica e junte-se a eles.

    Obs: Professor, tive problemas com o tempo e postei atrasado. Obrigado desde já

    ResponderExcluir
  21. O texto “O Método das Ciências Sociais: A Engenharia Social Fragmentária”, de Luis A. Peluso, estabelece relações entre as ciências sociais e as ciências naturais principalmente no que diz respeito ao método. Segundo o autor , o método utilizado em ambos é de mesma ordem, uma vez que nos dois casos as teorias são criadas a partir de situações particulares para depois chegarmos em situações generalizadas. Essas idéias levantadas no texto, o aproximam dos pensamentos de Popper. As idéias apresentadas no texto fogem do foi apresentado pela maioria dos intelectuais que tentaram explicar as ciências sociais, já que eles quase sempre diferenciavam as ciências sociais das naturais como se fossem coisas completamente opostas.
    O autor então propõe que os cientistas sociais deveriam olhar para os problemas sociais e tentar resolvê-los de maneira mais próxima das ciências naturais, ou seja, olhar para os problemas e tentar isolá-los, separar a sociedade em camadas e só então tentar entender camada por camada e analisá-las separadamente e então generalizar os casos estudados.
    Também é chamada a atenção do leitor para que em cada fenômeno social seja analisado dependo do contexto uma vez que contextos diferentes para fenômenos parecidos podem demandar soluções diferentes.

    Post atrasado por motivos pessoais

    ResponderExcluir
  22. Com quase um mês de atraso, devido a falta de organização de meu tempo, segue minha postagem (espero não ter cometido grandes erros de interpretação).
    O autor, Peluso, segue o argumento de Popper: existem dificuldades nos métodos que assumem a possiblidade de conhecer e experimentar a sociedade como um todo, as ciências sociais conhecem fragmentos da realidade social. E acredito ser realmente isso, observamos, durante o decorrer do curso, algumas discussões que ao meu ver evidenciaram essa deficiência. Nos dias de hoje, com uma sociedade cada vez mais heterogênea, e mais livre para sê-lo, pensar em ciência social como um todo parece impossível. Em certa discussão em sala de aula, foi levantada a questão do marxismo não se encaixar na atualidade, e essa falta de possibilidade de utilização vinha da existência de diversas classes, que, em sua época não foram (nem poderiam ser, por não existirem) levadas em conta. Acredito que seja complicado, o uso da engenharia social fragmentária, assim como as outras formas de ciências sociais, pois também encontramos questões negativas (o que pode ser extremamente subjetivo). A falha que encontro no "método zero", apresentado no texto, é a restrição, observada no método, que se contrapõe (e vou parecer repetitiva, visto que alguns de meus colegas já se colocaram em relação a isso) ao pensamento de Boaventura (que achei bem interessante) que procura ao invés de restringir, abrangir. Mas acredito também ser um método que facilite o estudo teórico, uma vez que restringe (então a restrição parece ser tanto positiva quanto negativa). O autor ainda cita que existem diferenças entre as ciências sociais e naturais - pela diversidade de objetos ou problemas a estudar -, mas, mesmo assim, os métodos para estudá-las são, fundamentalmente, os mesmos.

    ResponderExcluir
  23. Popper defende uma visão das ciências sociais que pretende analisar um determinado sitemas social a partir da análise das ações dos indivíduos que o compõe. Ou seja, uma explicação que deve levar em conta o que chamamos de situação, de contexto.

    Para Popper, as teorias científicas não podem ser consideradas como absolutamente verdadeiras, posto que são sempre tentativas de explicar um todo, são hipotéticas, diferentemente do que propunham os empiristas, o conhecimento através de indução. Essa forma de adquirir conhecimento para Popper é impossível, não sendo uma forma segura de adquirir conhecimento.
    Esse conhecimento transcede a experiência segundo Popper.
    Os indivíduos devem ser considerados mais fortemente do que as coletividades sociais, posto que essas coletividades são construídas pelo observador, de acordo com ele.
    Em suma, a sociedade é um aglomerado de indíviduos e no estudo desses indíviduos deve haver o que ele chama de “Engenharia Social Fragmentária” separando esse meio em sistemas menores para estudo, considerando o que podemos chamar de imprevisibilidade humana.

    ResponderExcluir
  24. A ENGENHARIA SOCIAL: uma concepção de ciências sociais, como se fossem algum tipo de engenharia. Dessa forma, o método que as ciências sociais fossem analisadas estaria muito próximo daqueles que são utilizados em engenharias de obras, e não tão próximo daqueles utilizados pela física e pela química.
    O cientista social iria utilizar de conhecimentos produzidos por diferentes áreas assim como o engenheiro de obras. O objetivo principal desse tipo de cientista é resolver os problemas apresentados a ele, com relação à sociedade, e apesar de serem problemas diferentes dos das ciências naturais, os métodos de aplicação são praticamente os mesmos.
    Esse procedimento cientifico é baseado nessas proposições de problemas e soluções, a fim de determinarem as leis pelas quais regem a sociedade, juntamente com outras proposições, que serviriam para passar essas leis de coisas teóricas para deduções práticas.

    ResponderExcluir